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Imposto de Renda: quem ganha até R$5 mil realmente ficará isento?

Imposto de Renda: quem ganha até R$5 mil realmente ficará isento?

12/12/2025 Divulgação

Nova regra entra em vigor em 2026 e promete aliviar a carga tributária da classe média, mas vem acompanhada de mudanças importantes na tributação de dividendos e de altas rendas.

A promessa do governo de isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$5 mil por mês tem gerado expectativa, mas também dúvidas entre trabalhadores, empresários e profissionais liberais.

Afinal, quem realmente será beneficiado? Quando a regra começa a valer? E como ficam os dividendos e as altas rendas?

Para esclarecer os principais pontos da reforma do Imposto de Renda da Pessoa Física, ouvimos o contador tributarista e professor universitário André Charone, mestre em negócios internacionais e referência em planejamento tributário.

“A grande armadilha é achar que a isenção vale imediatamente. Ela só passa a valer a partir de janeiro de 2026, com reflexos na declaração entregue em 2027”, explica Charone.

O que vale agora em 2025

Atualmente, em 2025, a isenção do Imposto de Renda na folha de pagamento chega, na prática, a quem recebe até dois salários mínimos (R$ 3.036 por mês), graças à combinação da faixa isenta da tabela com o desconto simplificado mensal.

“Muita gente já não paga imposto na fonte hoje, mas isso acontece por um mecanismo técnico da tabela. A isenção formal até R$ 5 mil ainda não está em vigor”, destaca Charone.

A tabela progressiva continua com alíquotas de 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%, aplicadas sobre quem ultrapassa esse limite.

O que muda a partir de 2026

A grande virada vem a partir de janeiro de 2026, quando entra em vigor a nova regra aprovada pelo Congresso. Na prática:

- Quem ganhar até R$5.000 por mês ficará isento de Imposto de Renda;
- Quem ganhar entre R5.000 e R$7.350 terá um desconto parcial, pagando menos imposto;
- Acima desse valor, passa a valer a tabela cheia, como já existe hoje.

“Não é que criaram uma nova tabela do zero. O governo criou um redutor que zera ou diminui o imposto para essas faixas. Na prática, o trabalhador sente o alívio no bolso”, explica Charone.

Isento de pagar não significa isento de declarar

Um erro comum é confundir isenção de imposto com dispensa da declaração. Segundo André Charone, isso pode gerar problemas com a Receita Federal.

“A pessoa pode não pagar imposto, mas ainda assim ser obrigada a declarar, seja por patrimônio, movimentações bancárias, investimentos ou outras regras da Receita. Isso não muda automaticamente com a nova isenção”, alerta.

Dividendos passam a pagar imposto em alguns casos

A reforma também mexe em um dos pontos mais sensíveis do sistema tributário brasileiro: os dividendos.

A partir de 2026:

- Dividendos até R$ 50 mil por mês, por empresa, continuam isentos;
- Valores acima disso passam a sofrer retenção de 10% de Imposto de Renda;
- Para quem mora no exterior, a tributação de 10% passa a ser regra.

“O governo tentou compensar a isenção da classe média com uma tributação maior sobre rendas elevadas e dividendos muito altos. É uma mudança estrutural no modelo brasileiro”, analisa Charone.

Imposto mínimo para super-ricos

Outro ponto relevante é a criação de um imposto mínimo para quem ganha acima de R$600 mil por ano. A alíquota efetiva pode chegar a 10% sobre a renda total, considerando salários, lucros, aluguéis, dividendos e rendimentos financeiros.

“Na prática, a Receita passa a verificar se a pessoa muito rica não está pagando imposto demais ou de menos em relação à sua renda total. Se estiver abaixo do mínimo, ela complementa”, explica.

Quem realmente ganha com a mudança

Na avaliação de André Charone, o maior ganho está na renda do trabalhador formal. “Essa mudança beneficia diretamente quem vive de salário. Professores, técnicos, profissionais da saúde, servidores, trabalhadores da iniciativa privada. É um alívio importante para a classe média”, avalia.

Por outro lado, empresários e investidores precisarão rever estratégias. “Quem recebe altos dividendos vai precisar se planejar melhor, porque a lógica da isenção irrestrita acabou”, afirma.

Quando o contribuinte sentirá o efeito no bolso

- Janeiro de 2026: começa a valer a nova regra na folha de pagamento;
- Em 2027: essas mudanças aparecem na declaração do Imposto de Renda referente a 2026.

Até lá, as regras atuais continuam valendo para salários, pró-labore, autônomos e pessoas físicas em geral.

Alívio ou risco fiscal?

Para Charone, o desafio do governo será manter o equilíbrio das contas públicas. “A isenção até R$5 mil é socialmente positiva, mas precisa ser acompanhada de responsabilidade fiscal. Caso contrário, o custo volta para o próprio cidadão via inflação, juros e endividamento”, conclui.

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Fonte: Rodrigo Almeida



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