Cirurgia bariátrica: quando e por que realizá-la
Cirurgia bariátrica: quando e por que realizá-la
A cirurgia bariátrica trata obesidade grave, controlando doenças associadas e melhorando a qualidade de vida.

A cirurgia bariátrica é um tratamento para obesidade grave, indo além do emagrecimento ao controlar doenças como diabetes tipo 2, alterações no colesterol, hipertensão, esteatose hepática, artrose e apneia do sono. Segundo o Dr. Eduardo Martins Lara, cirurgião do Hospital Edmundo Vasconcelos, pode haver remissão completa de algumas dessas doenças, melhorando a qualidade de vida e a expectativa de vida.
A cirurgia não é para quem busca perda de peso sem mudar hábitos, mas sim uma opção para tratar a obesidade, que é uma doença complexa e crônica. Dr. Lara enfatiza que a indicação segue critérios rigorosos baseados no Índice de Massa Corpórea (IMC), idade, comorbidades e tempo da doença.
Novas diretrizes
Em maio de 2025, o Conselho Federal de Medicina (CFM) ampliou o acesso à cirurgia bariátrica e metabólica com a Resolução 2.429/2025. Agora, pacientes com IMC entre 30 e 34,9 kg/m² (obesidade grau I) podem ser considerados se tiverem diabetes tipo 2, doença cardiovascular grave, doença renal crônica precoce, apneia do sono grave, doença gordurosa hepática com fibrose, afecções com indicação de transplante, refluxo gastroesofágico com indicação cirúrgica ou osteoartrose grave.
As mudanças significam que o paciente não precisa mais ter diabetes com até 10 anos de evolução, nem acompanhamento endocrinológico por mais de dois anos.
Os novos critérios são: obesidade grau III (IMC ≥ 40 kg/m²), independente de comorbidades; obesidade grau II (IMC entre 35 e 39,9 kg/m²) com doenças relacionadas; obesidade grau I (IMC entre 30 e 34,9 kg/m²) com as comorbidades mencionadas. A idade mínima para cirurgia em adolescentes foi ampliada para 14 anos, com avaliação multidisciplinar e consenso familiar, e pacientes com mais de 65 anos podem ser avaliados.
Critérios inalterados incluem a exclusão de pacientes com doença psiquiátrica não controlada, uso de álcool/drogas, ou que não compreendam o procedimento. A cirurgia deve ser realizada em hospitais de grande porte.
Tipos de cirurgia e riscos
As cirurgias primárias mais recomendadas pelo CFM são o Bypass gástrico em Y de Roux e a Gastrectomia vertical (manga gástrica). Cirurgias alternativas, como o Duodenal switch e variações da gastrectomia vertical, são indicadas para procedimentos revisionais.
O medo dos riscos pode ser uma barreira, mas Dr. Lara ressalta que, com o avanço de materiais e equipes capacitadas, os riscos diminuíram. No entanto, como todo procedimento invasivo, a cirurgia bariátrica ainda apresenta riscos.
Números
Entre 2020 e 2024, o Brasil realizou 291.731 cirurgias bariátricas, com a maioria (260.380) feita por planos de saúde, e 31.351 pelo SUS. Apesar do volume, apenas cerca de 1% dos pacientes com indicação são operados.
A obesidade é um problema de saúde pública no Brasil, afetando 34,61% da população em 2024 (cerca de 8,6 milhões de brasileiros), segundo dados do Ministério da Saúde e da SBCBM.
Foto: Divulgação/Freepik
Para mais informações sobre obesidade clique aqui...
Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!
Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp
Todos os nossos textos são publicados também no Facebook e no X (antigo Twitter)
Fonte: Fatha Comunica













