Ele é formado por volta do quinto ao sétimo dia após a fertilização, e é nesse estágio que o embrião está pronto para se implantar no útero materno.

Estrutura do Blastocisto

O blastocisto é uma estrutura complexa e organizada, que consiste em:

Massa Celular Interna (MCI) ou Embrioblasto: É um aglomerado de células que fica em um dos polos do blastocisto. São essas células que, futuramente, darão origem ao próprio bebê.

Trofoblasto (ou Trofectoderma): É uma camada externa de células que envolve o blastocisto. O trofoblasto é essencial para a implantação do embrião no útero e, posteriormente, para a formação da placenta e outras membranas que darão suporte ao desenvolvimento fetal.

Blastocele: É uma cavidade cheia de líquido que se forma dentro do blastocisto, dividindo a massa celular interna do trofoblasto. Essa cavidade é fundamental para o crescimento e diferenciação das células.

Desenvolvimento até o Blastocisto

Após a fertilização do óvulo pelo espermatozoide, forma-se o zigoto, a primeira célula do novo indivíduo. A partir daí, o zigoto começa a se dividir rapidamente em um processo chamado clivagem:

Dia 1 (D1): Formação do zigoto.

Dia 2 (D2): Embrião com 2 a 4 células.

Dia 3 (D3): Embrião com 6 a 10 células.

Dia 4 (D4): O embrião atinge o estágio de mórula, uma massa compacta de cerca de 32 a 64 células.

Dia 5 a 7 (D5 a D7): A mórula se organiza e forma a cavidade interna (blastocele), transformando-se no blastocisto.

Importância na Reprodução Assistida (FIV)

Na Fertilização in Vitro (FIV), o cultivo do embrião até o estágio de blastocisto é uma prática comum e vantajosa por diversos motivos:

Melhor seleção embrionária: Nem todos os embriões conseguem evoluir até o estágio de blastocisto. Aqueles que o fazem são geralmente mais robustos e têm maior potencial de implantação. Isso permite que os embriologistas selecionem os embriões com as melhores chances de sucesso.

Maior taxa de implantação: A transferência de embriões em estágio de blastocisto (D5 ou D6) geralmente resulta em taxas de gravidez mais altas, pois eles estão mais próximos do momento natural de implantação no útero.

Sincronização com o útero: A transferência de blastocistos mimetiza mais de perto o que acontece na gravidez natural, quando o embrião chega ao útero pronto para se implantar.

Testes genéticos: No estágio de blastocisto, é possível realizar a biópsia de algumas células do trofoblasto (que formará a placenta) para realizar testes genéticos pré-implantacionais (PGT), sem prejudicar o desenvolvimento do futuro bebê. Isso é crucial para identificar embriões com anomalias cromossômicas ou genéticas antes da transferência.

Menor número de embriões transferidos: Como os blastocistos têm maior potencial de implantação, é possível transferir menos embriões (geralmente um ou dois), diminuindo o risco de gestações múltiplas.

Em resumo, o blastocisto é uma fase essencial do desenvolvimento embrionário, que indica um embrião com bom potencial de implantação e sucesso na gravidez.

Fonte: Gemini