Algumas lembranças do “velho IPUC”
Algumas lembranças do “velho IPUC”
Recordar é viver. E lembrar da época da faculdade e de seus colegas não tem preço!
Em junho ou julho de 1970, fui ao Instituto Politécnico da Universidade Católica de Minas Gerais - IPUC, em Belo Horizonte para fazer a inscrição para meu segundo vestibular.
Na ocasião escolhi engenharia elétrica como opção e nunca me arrependi desta decisão.
Após alguns dias saiu o resultado do vestibuar e eu fui classificado para cursar esta nobre profissão.
Na época, a Universidade ficava em um bairro considerado um pouco afastado e eu e vários colegas utilizávamos o “busão” como forma de deslocamento.
Era um drama! As aulas começavam às 7:15h e muitas vezes os alunos atrasavam ou chegavam com a cara lambida de sono.
Mas, era um orgulho para mim e para minha família estar cursando o curso superior.
Durante um ano utilizei o transporte coletivo para meu deslocamento.
Já no segundo ano minhas queridas primas Eliana e Evelyn foram estudar línguas na Católica e passei a pegar carona todos os dias com elas. Foi um alívio para mim e para o bolso dos meus pais.
Em 1973, já namorando a Luisa que morava em Barbacena, eu ia frequentemente para a Cidade das Rosas nos fins de semana.
Foi quando meu pai me presenteou com um consórcio e algumas ações do Banco Real, que viraram rapidamente recursos para dar um lance e retirar um Fuscão cor azul calcinha.
Foi minha independência para deslocamento em Belo Horizonte e para meus finais de semana.
Foi nesta época que comecei a trabalhar a noite no jornal Diário da Tarde, como diagramador.
Com o que ganhava pagava meu consórcio e minhas idas e vindas à Barbacena.
O que gastava lá era contado: gasolina, cinema, pizza e às vezes um restaurante diferente.
Foi assim até 1975, quando casei com Luisa.
Destas idas e vindas a Barbacena (escrevi uma crônica contando alguns “causos”), tenho que registrar, com grande prazer e alegria, minha amizade com a família Doumith.
No IPUC meu colega de sala José Antonio, tinha um irmão que cursava engenharia mecânica, o João Batista.
Quase todos os sábados pela manhã, tínhamos provas no campus. Depois de comer uma feijoada horrorosa no “bandejão”, partíamos para Barbacena em uma viagem cheia de conversa e expectativas.
Ao chegar lá pelas 15h sempre pegava um lanche na casa da Dona Glorinha, mãe dos “meninos” que fazia um quibe cru divino.
Grandes lembranças!
E na segunda bem cedo voltávamos para BH ainda a tempo da primeira aula.
Foi assim durante alguns inesquecíveis anos.
Formamos em 1975. Até hoje estas lembranças ocorrem em minha mente e quando reencontro meus antigos colegas de Barbacena lembramos das feijoadas dos sábados, das viagens e dos quibes cru, sempre acompanhados de boas gargalhadas.
Em 2025, vamos completar 50 anos de formados. Espero mais 50 de boas lembranças.
Quem sabe um dia destes vamos achar um quibe cru parecido com o da Dona Glorinha e sentir o cheiro das rosas de Barbacena?
* Eduardo Carvalhaes Nobre é engenheiro eletricista formado no "velho IPUC", jornalista e diretor deste site.


