Grupo WhatsApp

Valorização da carreira docente vai além de compatibilizar salários

Valorização da carreira docente vai além de compatibilizar salários

15/03/2023 Maria Paula Mansur Mäder

Não é estratégia, é lei; todo ano, em janeiro, deve haver o reajuste do piso salarial do magistério.

Valorização da carreira docente vai além de compatibilizar salários

A meta 17 do Plano Nacional de Educação (PNE 2014/2024) estabelece valorizar os profissionais do magistério das redes públicas da educação básica equiparando seus rendimentos médios aos demais profissionais com a mesma escolaridade. Sim, é um importante meio de dar o devido valor à carreira, mas “só isso não resolve”!

O que vem sendo chamado de “apagão docente” representa um forte alerta para que a carreira do professor seja priorizada em nosso país, já que é justamente ele o principal fator de aprendizagem dos estudantes. Buscar melhorias para a educação não deve se limitar aos projetos e ações para que os alunos alcancem os melhores resultados; ainda que, concomitantemente, são necessários esforços investidos para uma formação docente adequada, capaz de ser atrativa a bons candidatos para a carreira, e sobretudo para o reconhecimento de seu valor profissional - para muito além de uma remuneração compatível, ainda que esta seja condição inerente à valorização.

Os números alarmantes que resultam na previsão de escassez docente, para um horizonte logo ali, a no máximo 20 anos, são indicados em resultados de diversas pesquisas desenvolvidas nos últimos anos, dentre elas uma publicada pela Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil. Fatores como a baixa procura pelos cursos de licenciatura, levando muitas instituições, especialmente as particulares, a extinguirem a oferta. O abandono da profissão se dá por conta da precariedade das condições de trabalho - que vão desde a infraestrutura até as situações de violência em sala de aula - , e sobretudo, à defasagem quantitativa entre professores com até 24 anos, em início de carreira, e aqueles com 55 anos ou mais, encerrando sua trajetória profissional, fomentam a previsão de um déficit de professores na educação básica que pode chegar a 235 mil, em 2040. Isso porque, considerando uma proporção de 20 pessoas entre 3 (três) e 17 (dezessete) anos para cada docente em atividade na educação básica, serão necessários 1,97 milhão de professores para atender a demanda daqui a 17 anos.

Porém, se a porcentagem de crescimento de ingressantes nos cursos de licenciatura continuar diminuindo na proporção em que está hoje - entre 2010 e 2020, enquanto os demais cursos superiores tiveram crescimento de 76%, as licenciaturas aumentaram em 61% -, esse número de docentes não será alcançado.

Para algumas áreas do conhecimento, o cenário é ainda mais grave: cursos de Biologia, Física e Química representam menos de 5% do total de matrículas nas licenciaturas, lembrando que nem todo ingressante chega a concluir o curso, e ainda não são todos os egressos de licenciatura que seguem carreira na docência. Outro dado preocupante é que essa porcentagem de ingressantes só chega a este número porque grande parte dessas matrículas (quase 60% desse total) são na modalidade EaD. Mas isso é problema? Não deveria ser, mas, infelizmente, o cenário real dos cursos que formam docentes a distância não é dos mais promissores.

De acordo com o professor doutor António Nóvoa, respeitado pesquisador na área de formação docente e reitor honorário da Universidade de Lisboa, formar um professor é formar um profissional da educação, assim como formar um médico, referindo-se à importância que deve ser dada à profissão em termos de qualidade, recursos e investimentos. Entretanto, na contramão dessa reflexão lançada por Nóvoa, os cursos em EaD não possuem exigência de formação prática ou de estágios de docência em escolas públicas, resultando, muitas vezes, em egressos com fragilidades para enfrentar os desafios da sala de aula e a responsabilidade com a educação. A oferta desses cursos é grande, e com seu baixo custo atrai justamente um contingente de estudantes que almejam cursar uma faculdade em busca de uma carreira, mas, infelizmente não possuem capacidade para ingressar em cursos mais concorridos e, em geral, profissões melhor remuneradas.

Estamos, portanto, diante de um círculo vicioso, ou como diriam alguns, do “dilema de Tostines”, é preciso romper com essa corrente enquanto ainda há tempo de evitar o apagão docente, valorizando a carreira desde a sua formação, passando pelas condições de trabalho e de remuneração. A missão é desafiadora, mas na pauta da educação, o que não é?!

* Maria Paula Mansur Mäder; doutora em Educação; coordenadora de produção e disseminação no Instituto Positivo.

Para mais informações sobre carreira clique aqui...

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp

Fonte: Central Press



Segurança e mensalidades lideram escolha de escolas no Brasil

Especialistas destacam que a decisão vai além da conveniência e da questão financeira, exigindo um olhar atento à proposta educativa e aos valores da instituição.

Autor: Divulgação

Segurança e mensalidades lideram escolha de escolas no Brasil

IA na educação: dicas de prompts para estudo

Inteligência artificial se torna aliada do estudo no Paraná. Especialista orienta uso ético e compartilha comandos para alunos.

Autor: Divulgação

IA na educação: dicas de prompts para estudo

Gestão financeira em instituições de ensino

Para que uma instituição de ensino se mantenha sustentável, é indispensável uma gestão financeira eficiente.

Autor: Leonardo Chucrute

Gestão financeira em instituições de ensino

Aprendizado contínuo: o que motiva profissionais a nunca pararem de evoluir

Porque a capacitação permanente deixou de ser opcional e se tornou pilar estratégico para quem deseja se manter competitivo no mercado.

Autor: Eliane Oliveira

Aprendizado contínuo: o que motiva profissionais a nunca pararem de evoluir

O mestre e o samurai: lições do Japão para a sala de aula brasileira

No Japão, quando um professor entra na sala, os alunos se levantam. O gesto é simples, mas carregado de simbolismo.

Autor: Paulo Rocha


Brasileiros buscam programação com 3,9 milhões de pesquisas

O interesse em programação cresce no Brasil. Cursos e linguagens geraram quase 3,9 milhões de buscas online no último ano.

Autor: Divulgação


Univali inaugura centro de aprendizagem Google

Espaço de 150 m² na Univali em Itajaí nasce de parceria com Google for Education e Instituto Manager para fomentar a inovação digital e metodologias ativas.

Autor: Divulgação

Univali inaugura centro de aprendizagem Google

Para que serve uma escola?

Há uma diferença clara entre ordem e violência. Aliás, o uso da violência é fruto da impossibilidade da ordem.

Autor: Daniel Medeiros

Para que serve uma escola?

Histórico escolar passa a ser emitido on-line em todas as escolas da rede estadual

Nova funcionalidade permite a emissão de documento escolar com rapidez, padronização e segurança.

Autor: Divulgação

Histórico escolar passa a ser emitido on-line em todas as escolas da rede estadual

Sobre o dia do professor

Depois de 35 anos, voltei a assistir Sociedade dos Poetas Mortos.

Autor: Daniel Medeiros


Aprendizagem contínua é exigência no mercado de trabalho

Para Virgilio Marques dos Santos atualizar-se constantemente deixou de ser diferencial e virou condição para quem quer seguir relevante.

Autor: Virgilio Marques dos Santos

Aprendizagem contínua é exigência no mercado de trabalho

Educação superior e a autonomia do MEC em xeque

Um dos pilares da Constituição Federal de 1988 é a clareza na definição de competências do Estado brasileiro.

Autor: Janguiê Diniz