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A importação do lixo hospitalar

A importação do lixo hospitalar

25/10/2011 Dirceu Cardoso Gonçalves

O criminoso esquema que fez chegar ao Brasil os carregamentos de lençóis ensangüentados descartados por hospitais norte-americanos, merece toda a atenção das autoridades e a mais severa investigação.

É preciso saber com detalhes se o comprador brasileiro foi enganado ou sabia do que se tratava e – mais que isso – desvendar a técnica usada para burlar as leis e os mecanismos de controle. Também levantar a quanto tempo esse crime vem sendo praticado e quais as suas conseqüências, como a existência de possíveis pessoas ou locais contaminados pelo uso do material. Feito isso, promover o mais completo e justo processo de penalização dos responsáveis. É inadmissível importar lixo hospitalar ou qualquer outro rejeito que possa ocasionar riscos à saúde da população. O Brasil de hoje possui uma vasta legislação com severas normais para a destinação do lixo dos hospitais, farmácias e ambulatórios. Esse material tem de receber tratamento especial e não pode ser descartado em aterros comuns com o restante do lixo das cidades.

Logo, não há a menor possibilidade de se admitir a importação de material contaminado de outros países. As autoridades sanitárias têm o dever de verificar todos os pormenores da entrada do material encontrado em Pernambuco, inclusive dos tecidos já colocados para comercialização, e apurar responsabilidades. Os lençóis, fronhas, travesseiros e outros materiais utilizados em hospitais pode e deve ser reciclado em lavanderias e esterilizadores próprios para a reutilização no estabelecimento ou descartados de forma segura e eficiente. Nunca poderão ser comercializados a terceiros e muito menos “exportados”. O que ocorreu foi uma afronta e nós, os brasileiros, não podemos nos calar.  Além da ação rigorosa das autoridades locais em relação aos esquemas que importaram esse material impróprio ou o adquiriram junto aos hospitais nacionais, há que se esperar comportamento idêntico do governo e das autoridades norte-americanas em relação aos responsáveis pela comercialização e embarque do material supostamente contaminado para o Brasil.

Quem vende lixo hospitalar também poderá vencer rejeitos radioativos e uma série de outros “lixos” que fazem mal à saúde da população. E se o fazem para o Brasil, um país com certa estrutura, legislação e base científica para rejeitar esses produtos, com toda certeza, também devem estar direcionando esse material criminoso aos países extremamente pobres e subdesenvolvidos, numa ação desumana que merece todas as reprimendas. O reaproveitamento do lixo hospitalar é um grave problema de saúde pública e um crime contra a humanidade. Esse procedimento pode promover o alastramento de moléstias que a ciência se esforça para combater. O mínimo que os responsáveis por essa prática podem merecer é a cadeia. E as instituições que não monitoram adequadamente a destinação de seus rejeitos têm ser condenadas, no mínimo, a responder pelos danos causados pela sua incúria e assumir os curtos da reparação...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves* é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).



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