Em Belo Horizonte, SOS para o bairro do Prado
Em Belo Horizonte, SOS para o bairro do Prado
Nos países que mantêm apreço pelos bens da civilização, prevalece atualmente a decisão de valorizar a vida e o bem-estar da população.
Isso se faz pela implantação das áreas de lazer, pela melhoria do sistema de transportes, pela preservação das construções históricas, pelo aprimoramento da segurança dos cidadãos, pela despoluição, pela implantação de equipamentos urbanos (aí incluídos os que possibilitam o lazer saudável), enfim, pela valorização de todas as conquistas da civilização contemporânea. Hoje se sabe que tudo isso pode ser feito, sem prejuízo das atividades econômicas, de primordial importância para a sociedade.No Brasil onde, na contramão da História, predomina, com freqüência, o bem-estar de uma minoria contra a maioria dos cidadãos, ainda se sacrifica o conforto dos moradores em benefício de iniciativas não sintonizadas com o bem-estar de todos. Basta um olhar atento à situação precária das rodovias, às construções irregulares, ao estado precário da segurança pública, à impunidade (quase generalizada) da corrupção e ao mau funcionamento da máquina da Administração Pública em praticamente todos os setores que afetam de perto a vida do cidadão.
Esta longa introdução vem a propósito de algo que tem sido anunciado pela imprensa nas últimas semanas: está em andamento na Câmara Municipal um projeto que pretende transformar o calmo e tradicional bairro do Prado em um Pólo Fashion. Ora, antes de qualquer iniciativa como essa, os interessados deveriam ouvir os moradores do bairro. Será que eles aceitariam ter um destino semelhante ao do vizinho Barro Preto?
Todo o mundo sabe o que aconteceu com aquele local, um dos melhores e mais aprazíveis de Belo Horizonte, que se transformou em um lugar desagradável, poluído, barulhento e onde a paz dos moradores foi definitivamente banida pela ação de assaltantes à mão armada. O Barro Preto não merecia isso. Será que o Prado merece?
Bairro tradicional, em que grande parte dos moradores ainda se conhece e a vida flui tranqüila, apesar dos corredores de trânsito (como o da rua Cuiabá, que se tornou perigosa) e das muitas confecções, ali em funcionamento.
Será isso o que desejamos para os nossos bairros? Será essa a melhor amostra do urbanismo que pretendemos adotar na contramão do que ocorre em várias cidades do Brasil e do mundo? O Prado mineiro não merece isso