Gerenciar a birra infantil: empatia e limites
Gerenciar a birra infantil: empatia e limites
A birra infantil é uma expressão comum, principalmente entre 1 e 4 anos, quando a criança desenvolve autonomia mas não consegue regular emoções.

Entender esse comportamento natural é crucial para pais e cuidadores.
Entendendo a birra e como agir
O choro alto, gritos e objetos sendo jogados são manifestações intensas da frustração infantil. Essas reações são mais frequentes entre 1 e 4 anos, com um pico por volta dos 2 anos, período conhecido como “adolescência do bebê”. Nessa fase, as crianças começam a desenvolver noções de autonomia e identidade, mas ainda não possuem as ferramentas necessárias para regular suas emoções ou compreender limites.
De acordo com Jacqueline de Freitas Cappellano, coordenadora pedagógica da Escola Internacional de Alphaville, a birra pode surgir de sentimentos como raiva, cansaço, fome, medo ou simplesmente quando a criança não consegue o que deseja. Ela explica que a criança pequena ainda não tem recursos para lidar com essas sensações e se expressa através do corpo. A fase de testes do “não” é constante, e a birra é parte desse processo. Jacqueline ressalta que a birra é um convite para o adulto refletir sobre a importância da educação emocional na infância, enfatizando que escuta, empatia e limites claros contribuem para um desenvolvimento saudável.
O papel do adulto: firmeza e acolhimento
Ceder aos pedidos da criança para evitar o constrangimento público reforça negativamente o comportamento, conforme alerta Caroline Sternberg, orientadora pedagógica do Colégio Progresso Bilíngue. Isso sinaliza à criança que a birra é eficaz para conseguir o que quer. A recomendação é, se possível, remover a criança do local público para um espaço mais reservado. Manter a calma, nomear os sentimentos da criança e estabelecer limites com afeto e firmeza são essenciais. O adulto deve acolher a frustração sem ceder à exigência, ensinando a criança a lidar com seus sentimentos e a entender que nem tudo pode ser do jeito dela. Um exemplo é: “Eu entendo que você queira esse brinquedo, ele é muito legal, mas hoje não vamos levá-lo. Podemos pensar sobre ele no Dia das Crianças”.
Evitando castigos e o julgamento externo
Frases como “pare de chorar agora” ou ameaças e punições físicas são ineficazes e prejudiciais. A ciência do desenvolvimento infantil demonstra que violências verbais ou físicas não ajudam na auto regulação, podendo gerar insegurança e traumas. É fundamental que o adulto seja um porto seguro para a criança. Bater ou gritar apenas intensifica o medo e a confusão emocional que a criança já sente. Crianças até cinco anos precisam de um adulto que atue como seu regulador emocional para um desenvolvimento saudável.
Lidar com o julgamento alheio em público é um desafio. Audrey Taguti, diretora pedagógica do Brazilian International School (BIS), aconselha que o foco deve ser sempre na criança. É natural sentir-se constrangido, mas o papel do adulto é educar, não atender às expectativas sociais. Nessas situações, priorize a conexão com a criança acima da aprovação de terceiros.
Prevenção e busca por ajuda profissional
Embora a birra seja parte do desenvolvimento, é possível reduzir sua frequência e intensidade. Uma rotina previsível, oferecer escolhas simples, antecipar transições (avisar antes de sair de um local, por exemplo) e estar atento ao sono e à alimentação da criança são estratégias eficazes. Desenvolver um canal de comunicação, incentivando a criança a expressar seus sentimentos com palavras, mesmo que a linguagem ainda esteja em desenvolvimento, é fundamental. Renata Alonso, coordenadora pedagógica da Escola Bilíngue Aubrick, observa que quando a criança se sente ouvida e acolhida, ela tende a usar menos o choro ou a birra para se comunicar.
Em alguns casos, a birra pode sinalizar questões mais profundas, como dificuldades emocionais ou transtornos de comportamento. Se os episódios forem muito frequentes, violentos ou prejudicarem significativamente a rotina familiar e escolar, é recomendável procurar um profissional especializado. O acompanhamento psicológico pode ajudar a identificar o que está por trás da reação da criança e a orientar os adultos.
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Fonte: FSB Comunicação









