Portal O Debate
Grupo WhatsApp

BRICS in Brasília – a 11ª cúpula do bloco

BRICS in Brasília – a 11ª cúpula do bloco

22/11/2019 João Alfredo Lopes Nyegray

A China foi o país mais rico do mundo em 18 dos últimos 20 séculos.

Devemos aproveitar a cúpula realizada em nosso país não apenas para assinar acordos pontuais, mas para semear futuros tratados que abram China, Índia, Rússia e África do Sul a nossos produtos.

Em 1981, ao analisar o retorno de investimento para dez mercados de ações locais, o economista Antoine van Agtmael cunhou o termo “mercados emergentes” para se referir a economias atrativas que, no futuro, representariam um destino importante para investimentos variados.

Vinte anos se passaram e, em 2001, o então economista chefe do Goldman Sachs, Jim O'Neill, criou o termo “BRIC” para se referir a quatro economias bastante promissoras: Brasil, Rússia, Índia e China. Mais tarde, foi acrescentado o “S” de South Africa (África do Sul), que se juntou ao grupo.

Ao que parece, Agtmael e O’Neill estavam certos: entre 2003 e 2007, os BRICS foram responsáveis por 65% do crescimento do PIB global. Em 2010, o PIB dos BRICS era cerca de 18% do PIB mundial.

Atualmente, os 5 países representam 26% da superfície do planeta, 42% da população e 14% do Produto Interno Bruto Mundial.

Ainda que cada uma das nações possua seus problemas a resolver e nós a desatar, são – sem dúvidas – países promissores.

De um lado dos BRICS, há a China e a Índia. Os chineses têm cerca de 1,4 bilhão de habitantes e uma força de trabalho que ultrapassa os 800 milhões de pessoas. Os indianos, por sua vez, são cerca de 1,2 bilhão e uma força de trabalho acima dos 500 milhões de habitantes.

A China, como apontou Kissinger, foi o país mais rico do mundo em 18 dos últimos 20 séculos e, quando os atuais caracteres chineses surgiram, no segundo milênio antes de Cristo, “o antigo Egito se encontrava no auge de sua glória.

As grandes cidades-Estado da Grécia clássica ainda não haviam surgido e Roma estava a um milênio de distância”. Esses dados nos mostram a profundidade e milenaridade da civilização chinesa.

Os indianos, também dotados de uma história milenar, tiveram um passado de colônia que acabou em 1948. Desde então, sua população cresceu e sua economia tem prosperado pelo menos 6% ao ano, graças aos investimentos em transporte e tecnologia.

Enquanto o atual desafio da China é manter suas altas taxas de crescimento e evitar a desaceleração, o desafio dos indianos é retirar da miséria cerca de 40% de sua população.

Ao norte da Índia e da China está a Federação Russa, estado herdeiro da União Soviética, que conseguiu a proeza de aumentar sua classe média de 6 para 55 milhões de pessoas entre 2000 e 2008.

Possuindo maior número proporcional de pessoas com diploma de nível superior do que os países europeus, os russos efetuaram uma reforma tributária que nós, brasileiros, tanto precisamos.

Foi criado um imposto único com alíquota de 13%, o que tornou a Rússia o segundo ambiente tributário mais atrativo do mundo. O desafio russo está em superar a corrupção endêmica que caracteriza o ambiente de negócios do país.

Além desse desafio, os russos precisam reaquecer a economia, que sofreu não apenas com uma recessão, mas também com as sanções econômicas aplicadas ao país de Putin, após a anexação da Criméia, em 2014.

Por fim, temos a África do Sul, cuja indústria química se destaca. O setor de serviços atende principalmente aos turistas que visitam o país, e a infraestrutura sul-africana é de nos fazer inveja.

O nó sul-africano é o desemprego, o desaquecimento econômico e a miséria. Cada um dos BRICS com seus problemas.

E o Brasil nesse cenário? Bem, temos na China nosso maior cliente: enviamos produtos primários e recebemos manufaturados.

Não poderia ser diferente, uma vez que a alta força de trabalho chinesa é uma vantagem, assim como as zonas especiais de exportação daquele país, que auxiliam a internacionalização de suas empresas.

Para a Índia, exportamos principalmente óleo bruto de petróleo, óleo de soja e açúcar; e recebemos de lá químicos, inseticidas, medicamentos e alguns manufaturados.

Em relação à Rússia, o Brasil envia soja e carnes, e recebe fertilizantes e tecnologias petrolíferas. Para a África do Sul, enviamos tratores e carnes e recebemos alumínio e outros minérios.

Na agenda desse encontro dos BRICS estão as questões da Venezuela e da Bolívia, os protestos em Hong Kong, as tensões na Caxemira e o futuro do bloco.

