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Mercado de trabalho: entre incertezas globais e o ano decisivo de 2026

Mercado de trabalho: entre incertezas globais e o ano decisivo de 2026

05/12/2025 Fred Torrës

Nos últimos meses, quem acompanha o mercado de trabalho, especialmente nas posições de liderança, percebeu uma tensão no ar.

 Não é exatamente pessimismo, mas a sensação de que vivemos uma “entressafra”: o mundo muda em alta velocidade, enquanto as economias buscam equilíbrio entre crescimento e previsibilidade.

De um lado, o cenário internacional é marcado por conflitos geopolíticos e reposicionamento de potências. De outro, o Brasil se prepara para um ciclo eleitoral que testará a confiança dos investidores e o apetite das empresas por expansão. É nesse contexto que se desenham as perspectivas para o fim de 2025 e o decisivo 2026.

O ambiente macroeconômico parece habituado a uma “instabilidade funcional”. As tensões comerciais entre Estados Unidos e China, reavivadas por novas tarifas, pressionam cadeias produtivas e aumentam custos. Multinacionais repensam estratégias e reorganizam suas lideranças.

A figura do executivo global deixou de ser apenas um estrategista. Hoje, é preciso ser gestor de risco geopolítico, intérprete de tendências digitais, diplomata econômico e líder de cultura, tudo ao mesmo tempo.

Em paralelo, a transformação tecnológica continua redesenhando funções. A inteligência artificial e a automação estão mudando o perfil das lideranças: o C-level de 2025 precisa entender código tanto quanto P&L. Já gestores intermediários enfrentam hierarquias achatadas e maior cobrança por entregas rápidas em estruturas enxutas.

Nos EUA e na Europa, o fenômeno é chamado “the great flattening”, o grande achatamento. Menos camadas, mais autonomia. O efeito colateral é óbvio: menos espaço para quem ainda opera na lógica da supervisão tradicional.

O Brasil chega a 2025 em relativo equilíbrio, mas com a economia desacelerando. Após bom desempenho em 2024, o crescimento projetado pela OCDE para os próximos anos é de cerca de 2%. O desafio é manter investimento produtivo e controlar o endividamento público sem paralisar a máquina.

As eleições de 2026 adicionam incerteza. Empresários tendem a adotar postura de observação, adiando planos até definição do cenário político. Historicamente, anos pré-eleitorais trazem esse “freio de arrumação” e afetam contratações, sobretudo nas posições de topo.

Nos bastidores, os processos de seleção tornam-se mais longos e exigentes. Busca-se líderes capazes de entregar resultados com menos estrutura e mais pressão. O gestor estável dá lugar ao executivo adaptável.

Ainda assim, setores como infraestrutura, energia renovável, agronegócio e tecnologia seguem contratando, impulsionados por investimentos públicos e privados.

O que se observa, tanto entre os C-levels quanto entre os gestores de nível médio, é uma mudança de mentalidade. O líder do futuro (e aqui o futuro significa literalmente os próximos 18 meses) precisará navegar em contextos ambíguos, liderar com menos certezas e traduzir tecnologia em resultado.

Entre os executivos de alto escalão, cresce a figura do “C-level as a Service”, profissionais que assumem posições estratégicas por tempo determinado, muitas vezes em regime híbrido ou por projeto. É o reflexo direto de um mercado que busca agilidade sem comprometer a governança.

Já a média gerência, tradicional amortecedor entre a estratégia e a operação, enfrenta o desafio de provar seu valor em um ambiente que exige mais autonomia das equipes. As empresas querem gestores que saibam motivar, interpretar dados, integrar tecnologia e, principalmente, fazer mais com menos. Aquele gestor que se limita à supervisão ou ao controle tende a perder relevância.

O mercado de trabalho está longe de um colapso, mas também distante de uma estabilidade plena. O que existe é movimento e, em movimento, quem se antecipa, ganha.

Para os C-levels, a recomendação é clara: cultivem repertório global, sensibilidade política e fluência digital. Para os gestores intermediários, a palavra de ordem é atualização constante: dados, tecnologia, comunicação e autonomia.

O Brasil pode até atravessar 2026 com volatilidade, mas será também um ano fértil para quem entender que estabilidade é uma construção pessoal, e não uma condição de mercado.

* Fred Torrës é sócio sênior do Grupo Hub, consultoria de RH especializada em recrutamento e seleção e desenvolvimento de pessoas, com mais de dez anos de atuação no mercado.

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