Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Entre o barril de petróleo e o de pólvora

Entre o barril de petróleo e o de pólvora

17/04/2024 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Mais com os reflexos da instabilidade naquela região do planeta sobre a economia geral do que com os com o destino da população dos países em conflito. É importante ter clara essa reflexão.

É de lá que vêm a maioria do petróleo que movimenta a frota de veículos, a indústria e aquece o frio de muita gente. A região detém 61% das reservas mundiais do óleo e controla as vias e meios de exportação aos consumidores.

Se as desavenças aumentam e ocorre uma conflagração regional, o primeiro reflexo é a redução da produção petrolífera e o consequente aumento dos preços da gasolina, diesel e demais derivados.

Isso, além do desconforto que traz ao consumidor na hora de abastecer seu veículo, provoca o desequlíbrio econômico e – pasmem – pode até interferir nas eleições mundo afora, principalmente na dos Estados Unidos – a maior economia – que já se encontra em curso.

O desentendimento entre os povos do Oriente Médio é coisa antiga e reúne aspectos geopolíticos, econômicos, sociais e, especialmente, religiosos. São divergências que dificilmente chegarão a um consenso.

O advento do petróleo, que enriqueceu a região, é um controlador mas, quando sai da medida, envia sua instabilidade para todo o planeta.

Recorde-se o grande choque do petróleo, de 1973, quando os países produtores reduziram a prospecção em seus poços e deixaram importantes consumidores carentes da energia.

Hoje, talvez, as consequências não sejam daquele tamanho porque temos produtores do óleo em outras regiões, entre eles o Brasil que, pelo menos teoricamente, não se subjuga à política daquela região. Mas, de qualquer forma, seria um problema com o qual ninguém contava.

A região tem merecido a atenção e preocupação desde quando o grupo terrorista Hamas atacou Israel, em outubro passado.

Depois Israel revidou e a guerra entre israelenses e palestinos já, infelizmente, fez milhares de mortos – muitos deles civis, mulheres e crianças que nada tinham em relação ao conflito.

Aos poucos, a guerra vai esbarrando em interesses regionais e provocando a solidariedade de grupos. Israel matou dias atrás militares do Irã, em represália ao apoio dos iranianos ao Hamas.

No sábado, o Irã atacou Israel que demonstrou competência na vigilância de seu território e derrubou a quase totalidade dos artefatos disparados pelo adversário. Agora verifica-se o mau-humor e o quadro de ameaças.

A ONU (Organização das Nações Unidas) reuniu seu conselho de segurança, mas apenas lamentou o ocorrido, sem chegar a qualquer conclusão. Seu secretário-geral, o diplomata português Antonio Guterrez, adverte que a situação é perigosa.

Vamos torcer para que o presidente Lula deixe o Brasil fora dessa contenda, pois seus pronunciamentos sobre política internacional não têm agradado e nem trazido dividendos à diplomacia brasileira.

Quando menino - no pós 2ª Guerra Mundial - ouvi muitas vezes dizerem que “em tempo de guerra, há mais mentira do que terra”.

Isso me leva a pensar que, embora provoque desconforto aos seus clientes de petróleo e derivados, mesmo que a guerra se consolide no Oriente Médio, dificilmente sairá da região.

Assim sendo, não vejo motivo para os temores já manifestados por alguns de que isso seja o estopim da 3ª Guerra Mundial.

Sou daqueles que, por uma série de motivos, especialmente pela disponibilidade de sofisticados armamentos capazes de destruir o planeta várias vezes ao mesmo tempo, não haverá governantes loucos o suficiente para apertar o botão do Apocalipse.

Até por uma questão de sobrevivência, os conflitos serão sempre regionais e raramente empregarão armas nucleares por um simples motivo: depois do primeiro tiro poderá estar perdido o controle e a possibilidade de armistício ou conciliação.

Penso, no entanto, que tudo o que se puder fazer para evitar os conflitos é salutar. Não brigue com quem tem petróleo; você ainda vai necessitar dele por pelo menos 30 anos...

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

Para mais informações sobre guerra clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp



A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O Pronto Atendimento e o desafio do acolhimento na saúde

O trabalho dentro de um hospital é complexo devido a diversas camadas de atendimento que são necessárias para abranger as necessidades de todos os pacientes.

Autor: José Arthur Brasil


Como melhorar a segurança na movimentação de cargas na construção civil?

O setor da construção civil é um dos mais importantes para a economia do país e tem impacto direto na geração de empregos.

Autor: Fernando Fuertes


As restrições eleitorais contra uso da máquina pública

Estamos em contagem regressiva. As eleições municipais de 2024 ocorrerão no dia 6 de outubro, em todas as cidades do país.

Autor: Wilson Pedroso


Filosofia na calçada

As cidades do interior de Minas, e penso que de outros estados também, nos proporcionam oportunidades de conviver com as pessoas em muitas situações comuns que, no entanto, revelam suas características e personalidades.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


Onde começam os juros abusivos?

A imagem do brasileiro se sustenta em valores positivos, mas, infelizmente, também negativos.

Autor: Matheus Bessa