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Inflação de janeiro é a menor em trinta anos, mas o brasileiro nunca pagou tão caro

Inflação de janeiro é a menor em trinta anos, mas o brasileiro nunca pagou tão caro

07/03/2025 Divulgação

O início de 2025 trouxe uma aparente boa notícia para a economia brasileira: o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de apenas 0,16% em janeiro, a menor para o mês desde 1994.

Inflação de janeiro é a menor em trinta anos, mas o brasileiro nunca pagou tão caro

O início de 2025 trouxe uma aparente boa notícia para a economia brasileira: o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de apenas 0,16% em janeiro, a menor para o mês desde 1994. 

Contudo, um olhar mais atento revela que essa desaceleração pode não ser tão positiva quanto parece. A queda foi fortemente influenciada pela redução na tarifa de energia elétrica, um fator pontual que esconde o real cenário de pressões inflacionárias persistentes.

O professor universitário e mestre em negócios internacionais André Charone aponta que os problemas estruturais da economia brasileira não foram resolvidos, e a política monetária do governo segue sendo errática. "O governo comemora uma desaceleração da inflação em janeiro, mas isso não se traduz em alívio real para a população. O que estamos vendo é uma pressão inflacionária persistente nos setores essenciais, como alimentos e transportes", alerta Charone.

De fato, o grupo Alimentação e Bebidas subiu 0,96%, com aumentos expressivos em produtos básicos como cenoura (36,14%) e tomate (20,27%). O transporte também teve uma alta preocupante de 1,30%, impulsionada pelo reajuste das tarifas de ônibus urbano e pelo aumento das passagens aéreas. Esses são indicadores que afetam diretamente o bolso do trabalhador e dos empresários, corroendo o poder de compra e aumentando os custos operacionais das empresas.

Charone critica a condução da política fiscal e monetária do governo, que, segundo ele, não tem conseguido equilibrar crescimento econômico e controle da inflação. "Estamos em um cenário onde o governo tenta intervir artificialmente nos preços para conter a inflação de curto prazo, enquanto a economia real segue desorganizada. O mercado já projeta uma inflação acima da meta para 2025, e o Banco Central foi forçado a elevar a taxa Selic para 13,25% ao ano, o que compromete o crescimento e o acesso ao crédito", analisa o especialista.

O resultado dessas políticas contraditórias é um ambiente de incerteza para investidores e empresários, que precisam lidar com um cenário de juros elevados e uma economia que não consegue deslanchar. "O que vemos é um governo que gasta mais do que arrecada, sem apresentar medidas concretas para estimular o setor produtivo. No fim, quem paga essa conta é a população, que sente no bolso os efeitos dessa inflação disfarçada", destaca Charone.

Outro fator preocupante é o impacto da inflação nos investimentos estrangeiros e na confiança do mercado. A percepção de um governo incapaz de implementar reformas estruturais coerentes desestimula a entrada de capital estrangeiro, essencial para impulsionar setores como infraestrutura, inovação e tecnologia. Sem esses investimentos, o Brasil corre o risco de estagnar ainda mais seu crescimento econômico e perder competitividade no cenário global.

Além disso, o aumento do custo de vida pressiona os trabalhadores e reduz o consumo interno, fator crucial para a recuperação da economia. "Se o governo continuar insistindo em medidas paliativas e sem planejamento de longo prazo, veremos uma desaceleração ainda mais severa nos próximos trimestres. Precisamos de políticas sérias, que ataquem a raiz do problema e promovam um ambiente econômico estável e sustentável", reforça Charone.

Para evitar um cenário de estagnação prolongada, é fundamental que o governo abandone a estratégia de soluções temporárias e passe a implementar reformas estruturais urgentes. A prioridade deve ser a redução do déficit fiscal, a promoção de um ambiente favorável para investimentos e o estímulo ao setor produtivo. “Sem essas ações, o Brasil continuará refém de ciclos inflacionários, comprometendo o crescimento econômico e a qualidade de vida da população. O tempo para ajustes está se esgotando, e o país precisa decidir se seguirá pelo caminho da responsabilidade fiscal ou se afundará ainda mais em um cenário de instabilidade”, conclui André Charone.

* André Charone é contador, professor universitário, Mestre em Negócios Internacionais pela Must University (Flórida-EUA), possui MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV (São Paulo – Brasil) e certificação internacional pela Universidade de Harvard (Massachusetts-EUA) e Disney Institute (Flórida-EUA). 

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