Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A dessalinização como um seguro saúde para redução da vulnerabilidade hídrica no Brasil

A dessalinização como um seguro saúde para redução da vulnerabilidade hídrica no Brasil

02/12/2019 Virginia Sodré

A dessalinização é o processo de remoção de sais da água do mar - para que ela possa ser utilizada para fins potáveis ou industriais.

A dessalinização como um seguro saúde para redução da vulnerabilidade hídrica no Brasil

A falta de água é uma preocupação cada vez mais frequente no mundo. Segundo um levantamento feito pela Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1,1 bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso ao abastecimento adequado de água potável e, nos países em desenvolvimento, 80% das mortes e enfermidades estão relacionadas a esse problema. Calcula-se que 12,1 milhões de brasileiros não têm acesso adequado ao abastecimento de água. As moradias "sem torneira" somam 4,2 milhões. Vista, em alguns países, como uma tecnologia ainda inalcançável, a dessalinização tem se tornado uma opção cada vez mais viável para resolver essa a escassez de água no Brasil e no mundo.

A dessalinização é o processo de remoção de sais da água do mar - para que ela possa ser utilizada para fins potáveis ou industriais. Geralmente, é necessário um processo de pré-tratamento antes da água passar pela tecnologia de membranas de Osmose Reversa para que sua vida útil seja estendida. O desafio da viabilidade do processo de dessalinização são os custos energéticos, que possuem um grande impacto na tarifa, mas espera-se que os avanços tecnológicos reduzam os investimentos necessários do processo de dessalinização em 20% nos próximos cinco anos e em até 60% nos próximos 20 anos, tornando-o uma alternativa viável e atrativa para a produção de água potável, principalmente nas regiões litorâneas.

A redução dos custos de produção de água desmineralizada, associado a uma demanda e pressão crescente por água, maiores gastos no tratamento de água doce devido a redução da disponibilidade pela poluição e requisitos regulatórios mais rigorosos devem acelerar a tendência atual do uso do oceano como manancial e fonte de água. Isso estabelecerá ainda mais a dessalinização da água do oceano como uma alternativa confiável e à prova de seca para muitas comunidades costeiras em todo o mundo.

Mesmo detendo 13% do total de água doce do planeta, o Brasil apresenta regiões bem heterogêneas em relação a disponibilidade de água. A região norte tem 68,5% da reserva de água doce e aproximadamente 7% da população do Brasil. As regiões nordeste e sudeste possuem, juntas, aproximadamente, 9% da reserva de água doce e 72% da população brasileira e 71% do PIB Industrial do Brasil, as áreas litorâneas, que respondem por apenas 3% da oferta nacional, abrigam 45% da população do país. Ou seja, os brasileiros se concentram cada vez mais em áreas onde a oferta de água é desfavorável, sendo fundamental que o país diversifique a sua matriz hídrica, com o reuso de água e a dessalinização de água do mar, para evitar o colapso e aumentar a segurança hídrica. Segundo estudo realizado pela Agência Nacional de Água (ANA) 61 milhões de pessoas podem ficar sem água no Brasil. Pelo menos 300 milhões de pessoas, no mundo, já dependem do abastecimento feito pelas usinas de dessalinização.

A sociedade já está mais consciente que precisamos pensar em sustentabilidade hídrica e em novas alternativas de águas. Os recursos são disputados, vivemos uma crise. As cidades e as indústrias, podem e devem colocar como uma de suas alternativas de abastecimento de água o reuso e a dessalinização. Sabemos que as secas são cíclicas e que estão se agravando cada vez mais frente às mudanças climáticas e, dessa forma, as cidades necessitam de planejamento e de investimentos em sistemas alternativos de água para reduzir a vulnerabilidade hídrica, e desta forma sobrevirem a estes períodos.

A dessalinização e o reuso são uma alternativa importante que funciona como um seguro saúde, de forma a garantir que a água esteja disponível em tempos de seca, portanto as tarifas de água devem ser planejadas para oferecerem resiliência hídrica as cidades nestes períodos.

* Virginia Sodré é diretora da ACCIONA Água no Brasil

Fonte: RPMA Comunicação



Economia verde é o futuro para empresas alinhadas a produção sustentável

Conceito representa um setor da economia focado na resolução de problemas ambientais, e já é aplicado por empresas brasileiras.

Autor: Divulgação

Economia verde é o futuro para empresas alinhadas a produção sustentável

Brasil precisa produzir 5,4 bilhões de mudas nativas até 2030

Por que as dificuldades enfrentadas pelo setor de viveiros ameaça o compromisso firmado pelo Brasil no Acordo de Paris.

Autor: Divulgação

Brasil precisa produzir 5,4 bilhões de mudas nativas até 2030

Cemig adota etanol e deixa de emitir mais de 100 toneladas de CO2

Veículos da companhia passam a ser abastecidos apenas com o biocombustível de origem vegetal que libera menor quantidade de gases poluentes.

Autor: Divulgação

Cemig adota etanol e deixa de emitir mais de 100 toneladas de CO2

Nossa economia deve olhar para o futuro

Explorar petróleo perfurando alguns poços a centenas de quilômetros da costa representa um risco ambiental pequeno.

Autor: Marco Moraes

Nossa economia deve olhar para o futuro

O etanol como pilar de sustentabilidade energética no Brasil

O etanol produzido a partir da cana-de-açúcar é um exemplo notável de combustível com baixa emissão de carbono.

Autor: J. A. Puppio

O etanol como pilar de sustentabilidade energética no Brasil

A geopolítica do clima e as consequências de ignorar

Nos últimos anos, estamos percebendo de forma bastante clara como as questões climáticas vêm influenciando o xadrez geopolítico global.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray

A geopolítica do clima e as consequências de ignorar

Não, as praias não serão privatizadas – entenda a PEC 3/2022 e por que defendê-la

É necessário que o bem do Brasil esteja acima de qualquer preciosismo político.

Autor: Lucas Sampaio


Cemig recicla quase 100% dos resíduos sólidos gerados pela companhia

Desde 2020, a empresa evitou o descarte de 200 mil toneladas de materiais no meio ambiente.

Autor: Divulgação

Cemig recicla quase 100% dos resíduos sólidos gerados pela companhia

Minas garante a preservação de espécies raras de fauna e flora

As unidades de conservação (UCs) em Minas Gerais, geridas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), são verdadeiros oásis para a conservação da natureza.

Autor: Divulgação

Minas garante a preservação de espécies raras de fauna e flora

Traças de roupas e livros: curiosidades e prejuízos causados pelos insetos

Encontradas em lares, roupas e livros, as traças tem hábitos alimentares e de sobrevivência distintos, de acordo com Biólogo do CEUB.

Autor: Divulgação

Traças de roupas e livros: curiosidades e prejuízos causados pelos insetos

Rio Grande do Sul: a reconstrução passa pela recuperação da vegetação nativa

A nova realidade criada pela tragédia exige igualmente novas respostas da gestão pública, incluindo um olhar prioritário para a questão ambiental.

Autor: Divulgação

Rio Grande do Sul: a reconstrução passa pela recuperação da vegetação nativa

Investir em saneamento traz retorno para a saúde

A aprovação do Novo Marco Legal do Saneamento, em julho de 2020, trouxe novas e importantes perspectivas para o avanço da infraestrutura do setor.

Autor: Elzio Mistrelo

Investir em saneamento traz retorno para a saúde