Salmonella spp.
Salmonella spp.
Salmonella spp. (lê-se "Salmonella espécies") é um termo geral que se refere ao gênero de bactérias Salmonella.
Existem muitas variações (chamadas sorotipos ou sorovares) dentro desse gênero, e a maioria delas pode causar doenças em humanos e animais.
O que é Salmonella?
Salmonella é uma bactéria da família Enterobacteriaceae. Elas são:
Gram-negativas: Uma característica da parede celular que as diferencia de outras bactérias e é importante para o diagnóstico e tratamento.
Em forma de bastonete (bacilos): A sua forma microscópica.
Móveis: A maioria possui flagelos, estruturas que as permitem se mover.
Anaeróbias facultativas: Podem sobreviver e crescer tanto com quanto sem oxigênio.
Tipos de Salmonella e Doenças que Causam
Existem duas espécies principais de Salmonella:
1) Salmonella enterica: Esta é a espécie mais importante para a saúde humana e a mais comum, contendo mais de 2.500 sorotipos diferentes. Dentro da Salmonella enterica, encontramos sorotipos que causam as principais formas de infecção:
Salmonella não tifóide: Causada por muitos sorotipos, como a Salmonella Typhimurium e a Salmonella Enteritidis. São as mais comuns e causam principalmente gastroenterite, que é uma infecção do trato gastrointestinal.
Salmonella tifóide: Causada por sorotipos específicos como a Salmonella Typhi e Salmonella Paratyphi. Estas são responsáveis pela febre tifoide e febre paratifoide, doenças mais graves que podem levar a infecções sistêmicas e são endêmicas em muitas partes do mundo em desenvolvimento.
2) Salmonella bongori: Possui menos sorotipos e é menos frequentemente associada a doenças em humanos.
Como a Salmonella é Transmitida?
A transmissão da Salmonella ocorre principalmente pela ingestão de alimentos ou água contaminados com as fezes de animais (como aves, porcos, répteis, anfíbios e até animais de estimação) ou de pessoas infectadas.
Alimentos comuns associados à contaminação por Salmonella incluem:
Ovos e produtos à base de ovos (maionese caseira, sobremesas com ovos crus ou malcozidos).
Carne de aves (frango, peru) malcozida.
Carnes vermelhas malcozidas.
Leite cru e produtos lácteos não pasteurizados.
Frutas e vegetais que entraram em contato com a bactéria.
Água contaminada.
A contaminação também pode ocorrer por meio de higiene inadequada na cozinha (contaminação cruzada, por exemplo, ao usar a mesma tábua para cortar carne crua e vegetais).
Sintomas da Infecção por Salmonella (Salmonelose)
Os sintomas da salmonelose não tifóide (a forma mais comum) geralmente aparecem entre 6 a 72 horas após a ingestão da bactéria e podem incluir:
- Diarreia (que pode ser aquosa ou, em casos mais raros, conter muco ou sangue).
- Náuseas e vômitos.
- Cólicas abdominais.
- Febre moderada.
- Mal-estar geral.
- Cansaço.
- Perda de apetite.
- Calafrios.
A maioria dos casos de gastroenterite por Salmonella é autolimitada, ou seja, melhora sozinha em poucos dias. No entanto, em crianças, idosos, e pessoas com o sistema imunológico comprometido, a infecção pode ser mais grave e levar a complicações sérias, como desidratação severa ou a disseminação da bactéria para a corrente sanguínea (bacteremia), que pode causar infecções em outros órgãos.
A febre tifoide e paratifoide apresentam sintomas mais severos e sistêmicos, incluindo febre alta prolongada, dor de cabeça, fadiga, perda de apetite, e, em alguns casos, manchas rosadas na pele.
Diagnóstico e TratamentoO diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, geralmente cultura de fezes para identificar a bactéria. Em casos mais graves ou de febre tifoide, culturas de sangue também podem ser realizadas.
O tratamento geralmente envolve:
Reidratação: Fundamental, especialmente em casos de diarreia e vômitos, para repor líquidos e eletrólitos perdidos.
Repouso.
Antibióticos: Em geral, não são usados para a gastroenterite comum por Salmonella (podem até prolongar a eliminação da bactéria). No entanto, são essenciais para casos graves, infecções em pessoas vulneráveis ou para a febre tifoide/paratifoide.
Prevenção
A prevenção é crucial e envolve boas práticas de higiene e segurança alimentar:
Cozinhar bem os alimentos: Especialmente carnes de aves, ovos e carnes vermelhas, garantindo que atinjam temperaturas internas seguras.
Evitar contaminação cruzada: Usar utensílios e tábuas diferentes para alimentos crus e cozidos, e lavar bem as mãos após manusear alimentos crus.
Lavar as mãos: Frequentemente, especialmente após usar o banheiro, trocar fraldas e antes de preparar ou comer alimentos.
Consumir água potável.
Evitar leite e produtos lácteos não pasteurizados.
Fonte: Gemini


