O aplicativo IUProst®, desenvolvido pela UFMG em parceria com o Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás, combina ciência e tecnologia para promover a reabilitação da continência urinária e sexual de pacientes após o tratamento do câncer de próstata. O projeto visa devolver autonomia e oferecer um cuidado personalizado por meio de uma tecnologia inteiramente nacional.

O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre homens no Brasil, com uma estimativa de mais de 65 mil novos casos diagnosticados a cada ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Após a cirurgia de remoção parcial ou total da próstata (prostatectomia), cerca de 60% dos pacientes enfrentam algum grau de incontinência urinária, uma condição que afeta a autoestima, a vida sexual e o convívio social.

A professora Luciana Regina Ferreira Pereira da Mata, coordenadora do projeto na Escola de Enfermagem da UFMG, afirma que a saúde do homem passa por uma transformação digital. Ela destaca que o IUProst® é o primeiro aplicativo brasileiro de saúde móvel (mHealth) focado na reabilitação pós-prostatectomia. Disponível gratuitamente para os sistemas IOS e Android, o app já ultrapassou 5 mil downloads e conta com 1,3 mil usuários ativos em cinco países.

O IUProst® adota estratégias de gamificação, utilizando desafios, recompensas e níveis de progresso para estimular o engajamento dos usuários. Esta abordagem transforma os exercícios de reabilitação em uma experiência motivadora, facilitando a adesão ao tratamento.

Além disso, está em desenvolvimento a IARA, um chatbot de inteligência artificial que atuará como assistente virtual. A IARA fornecerá lembretes, apoio emocional e orientações personalizadas. O aplicativo também terá módulos de recomendações clínicas personalizadas e dashboards preditivos para mapear riscos, engajamento e a evolução funcional dos usuários.

A professora Luciana da Mata ressalta que o IUProst® é fruto de 15 anos de pesquisa, traduzidos em uma tecnologia viva que aprende com seus usuários. "Cada dado coletado vira conhecimento aplicado à reabilitação, e cada interação é uma oportunidade de humanizar a tecnologia", afirma.

O projeto foi agraciado com diversos reconhecimentos nacionais e internacionais, como o Prêmio de Inovação em Engenharia Biomédica para o SUS e América Latina e o Prêmio Veja Saúde Oncoclínicas de Inovação Médica. O aplicativo desperta interesse de centros de oncologia e hospitais universitários que buscam incorporar o cuidado digital à reabilitação oncológica.

Foto: Divulgação

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