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Segurança e desafios na recarga domiciliar de veículos elétricos

Segurança e desafios na recarga domiciliar de veículos elétricos

02/08/2024 Giovanni P. Bonometti e Flavio F. de Figueiredo

Especialistas em perícias enumeram pontos e dicas fundamentais para garantir a segurança das edificações no uso cada vez mais frequente das baterias.

Segurança e desafios na recarga domiciliar de veículos elétricos

Entre eles, as instalações elétricas, riscos de incêndios, as normas técnicas exigidas e o que os seguros devem observar, entre outras medidas.

Toda inovação tecnológica, ao chegar ao mercado, traz consigo um ciclo de aprendizado, tanto para fabricantes quanto para usuários e responsáveis por normatização e legislação.

Mesmo que os atuais veículos elétricos sejam bastante seguros, não significa que os processos de aprendizados sobre eles estejam completos.

Um estudo recente publicado pelo jornal The Guardian, com base em dados da Noruega, país com a maior proporção de veículos elétricos em sua frota total, revelou que as chances de incêndio nesse tipo de veículo são quatro a cinco vezes menores do que nos veículos a combustão. Essa é uma excelente notícia. Porém, ainda é necessário, especialmente durante recarga em domicílio, que usuários e órgãos técnicos saibam responder várias questões técnicas:

E se a instalação elétrica não for adequada? É crucial ter em mente que o circuito elétrico do imóvel onde será instalado o ponto de recarga requer uma revisão completa do projeto. Isso inclui a previsão de um circuito trifásico balanceado e dimensionado corretamente para suportar as cargas previstas, que podem chegar a 22 kWh dependendo do veículo e do tipo de carregador, para evitar sobrecargas e curtos-circuitos. Diante de uma legislação ainda incipiente, o Condomínio deve se antecipar, pois também poderá ser afetado quando vários carregadores estiverem operando depois de instalações criadas desordenadamente e sem infraestrutura que ordene esse processo. Por isso, previamente à instalação, é imperativa a apresentação de projeto com ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), tanto para a unidade quanto para o condomínio. A não conformidade com as normas pode resultar em graves problemas elétricos na edificação ou Condomínio, em razão de aumento do risco de sobrecarga, incêndio e choques elétricos. Em ambientes salinos, a oxidação de componentes poderá agravar ainda mais os riscos.

É importante destacar que o sistema deve atender os preceitos das normas da ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, destacando-se: NBR 17019 e NBR IEC 62196.

E se a ventilação for deficiente? Recarregar veículos elétricos em ambientes fechados apresenta perigos que não devem ser negligenciados, principalmente os relacionados à segurança elétrica e à gestão térmica das baterias. A legislação de vários países e estados está desenvolvendo normas específicas para instalação e operação de pontos de carregamento de veículos elétricos. Essas regulamentações podem abordar aspectos como localização adequada dos carregadores, requisitos de segurança elétrica, ventilação adequada e distâncias mínimas entre carros durante o carregamento, dentre outros.

Existe risco de incêndio? O estudo publicado pelo The Guardian mostrou que, durante a operação, esse risco seria ínfimo. No entanto, existem pontos para preocupação com base nas informações disponíveis: as baterias de íon-lítio usadas em veículos elétricos podem superaquecer durante o carregamento, especificamente se estiverem danificadas ou se o sistema de carregamento não estiver funcionando corretamente ou com o software do carregador desatualizado. A ocorrência de um desses eventos em ambiente fechado, com acúmulo de gases inflamáveis ou tóxicos poderá aumentar drasticamente o risco de incêndio.

E se houver incêndio? Incêndios em bancos de baterias podem atingir temperaturas elevadas devido aos materiais utilizados. O calor pode danificar estruturas, revestimentos, vidros e outros elementos de edifícios. As instalações de sprinklers atuais ajudam a amainar a situação, mas não tem vazão suficiente para debelar o fogo; por enquanto recomenda-se o uso de extintores da Classe D, mas o Brasil ainda não possui normas para esses extintores para uso em veículos elétricos

Como ficam os seguros? O ciclo evolutivo do uso dessa tecnologia certamente envolverá o setor de seguros. Existe um monitoramento dos sinistros envolvendo todos os tipos de veículos, incluindo os elétricos, no entanto, mas não há indicadores que apontem riscos adicionais significativos para esses veículo, por isso, especialistas chamam a atenção para dois pontos:

Que as coberturas para riscos de responsabilidade civil sejam revisadas e ajustadas para cima, considerando as situações que podem ocorrer nos locais de carregamento.

Se a utilização de garagem com ponto de abastecimento, for encarada como modificação da destinação e utilização da área, será aceito pelas seguradoras em caso de sinistro?

É evidente que essa tecnologia veio para ficar e continuará a se desenvolver. No entanto, é crucial que usuários, fabricantes, construtores e condomínios se adequem constantemente às leis, normas técnicas e de segurança, as quais também continuarão a evoluir essas normas e leis evoluem lentamente, mas as mudanças resultantes de sinistros podem ser disruptivas. Cabe à sociedade usar sabedoria e o conhecimento técnico existente para evitá-las.

* Giovanni P. Bonometti – Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da USP. Consultor – Figueiredo & Associados Consultoria.

* Flavio F. de Figueiredo – Engenheiro Civil, Consultor. Sócio-Diretor da Figueiredo & Associados Consultoria. Conselheiro do IBAPE/SP – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo.

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