“Recentemente, uma massa crítica de pesquisas tem fornecido o que pode ser o argumento mais básico e irrefutável em favor da felicidade", declarou Kira Newman em seu artigo no site Cal Berkeley’s Greater Good Science Center. “A felicidade e a boa saúde andam de mãos dadas. De fato, estudos científicos têm descoberto que a felicidade pode tornar nossos corações mais saudáveis, nossos sistemas imunológicos mais fortes e as nossas vidas mais longas.”

Essa é uma ótima notícia. Mas que talvez não seja boa para aqueles que não são lá muito bons em ficar felizes.

“Tenho transtorno bipolar e frequentemente me pergunto como os sintomas emocionais que resultam dele podem afetar minha felicidade e saúde em geral", escreve "Tyla" na seção de comentários do artigo. "Estou em séria desvantagem por sofrer de uma doença que me predispõe à infelicidade por causa da depressão e da ansiedade?”

Depende.

Se, como geralmente se acredita, a felicidade fosse um fenômeno principalmente com base em substâncias químicas, então sim, seria lógico admitir que aqueles cujos organismos têm dificuldade para gerar tais substâncias químicas, têm "uma séria desvantagem". Esse é um pensamento bem deprimente.

Mas se, por outro lado, há outra fonte à qual eles podem recorrer para obter felicidade– uma fonte mais segura, mais confiável, menos química e que não tenha base em substâncias químicas – aí ninguém estaria em desvantagem. É aí que quero chegar.

Por mais que tentemos, contudo, não conseguimos simplesmente nos livrar da noção, ou evitar os sofrimentos do que a maioria supõe ser uma existência material. Ainda assim, é uma suposição que merece ser desafiada.

“A felicidade é espiritual, nascida da Verdade e do Amor,” afirma Mary Baker Eddy, uma reformadora religiosa e pensadora, cujos muitos anos de provações e tribulações proporcionaram imenso incentivo para buscar a fonte – e seus benefícios resultantes à saúde – da felicidade. “É desprendida do Ego; por isso, não pode existir sozinha, mas requer que toda a humanidade dela compartilhe.”

Mais que uma mera declaração de fé, a convicção de Eddy de que a felicidade origina-se de algo fora da matéria foi uma declaração profunda de verdade forjada a partir da sua própria experiência de vida – uma verdade que, assim que se tornou melhor compreendida, teve o efeito de melhorar não só a sua própria saúde mas a saúde daqueles que ela incentivou a considerar esse mesmo ponto de vista espiritual.

Claro, há vezes em que adotar tal perspectiva é muito mais fácil na teoria do que na prática, especialmente quando nos vemos tão obcecados pela felicidade alheia – ao que os comentaristas sociais referem-se frequentemente como o "medo de ficar por fora", ou FOMO (Fearofmissing out). Contudo, é somente nessas situações, quando simplesmente estar aberto ao fato de que a felicidade, como uma expressão completamente espiritual, "requer que toda a humanidade dela compartilhe" pode ser especialmente útil para superar quaisquer obstáculos mentais que possam parecer atrapalhar o seu senso de contentamento.

Ainda mais importante do que a revelação de que a "felicidade e a boa saúde andam de mãos dadas" é a compreensão de que a felicidade não é exclusiva. Ninguém está de fora. E no fim das contas, ninguém pode nem deve ser privado de seus muitos benefícios, nem o menor deles que é uma saúde melhor.

* Eric Nelson vive na Califórnia e, como Comitê de Publicação da Ciência Cristã, escreve sobre a relação entre a consciência e a saúde.