Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Guerras e ódio: novo-tempo?

Guerras e ódio: novo-tempo?

12/11/2023 Gustavo Tadeu Alkmim

Outubro de 2023. O menino palestino está assustado, paralisado. Corpo treme. Olhos arregalados. Pavor. Medo. Crise de pânico. Abraçado pelo médico, chora, num desabafo incontrolável. Os soluços comovem. E simbolizam a guerra.

1943. A adolescente judia esconde-se no sótão do prédio. Amsterdam, ocupada por nazistas alemães. Escreve um diário narrando sua angústia, ansiedade, tensão. Perseguição, racismo. Guerra.

Oitenta anos separam as duas guerras. Tantas mais aconteceram antes e durante. Tantas acontecerão.

O ser humano alcançou estágios inimagináveis, na tecnologia, na medicina, nos esportes — e continua guerreando como nos tempos das cavernas. Em nome de uma nação, uma crença ou uma ideologia, muito se matou. Muito se mata.

Do homo sapiens aos tempos de Inteligência Artificial, o que mudou nas guerras além da sofisticação armamentista?

O homem contemporâneo, evoluído, civilizado, conectado virtualmente, mata e tortura tal qual um medieval, bárbaro e inculto dos séculos passados.

As guerras e o dia a dia traduzem o mesmo clima fundamentalista, de ódio e intolerância, em que o outro deve ser exterminado pelo simples fato de ser diferente.

Ano Novo. Esperança de um novo-tempo. Chega dia 2, avançamos a fevereiro, Carnaval, Semana Santa, quando nos damos conta passaram os Dias das Mães e dos Pais.

Logo nos deparamos com outubro, e não tarda a percebermos os arranjos natalinos. Assim, renovamos as expectativas esquecidas ao longo dos meses.

O que fazer? Não perder a capacidade de indignação e luta. Resistir no dia a dia. A jornalista Eliane Brum usa a metáfora da floresta — onde a seca é superada pela chuva, flores surgem nos lugares devastados, fungos se comunicam, árvores conversam e animais semeiam a mata.

E nós, que semeamos — por inércia ou complacência — a guerra no mundo e o clima de ódio no cotidiano, precisamos refletir sobre como aprendemos tão pouco em séculos de existência.

Nós, isolados por meses (com a pandemia e o vírus mortal), insistimos em isolar o outro pela morte. Pelo ódio.

Lutemos como floresta, agarrando-nos às brechas da vida, usando a alegria como forma de resistência, ocupando os espaços vazios.

Lutar con-vivendo: dançando, fazendo arte, conversando, festejando, beijando, rindo com o outro, não do outro. Mirando no menino palestino e na adolescente judia, pensemos sobre isso, neste novo-tempo que nos espera.

* Gustavo Tadeu Alkmim é mestre e doutor em Literatura e Estudos Culturais, e autor do livro “O futuro te espera”.

Para mais informações sobre guerras clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp

Fonte: LC Agência de Comunicação



O mal-estar da favelização

Ao olharmos a linha histórica das favelas no Brasil, uma série de fatores raciais, econômicos e sociais deve ser analisada.

Autor: Marcelo Barbosa


Teatro de Fantoches

E se alguém te dissesse que tudo aquilo em que você acredita não passa de uma mentira que te gravaram na cabeça? E que o método de gravação é a criação permanente de imagens e de histórias fantásticas?

Autor: Marco Antonio Spinelli


Esquerda ou direita?

O ano de 2020 passou, mas deixou fortes marcas no viver dos seres humanos.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O investimento público brasileiro e a estruturação social inclusiva

O investimento público desempenha um papel crucial no desenvolvimento de uma nação.

Autor: André Naves


Eleições 2024: o que vem pela frente

Em outubro de 2024, os brasileiros retornarão às urnas, desta vez para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores de seus municípios.

Autor: Wilson Pedroso


Seja um líder que sabe escutar

Uma questão que vejo em muitas empresas e que os líderes não se atentam é sobre a importância de saber escutar seus colaboradores.

Autor: Leonardo Chucrute


Refugiados, ontem e hoje

A palavra “refugiados” vem da palavra fugir.

Autor: Solly Andy Segenreich


A solidão do outro lado do mundo

Quem já morou no exterior sabe que a vida lá fora tem seus desafios.

Autor: João Filipe da Mata


Um lamento pelo empobrecimento da ética política

Os recentes embates, físicos e verbais, entre parlamentares nas dependências da Câmara Federal nos mostram muito sobre o que a política não deve ser.

Autor: Wilson Pedroso


Governar com economia e sem aumentar impostos

Depois de alguns tiros no pé, como as duas Medidas Provisórias que o presidente editou com o objetivo de revogar ou inviabilizar leis aprovadas pelo Congresso Nacional - que foram devolvidas sem tramitação - o governo admite promover o enxugamento de gastos.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A poderosa natureza

O dinheiro é um vírus que corrompe tudo e quando a pessoa se “infecta”, dificilmente se livra.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


A maior eleição do mundo e o nacionalismo hindu

O ano de 2024 está sendo considerado o superano das eleições pelo mundo. Ao todo, mais de 50 países terão pleitos variados, dentre os quais o Brasil e os Estados Unidos.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray