As palavras têm poder, no formato que for. Cautela!
As palavras têm poder, no formato que for. Cautela!
Nem os aparentemente instruídos estão imunes de caírem nessas armadilhas.
Don Miguel Ruiz em seu livro Os quatro compromissos, “diz que a palavra tem imenso poder e não deve ser usada de modo leviano. Ela não é apenas um som ou um símbolo escrito. A palavra é força, é a mais poderosa ferramenta que possuímos como seres humanos”.
Apesar de todos os atributos que nos foram dados, nossa espécie é falha e se desenvolve muito lentamente. Portanto a palavra, uma potência e um dos grandes atributos que possuímos pode ser magnífica e pode ser destruição.
As palavras podem criar prosa, contos, romances, poemas, músicas, discursos e de várias maneiras e em inúmeros formatos, garantindo resultados belíssimos.
Entretanto, o mau uso da palavra pode ser devastador. Haja vista que por muitos meios, a opinião das pessoas é manipulada.
Alguns devem ter ouvido e/ou conhecer a janela de Overton, ou janela do Discurso, nome dado por seu criador Joseph P. Overton, ex-vice-presidente do Centro de Políticas Públicas de Mackinac, Michigan (EUA).
Segundo ele, diversos atores sociais podem escolher não apenas o que as pessoas pensam, mas também como elas pensam.
Esse estudo demonstra ainda o que a sociedade considera aceitável ou não em dado momento. E claro que esse cenário não é estático. É possível mudar a aceitação das pessoas. É possível manipular a opinião pública.
Para isto acontecer as pessoas precisam ser convencidas de novas ideias, ou pelo menos persuadidas a pensarem contra o que normalmente era aceito.
As mudanças na opinião das pessoas podem ser alteradas de inaceitável para verossímil (talvez pense nisso), neutralidade e progredir para aceitável. Ou vice-versa, levando as pessoas a aprovação ou desaprovação de algo.
Um bom exemplo para ilustrar é o da não aceitação da escravidão, que demorou muitos anos até a promulgação da Lei Áurea. A mudança aconteceu gradual e lentamente.
Vale refletir sobre a importância dos protagonistas sociais que influenciam com suas palavras muitos na sociedade e que devem ter responsabilidade com isso.
Os principais deles são: políticos, jornalistas, assessores de imprensa, institutos de pesquisas, relações públicas, agências de lobby, influenciadores, professores, youtubers, instagramers etc.
E são as gerações mais jovens que estão muito abertas aos meios digitais, que contém uma infinidade de informações nem sempre boas e confiáveis, as mais vulneráveis e os alvos fáceis. Por isso, a importância das famílias bem estruturadas e informadas para minimizar o efeito “manada”.
Lembrando que o efeito manado/rebanho é a tendência de seguir outras pessoas em qualquer tipo de decisão, das pequenas do dia a dia até questões de maior relevância.
Isso faz com que as pessoas se comportem de forma semelhante a todos os outros ao seu redor, deixando de lado a decisão individual, a introspecção, o pensar individual mais crítico.
Ideias negativas deixam de ser. Começa-se a ver como respeitável o que antes não era. A ideia se torna sensata. O nazismo é um exemplo extremo desta triste realidade.
Há também o grande perigo da manipulação invisível. As ideias são apresentadas como se já tivessem a aceitação da sociedade, quando isto é apenas uma roupagem para que, criando a sensação de popularidade, as pessoas não se coloquem contrárias.
Acredito que muitos tenham assistido o documentário de Jeff Orlowski,“Dilema das Redes” ( Netflix), cujo o foco foi nos dar material para refletirmos como o uso dos dados de usuários nas rede sociais pode ser perigoso.
Isso pode afetar significativamente o comportamento das pessoas, além da privacidade e da vida das pessoas que são expostas.
Aqui levanta-se claramente o aspecto da capacidade ilimitada das empresas do mundo digital manipularem o cérebro dos usuários.
Neste contexto, o que dizer das famosas “notícias falsas, notícias fabricadas” ou em inglês das “fake news”? Criadas deliberadamente com o objetivo de enganar e confundir.
Por terem grande apelo emocional, elas são aceitas, consumidas e replicadas por muitas pessoas. Em outras palavras, são mentiras apresentadas de forma a parecer notícias verdadeiras e quanto mais apelativas e chocantes melhor.
Uma tristeza em meio a quantidade de mecanismos distorcivos e usadas intencionalmente para manipular pessoas.
Por fim, comento também sobre as “meias-verdades”, “é a hipocrisia do argumento, um atalho para obtenção de resultados convenientes, um passaporte seguro para bons antecedentes, uma carta de recomendação para manipulação dos fatos.
O articulador da meia verdade é mais covarde que o mentiroso: ele não mente, ele fala a verdade quanto ao que não importa muito para esconder a mentira sobre aquilo que é fundamental.
Com isso cria-se uma cortina de fumaça sobre tudo quanto efetivamente merece atenção e se resguarda da obrigatoriedade de explicar sua indignidade”. Essa explicação foi extraída do livro “Olhares para os sistemas”.
Finalizo esse texto com tristeza e mencionando firmemente a palavra CAUTELA! Nem os aparentemente instruídos estão imunes de caírem nessas armadilhas.
* Viviane Gago é advogada e consteladora pelo Instituto de Psiquiatria da USP (IPQ/USP) com parceria do Instituto Evoluir e ProSer e facilitadora pela Viviane Gago Desenvolvimento Humano.
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Fonte: Conecte Comunicação


