Esteatose Hepática
Esteatose Hepática
Popularmente conhecida como gordura no fígado, é uma condição em que ocorre o acúmulo anormal de gordura nas células do fígado (hepatócitos).
Embora o fígado armazene pequenas quantidades de gordura normalmente, quando esse acúmulo ultrapassa um certo limite, a esteatose hepática se desenvolve e pode comprometer a função do órgão.
Tipos de Esteatose Hepática
Existem duas classificações principais de esteatose hepática, com causas distintas:
Esteatose Hepática Alcoólica: É causada pelo consumo excessivo e prolongado de álcool. O álcool provoca inflamação e lesões no fígado, levando ao acúmulo de gordura.
Esteatose Hepática Não Alcoólica (EHNA): É a forma mais comum e está associada a hábitos e estilos de vida pouco saudáveis. Estima-se que 20% a 30% da população adulta tenha algum grau de EHNA.
Causas da Esteatose Hepática Não Alcoólica
As principais causas da esteatose hepática não alcoólica incluem:
Obesidade e sobrepeso: São as causas mais comuns, responsáveis por cerca de 60% dos casos.
Diabetes e pré-diabetes: Distúrbios no metabolismo da glicose contribuem para o acúmulo de gordura.
Colesterol alto e triglicerídeos elevados: O excesso de gordura no sangue sobrecarrega o fígado.
Sedentarismo: A falta de atividade física contribui para o acúmulo de gordura no corpo.
Má alimentação: Dietas ricas em gorduras, açúcares e alimentos processados aumentam o risco.
Perda ou ganho muito rápido de peso: Mudanças drásticas de peso podem impactar o fígado.
Pressão alta (hipertensão).
Uso de alguns medicamentos: Certos remédios, como corticoides, estrógenos, amiodarona, antirretrovirais, diltiazem e tamoxifeno, podem causar esteatose como efeito colateral.
Inflamações crônicas no fígado.
Doenças metabólicas: Em crianças, algumas doenças metabólicas podem ser a causa.
Síndrome do ovário policístico (SOP).
Hipotireoidismo.
Apneia do sono.
Sintomas
Na maioria dos casos, a esteatose hepática é uma doença silenciosa, especialmente nos estágios iniciais. Ela costuma ser descoberta em exames de rotina, como a ultrassonografia abdominal.
Quando os sintomas aparecem, geralmente indicam que a doença já está em um estágio mais avançado ou que há inflamação (esteato-hepatite). Os sintomas podem incluir:
Cansaço excessivo e fadiga constante.
Sensação de peso, desconforto ou dor no lado direito do abdômen.
Barriga inchada.
Perda de apetite.
Fraqueza ou mal-estar geral.
Náuseas e, em alguns casos, vômitos.
Dor de cabeça constante.
Em casos mais avançados, podem surgir sinais de comprometimento hepático grave, como:
Icterícia: pele e olhos amarelados.
Ascite: acúmulo de líquido no abdômen.
Edema: inchaço nas pernas.
Emagrecimento sem causa aparente.
Fezes mais claras.
Coceira na pele.
Complicações
Se não for tratada adequadamente, a esteatose hepática pode progredir para condições mais graves, como:
Esteato-hepatite (inflamação do fígado): A gordura acumulada causa inflamação no fígado.
Fibrose hepática: Cicatrização do tecido hepático devido à inflamação crônica.
Cirrose hepática: Estágio avançado da fibrose, onde o fígado fica gravemente danificado e não consegue funcionar corretamente.
Câncer de fígado.
Insuficiência hepática: O fígado perde sua capacidade de funcionar, podendo exigir um transplante.
A esteatose hepática também aumenta o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, e problemas renais.
Diagnóstico
O diagnóstico geralmente começa com a suspeita clínica e a detecção em exames de imagem, como:
Ultrassonografia do abdômen.
Tomografia computadorizada (TC).
Ressonância magnética (RM).
Exames de sangue podem ser solicitados para avaliar a função hepática e a presença de inflamação. Em alguns casos, pode ser necessária uma biópsia do fígado para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão do dano.
Tratamento
Não existe um medicamento específico que cure a esteatose hepática, mas o tratamento se baseia em mudanças no estilo de vida para controlar as causas subjacentes e prevenir a progressão da doença. Os pilares do tratamento incluem:
Perda de peso: É fundamental para pacientes com sobrepeso ou obesidade. Uma perda de 3% a 5% do peso corporal já pode reduzir a gordura no fígado, e perder 7% pode diminuir a inflamação.
Alimentação saudável e equilibrada:
Reduzir o consumo de alimentos processados, frituras, doces, gorduras saturadas e açúcares.
Aumentar a ingestão de vegetais, frutas, grãos integrais, proteínas magras (como feijão, leguminosas e nozes) e gorduras saudáveis (azeite de oliva).
Limitar o consumo de sal.
Prática regular de exercícios físicos: Atividades físicas de intensidade moderada ajudam a perder peso e melhorar o metabolismo.
Controle de doenças associadas: Gerenciar condições como diabetes, colesterol alto, hipertensão e síndrome metabólica com acompanhamento médico e medicamentos, se necessário.
Evitar o consumo de álcool: Essencial para a esteatose hepática alcoólica e recomendado para a não alcoólica.
Medicamentos: Em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos para ajudar no tratamento, como vitamina E (para casos com esteato-hepatite e fibrose), metformina e pioglitazona (para diabéticos), ou orlistat (para controle de peso). No entanto, esses medicamentos devem ser usados sob orientação médica e em conjunto com as mudanças no estilo de vida.
Com o tratamento adequado e o comprometimento do paciente, é possível regredir o quadro de gordura no fígado ou, pelo menos, estabilizar a doença e prevenir complicações mais graves. O diagnóstico precoce é crucial para um melhor prognóstico.
Se você suspeita de esteatose hepática, procure um médico para avaliação e orientação.
Fonte: Gemini


