Mais agentes autônomos de investimentos no mercado
Mais agentes autônomos de investimentos no mercado
O número de investidores vem crescendo no Brasil já há uns bons anos.
E quando paramos para analisar esse diagnóstico, costumamos nos debruçar sobre planilhas econômicas que mostram a variação da Taxa Selic, o desempenho do mercado externo, o Índice Bovespa e outras variáveis que explicam de onde vem o estímulo para a entrada de novos interessados no mercado financeiro.
Mas outro termômetro que ajuda a confirmar esse crescimento dos investidores é a quantidade de novos agentes autônomos no setor.
Desde o fim de 2019, o número de pessoas físicas credenciadas a captar novos clientes para as instituições financeiras e a receber ordens de compra e venda cresceu 50%.
A exemplo de alguns investimentos à disposição, o número de agentes autônomos de investimentos ativos é tão volátil que é até difícil estabelecer um número atualizado, mas até agosto eles eram cerca de 14.400.
Os números são da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras (Ancord), que considera somente os agentes que atuam como pessoa física, portanto fora das corretoras.
Apesar desse aquecimento, o mercado ainda precisa de uma boa carga de novos profissionais, visto que cada um atende em torno de 80 a 100 clientes.
Para os próximos cinco anos, dada a injeção de novos investidores no mercado, haverá espaço para até três vezes a quantidade que se tem hoje de profissionais.
Para quem se habilita a atuar no mercado financeiro, é uma excelente notícia. Mas esse é um setor em que os ingressantes mostram-se cada vez mais capacitados.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regulamenta todo o mercado no país, estabelece que os agentes tenham pelo menos o ensino médio.
Mas a própria Ancord confirma que todos os novos cadastrados de 2021 apresentavam ensino superior completo. Com um adendo: 23% deles têm pós-graduação, 4% têm mestrado e 1% são doutores ou pós-doutores.
É importante frisar – e a CVM apregoa bastante isso – que os agentes autônomos não são consultores financeiros nem analistas de mercado, e também não podem administrar carteiras de investimentos.
Mas eles têm papel relevante como prepostos de instituições financeiras que operam com investimentos, e são o elo mais próximo do mercado com os investidores.
Ter esse entendimento é importante para quem está aterrissando no mercado e tentando entender como tudo funciona.
Como cerca de 80% dos agentes estão vinculados a alguma corretora, esse esclarecimento costuma ser fácil, já que as pessoas procuram as instituições para iniciar seus primeiros passos.
De toda forma, como em qualquer outro setor, compreender o serviço que o agente autônomo pode oferecer é o prelúdio para alcançar os ganhos que cada investidor deseja.
* Fábio Orneles é assessor da Atrio Investimentos.
Fonte: Naves Coelho Comunicação