As reuniões bilaterais são importantes não só para um melhor relacionamento diplomático, mas também para um melhor relacionamento comercial: chineses e indianos, por exemplo, têm recursos para investir aqui, em especial em nossa infraestrutura – que fica em último lugar no quesito portos e aeroportos.

Outro desafio para o Brasil é criar condições para a melhor exportação de seus manufaturados, o que a China fez na década de 1980.

Muitos produtos industrializados chineses circulam o mundo, e nós temos grande dificuldade em fazer o mesmo.

Enquanto na China o governo estimula as exportações com uma legislação pouco burocrática, o Brasil tem mais de 3.600 regras aduaneiras.

Enquanto os brasileiros trabalham cerca de 2.500 horas por ano para pagar tributos, na China são cerca de 240.

Além das lições que o Brasil pode extrair de todos esses dados, um desafio conjunto é o de retomar o protagonismo global do bloco. Com as retrações econômicas do Brasil, da Rússia e da África do Sul, outros acrônimos surgiram.

O próprio Jim O’Neill chegou a apostar suas fichas no que chamou de bloco MINT, composto por México, Nigéria, Indonésia e Turquia.

Há, também outro ponto que merece destaque: enquanto Bolsonaro é alinhado aos EUA e a Donald Trump, Vladimir Putin é sua antítese.

Ainda com essa aparente contradição, devemos aproveitar a cúpula realizada em nosso país não apenas para assinar acordos pontuais, mas para semear futuros tratados que abram China, Índia, Rússia e África do Sul a nossos produtos.

O negócio é fazer negócio, taokey?

* João Alfredo Lopes Nyegray é doutorando em estratégia, mestre em internacionalização, advogado, formado em Relações Internacionais e especialista em Negócios Internacionais e Professor de Relações Internacionais, Comércio Exterior, Administração e Economia na Universidade Positivo.

Fonte: Central Press



Insegurança jurídica e os impactos no setor industrial

Vivemos um momento de grande apreensão no cenário econômico e jurídico brasileiro.

Autor: Gino Paulucci Jr.

Insegurança jurídica e os impactos no setor industrial

Oportunidade única

Imóveis em áreas nobres da capital de Minas com instalações voltadas para a área médica.

Autor: Divulgação

Oportunidade única

Gerenciamento de prazos

Para que uma empresa tenha sucesso e consiga assumir seus compromissos, é fundamental dar importância ao gerenciamento de prazos.

Autor: Leonardo Chucrute

Gerenciamento de prazos

IA para empreendedores: impulsione negócios com ChatGPT e Gemini

Lançamento da DVS Editora oferece guia prático para empresários que desejam aprimorar suas potencialidades a partir dos benefícios da Inteligência Artificial.

Autor: Divulgação

IA para empreendedores: impulsione negócios com ChatGPT e Gemini

Minas Gerais já abriu quase 40 mil novas empresas este ano

Relatório da Jucemg aponta alta de 12,51% em relação aos cinco primeiros meses do ano anterior.

Autor: Divulgação


Multas e sanções administrativas podem ‘matar’ uma PME

Como evitá-las adequando-se à LGPD?

Autor: Ricardo Maravalhas

Multas e sanções administrativas podem ‘matar’ uma PME

Minas atrai investimento que vai gerar 300 vagas para engenheiros na Grande BH

Empresa Wabtec anuncia construção de novo centro de engenharia em Contagem após Minas vencer concorrência com estados de dez países.

Autor: Divulgação


Como empresas e empresários devem agir para sobreviver às intempéries

Intempérie. No dicionário, a definição para esse substantivo feminino traz como significado: mau tempo ou tempestade.

Autor: Haroldo Matsumoto

Como empresas e empresários devem agir para sobreviver às intempéries

Desafios empresariais

Empreender envolve correr riscos e encontrar soluções para os problemas das pessoas.

Autor: Leonardo Chucrute

Desafios empresariais

Um líder de verdade ensina o que sabe

Não são incomuns as histórias de profissionais que, voluntariamente, trocam de emprego para ganhar menos do que em suas posições anteriores.

Autor: Yuri Trafane

Um líder de verdade ensina o que sabe

Luciano Hang apoia manifesto isenção de impostos nas compras até US$50

Na noite de sexta-feira, 17, o dono da Havan, Luciano Hang, participou do jantar de encerramento do 39º Congresso Nacional de Sindicatos Empresariais (CNSE), em Balneário Camboriú (SC).

Autor: Divulgação


Como usar a inteligência emocional para lidar com os negócios?

Ser um empreendedor em um negócio altamente estressante é como estar em uma montanha-russa emocional.

Autor: João Roncati

Como usar a inteligência emocional para lidar com os negócios?