Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revela a crescente vulnerabilidade de edifícios do patrimônio cultural mineiro a desastres relacionados a incêndios. A equipe de pesquisadores, liderada pelo professor Paulo Gustavo von Krüger, desenvolveu uma metodologia inédita para avaliar riscos e propôs soluções corretivas e preventivas. O estudo começou em Ouro Preto e foi aplicado em Brumadinho, demonstrando a necessidade de ações urgentes para proteger o patrimônio histórico.

Segundo o professor Krüger, o número de desastres com o patrimônio cultural aumentou drasticamente no século 21. "Até o fim do século 20, a gente tinha um desastre por década. A partir de 2011 até 2020, registramos, em média, um por ano. De 2021 para cá, o número ficou fora de controle", revelou. A metodologia da UFMG utiliza a sobreposição de três técnicas distintas – Método Chichorro, Análise Global e Arica – para avaliar parâmetros de risco e segurança.

A maioria das 146 edificações avaliadas em Ouro Preto, por exemplo, apresentou falhas significativas em pelo menos um dos critérios, indicando risco médio ou alto de incêndio. Esses dados, segundo Krüger, ajudam o poder público a priorizar intervenções e a criar políticas públicas de preservação e segurança com foco em medidas de baixo custo e alto impacto. 

Com a pesquisa, os especialistas sugeriram adequações nas instalações elétricas, planos de emergência e campanhas de educação patrimonial. O estudo foi financiado pela Fapemig e gerenciado pela Fundação Christiano Ottoni.

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