Grupo WhatsApp

Não são apenas números

Não são apenas números

29/04/2022 Marcus Vinícius de Souza

Vinte e duas redações receberam nota mil, 95.788, nota zero, e a média geral de 634,16.

Esses números se referem à prova de redação da última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ao analisar esses dados, quais são as observações, ponderações e preocupações podemos fazer?

Tais índices transcendem o Enem e fazem ecoar um sistema educacional repleto de fissuras, sobretudo a partir dos efeitos que a pandemia de Covid-19 trouxe, e traz, para a performance dos estudantes brasileiros em exames, provas, e, indubitavelmente, no mercado de trabalho e, o mais importante, em suas próprias vidas.

Como base numa leitura superficial desses índices divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), fica nítida a disparidade quanto à capacidade de produção textual dos estudantes brasileiros.

A mediocridade e a insuficiência gritam, nos ouvidos dos pais, das escolas e dos próprios alunos, enquanto a excelência, tímida em um canto, se encolhe.

Os reflexos desse nefasto cenário certamente se tornam mais preocupantes quando associamos tais dados aos 38% de universitários que se encontram na condição de analfabetos funcionais e aos 50% de estudantes brasileiros que fizeram o último Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), no que tange à habilidade de leitura e interpretação de textos, classificados no nível 1, ou seja, o mais baixo dessa avaliação.

Além disso, os efeitos pandêmicos já começam a pedir passagem. Basta verificar as notas da maioria do corpo discente em avaliações escolares neste primeiro trimestre de 2022 para se ter uma ideia do tamanho da defasagem educacional – em todos os sentidos deste termo.

Tal contexto vai se desenhando como um enorme desafio para os professores, afinal são eles que se encontram na linha de frente – expressão muito comum nos últimos anos – do sistema educacional, antes mesmo de reformas, legislações e algumas utopias pedagógicas protagonizarem.

Jogar a culpa na pandemia seria uma atitude bem simplória. No caso da educação, essa mazela apenas robusteceu problemas que estão instalados no país há alguns anos: o déficit educacional, a evasão escolar e o lugar da escola enquanto instituição social no século XXI.

O período pandêmico deu um zoom nos entraves relacionados à formação do estudante brasileiro, seja do sistema público, seja do privado.

De fato, o que público infanto-juvenil fazia detrás de telas que se mostravam, por vezes, escuras? O que acontecia em seus quartos durante as aulas virtuais? Como eles encaravam as avaliações escolares? Como eles encaravam a si mesmos durante o novo normal? Será que havia preocupações reais quanto a esses (in)ofensivos contextos?

Vale ressaltar, ainda, que o déficit na aprendizagem, nítido a partir de 2021, vai trazer, e já está trazendo, defasagens ao ensino superior e ao mercado de trabalho.

Haverá, quem sabe, em muitas pessoas, certa sensação de tempo escolar perdido e de baixa capacidade cognitiva.

Como gestores de ensino, gerenciadores de carreira e empresas vão lidar com isso? Pelo jeito, o futuro exigirá muito mais que planejamento.

Encontrar um lugar no mundo para os futuros adultos não será, apenas, conquistar uma carreira, ter dinheiro, mas, de fato, saber como construir maturidade psicoemocional para lidar com uma sociedade que atravessa uma enorme transição.

Como professor de redação, percebo que, nos últimos dois anos, o número de alunos que me procuram para fazer uma preparação para a prova do Enem e dos vestibulares tem apresentado, inicialmente, muitas dificuldades para se expressar por meio da linguagem escrita.

Conseguimos, no Enem 2021, ter uma média de 930 pontos na produção textual. Isso foi conquistado por meio de uma parceria que fizemos, construída a cada semana, a cada texto entregue pelos alunos, a cada correção, a cada conversa.

O trabalho foi árduo, de muita resiliência, mas rendeu bons resultados. Não houve fórmulas mirabolantes nem milagres para se atingir tais números. Infelizmente, o retrato do país não terminou com a mesma satisfação.

* Marcus Vinícius de Souza é professor, escritor, mestre em Estudos de Linguagens e Oustanding Educator pela Universidade de Chicago, nos EUA.

Para mais informações sobre educação e pandemia clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Fonte: Naves Coelho Comunicação



Segurança e mensalidades lideram escolha de escolas no Brasil

Especialistas destacam que a decisão vai além da conveniência e da questão financeira, exigindo um olhar atento à proposta educativa e aos valores da instituição.

Autor: Divulgação

Segurança e mensalidades lideram escolha de escolas no Brasil

IA na educação: dicas de prompts para estudo

Inteligência artificial se torna aliada do estudo no Paraná. Especialista orienta uso ético e compartilha comandos para alunos.

Autor: Divulgação

IA na educação: dicas de prompts para estudo

Gestão financeira em instituições de ensino

Para que uma instituição de ensino se mantenha sustentável, é indispensável uma gestão financeira eficiente.

Autor: Leonardo Chucrute

Gestão financeira em instituições de ensino

Aprendizado contínuo: o que motiva profissionais a nunca pararem de evoluir

Porque a capacitação permanente deixou de ser opcional e se tornou pilar estratégico para quem deseja se manter competitivo no mercado.

Autor: Eliane Oliveira

Aprendizado contínuo: o que motiva profissionais a nunca pararem de evoluir

O mestre e o samurai: lições do Japão para a sala de aula brasileira

No Japão, quando um professor entra na sala, os alunos se levantam. O gesto é simples, mas carregado de simbolismo.

Autor: Paulo Rocha


Brasileiros buscam programação com 3,9 milhões de pesquisas

O interesse em programação cresce no Brasil. Cursos e linguagens geraram quase 3,9 milhões de buscas online no último ano.

Autor: Divulgação


Univali inaugura centro de aprendizagem Google

Espaço de 150 m² na Univali em Itajaí nasce de parceria com Google for Education e Instituto Manager para fomentar a inovação digital e metodologias ativas.

Autor: Divulgação

Univali inaugura centro de aprendizagem Google

Para que serve uma escola?

Há uma diferença clara entre ordem e violência. Aliás, o uso da violência é fruto da impossibilidade da ordem.

Autor: Daniel Medeiros

Para que serve uma escola?

Histórico escolar passa a ser emitido on-line em todas as escolas da rede estadual

Nova funcionalidade permite a emissão de documento escolar com rapidez, padronização e segurança.

Autor: Divulgação

Histórico escolar passa a ser emitido on-line em todas as escolas da rede estadual

Sobre o dia do professor

Depois de 35 anos, voltei a assistir Sociedade dos Poetas Mortos.

Autor: Daniel Medeiros


Aprendizagem contínua é exigência no mercado de trabalho

Para Virgilio Marques dos Santos atualizar-se constantemente deixou de ser diferencial e virou condição para quem quer seguir relevante.

Autor: Virgilio Marques dos Santos

Aprendizagem contínua é exigência no mercado de trabalho

Educação superior e a autonomia do MEC em xeque

Um dos pilares da Constituição Federal de 1988 é a clareza na definição de competências do Estado brasileiro.

Autor: Janguiê Diniz