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A Nação e a busca do ponto de equilíbrio

A Nação e a busca do ponto de equilíbrio

26/07/2025 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

Dizem que o Brasil é um País exausto. E sem pender para qualquer das tendências que se digladiam por impor suas teses e interesses à sociedade brasileira, somos obrigados a concordar.

Cada dia nos encontramos mais distantes daquela nação pacífica que, décadas atrás nos foi ensinada como ideal para o bem-estar.

Portanto, somos obrigados a reconhecer que o grande pacto nacional nunca foi presente e nem ao menos visto ao desvendar a próxima curva da longa estrada da vida nacional.

Olhando pelo retrovisor da história, o que nos resta como fragmentos nada mais é do que fugazes momentos de paz e tranquilidade, muitas vezes conseguidos à custa do autoritarismo e logo desmascarados.

A República Velha (1889-1930) conviveu com o autoritarismo dos militares de então, quarteladas e o interesse de paulistas e mineiros, que a batizou Café com Leite em alusão aos principais produtos dos Estados dominantes à época.

Depois a Era Vargas (1930-45), iniciada num golpe de Estado, governo provisório e terminada como ditadura com arroubos de desenvolvimento, luta ideológica insana, perseguição a adversários, parte deles feita presos políticos.

As duas Guerras Mundiais (1914-18 e 1939-45) foram coadjuvantes globais e contribuíram fortemente para nossas aventuras e desventuras.

O período democrático 1946-64 foi aquela colcha de retalhos que muitos de nós ainda lembramos ou recuperamos facilmente, e terminou na deposição do presidente João Goulart, acusado de tentar implantar o comunismo no País.

O regime militar de 1964-85, de direita, sofreu grandes divergências intestinas, conviveu com a luta armada e devolveu o País aos adversários, muitos deles exilados em elegantes ou paupérrimos endereços ao redor do mundo.

A Nova República (1985 ao presente), instalou-se com aquilo que hoje podemos identificar como “fome e sede democráticas” e, ao longo das últimas quatro décadas, fez todo o possível – e até o impossível – para se parecer democrática e não guardar nenhuma feição política herdada dos militares.

O País restabeleceu as eleições em todos os níveis, reabilitou os políticos proscritos, permitiu que outros decolassem e passou a viver a que se pensou uma autêntica democracia. Mas, apesar de todo o instrumental disponível, cedeu espaço para o despertar e fermentação das divergências.

Vivenciamos dois impeachments presidenciais, desavenças, uma profusão de partidos (mais de 30 registrados e outros 70 com pedido de registro) e a falta de acordo ou pacto nacional mínimo, que levou à polarização.

Os ódios afloraram e cresceram até que os políticos começaram uma guerra fratricida. Uns querem matar (ainda que política ou socialmente) os outros e todos deixam a Nação à deriva.

De tanto ser chamado a intervir, o Poder Judiciário  passou a atuar sobre as atribuições do Legislativo e do Executivo e hoje temos o perigoso quadro, onde o Estado Brasileiro sofre retaliações internacionais.

O povo está apreensivo justamente por não saber o que pensar sobre o dia de amanhã. A maior parte do que ouve é previsão de coisas ruins. Poucos conseguem formular o melhor comportamento para uma situação destas.

Precisamos, a qualquer preço, recuperar o ideal de paz, concórdia , desenvolvimento e bem-estar geral. A polarização política nos moldes que nos é imposta – onde os que deveriam nos liderar ocupam-se na tarefa de destruir o adversário – não serve ao País, aos políticos e nem a qualquer um de nós, os cidadãos.

Não queremos a revolução, o golpe de Estado, a guerra e a derrocada das lideranças sociais, políticas ou institucionais. Queremos paz e um ambiente positivo onde cada brasileiro possa viver, produzir e contribuir para a manutenção da sociedade.

Governo, Parlamento, Poderes Institucionais e a Sociedade precisam, com toda celeridade, buscar o ponto de equilíbrio. Sem ele, o futuro será incerto.

São exageradas as expectativas da Terceira Guerra Mundial como resultante do atual quadro internacional – onde os EUA pressionam o mundo – porque, diferente dos anteriores, tal conflito com base nuclear dizimaria grande número de indivíduos e nações.

Mas todas as nações – inclusive o Brasil – devem evitar o confronto com parceiros comerciais, como os EUA. Lembrem-se que, por razões óbvias , o grande vence o pequeno. Exceção apenas ao bíblico episódio de Davi e Golias.

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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