Grupo WhatsApp

Marco para o agronegócio

Marco para o agronegócio

04/07/2025 Eduardo Berbigier

Derrubada do veto aos fundos de investimentos agrários e o reforço ao Fiagro.

A recente derrubada do veto presidencial ao trecho do PLP 68/2024 que isentava os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio (Fiagros) da incidência do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) representa uma vitória significativa para o setor agrícola brasileiro.

Essa decisão, capitaneada por parlamentares ligados ao agronegócio, reafirma o compromisso do Legislativo com a derrubada do veto presidencial ao trecho do PLP 68/2024 com o fomento e a segurança jurídica de um dos pilares da economia nacional.

O governo havia argumentado inconstitucionalidade na exclusão dos fundos, mas o Congresso prevaleceu, garantindo que o arcabouço fiscal da reforma tributária não desestimule os investimentos essenciais no campo.

A ausência de incidência do IBS e da CBS sobre os Fiagros é uma medida que consolida a atratividade desses instrumentos de investimento.

Lançados em 2021, os Fiagros foram criados justamente para trazer capital novo e desburocratizado para o agronegócio, permitindo que investidores de diversos portes apliquem recursos diretamente nas cadeias produtivas do setor, desde a produção primária até a industrialização e comercialização.

A derrubada do veto assegura que essa finalidade primordial não seja comprometida pela reforma tributária, mantendo a competitividade dos Fiagros frente a outras opções de investimento.

Do ponto de vista legal e legislativo, a decisão do Congresso reforça a clareza e a previsibilidade fiscal para os investidores do Fiagro.

A incerteza quanto à tributação do novo Imposto sobre Valor Adicionado (IVA Dual) poderia desestimular a alocação de capital nesse fundo, que já se tornou uma importante via para o financiamento do setor.

A manutenção da isenção tributária para o Fiagro alinha-se com o histórico de incentivos fiscais para o agronegócio, reconhecendo sua importância estratégica para a balança comercial e a segurança alimentar do país.

A legislação que criou o Fiagro (Lei nº 14.130/2021) já previa certas isenções, e a derrubada do veto protege e estende esse regime favorável no contexto da nova tributação sobre o consumo (na gôndola do supermercado).

A derrubada do veto tem repercussões imediatas e de longo prazo. E traz diversas vantagens para o campo. A principal delas é a manutenção da isenção de impostos sobre as taxas de aluguel dos imóveis de Fiagros, o que facilita o acesso ao crédito e estimula investimentos no setor agropecuário.

Além disso, a decisão evita a tributação de novos impostos, como o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS), que poderiam encarecer os custos para os produtores e investidores. 

Em primeiro lugar, ela oferece uma segurança jurídica para os atuais e futuros investidores em Fiagros, eliminando uma nuvem de incerteza que pairava sobre a rentabilidade desses ativos após a aprovação da reforma tributária. Essa clareza é vital para a confiança do mercado.

Em segundo lugar, a isenção de IBS e CBS confirma a atratividade dos Fiagros, atraindo mais capital para o agronegócio. Esses fundos superam barreiras do crédito rural tradicional e complementam o financiamento via CRAs e LCAs.

Essa diversificação é fundamental para a expansão e modernização do setor, especialmente para pequenos e médios produtores.

A manutenção da isenção de impostos, como o IBS e a CBS, sobre as taxas de aluguel de imóveis em Fiagros e FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) é crucial para o setor.

Essa isenção era uma reivindicação da bancada do agro, que argumentava que a tributação poderia prejudicar o acesso ao crédito e o desenvolvimento das atividades agrícolas.

Estímulo a investimentos: A decisão do Congresso beneficia mais de 600 mil investidores, que têm um tíquete médio de R$ 15 mil e movimentam mais de R$ 40 bilhões, segundo a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). A manutenção da isenção incentiva a continuidade e o aumento dos investimentos no setor.

Acesso ao crédito facilitado: Com a isenção de impostos, o custo do crédito para produtores rurais e empresas do agronegócio tende a ser menor, o que facilita o acesso a recursos financeiros para investimentos em produção, tecnologia e infraestrutura.

Crescimento do setor: A derrubada do veto e a manutenção das condições favoráveis para os Fiagros contribuem para o crescimento do setor agropecuário, que é um dos pilares da economia brasileira.

Impacto positivo na economia: O setor agropecuário é responsável por uma parcela significativa do PIB nacional, e a manutenção de condições favoráveis para o desenvolvimento do setor pode gerar impactos positivos na economia como um todo, como aumento da produção, geração de empregos e aumento das exportações.

Monitoramento

Os próximos passos envolvem a consolidação dessa decisão no texto final da regulamentação da reforma tributária. O Congresso, ao reverter a posição do Executivo, reafirmou seu papel na definição de políticas setoriais cruciais.

O setor do agronegócio continuará monitorando, de perto, a implementação de outras leis complementares da reforma tributária para garantir que nenhum outro dispositivo venha a impactar negativamente a estrutura de financiamento e a competitividade do campo.

A derrubada do veto é um precedente importante da força da bancada ruralista e da prioridade do agronegócio no cenário legislativo.

Essa consolidação regulatória do Fiagro impulsiona um financiamento mais robusto e desburocratizado, essencial para a prosperidade do setor e sua contínua contribuição à economia.

* Eduardo Berbigier é advogado tributarista, especialista em Agronegócio, membro dos Comitês Jurídico e Tributário da Sociedade Rural Brasileira e CEO do Berbigier Sociedade de Advogados.

Para mais informações sobre agronegócio clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp

Todos os nossos textos são publicados também no Facebook e no X (antigo Twitter)

Quem somos

Fonte: RV Comunicação



Para onde caminha a humanidade?

O pragmatismo está ampliando a confrontação econômica. Novas formas de produzir e comercializar vão surgindo com mais rigidez e agilidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Reforma Tributária: mudança histórica ou novo capítulo do caos fiscal

A Reforma Tributária entra na fase prática em 2026 com a criação do IBS e da CBS, que passam a incidir com alíquotas reduzidas.

Autor: Eduardo Berbigier


Austeridade fiscal, caminho obrigatório para ordem e progresso

Quando se aproximam as eleições, o brasileiro se pergunta se é possível ter um país melhor em condições de vida para todos os cidadãos. É o que se deseja.

Autor: Samuel Hanan


Impeachment não é monopólio

A decisão de Gilmar Mendes e o estrangulamento institucional.

Autor: Marcelo Aith


Nova lei da prisão preventiva: entre a eficiência processual e a garantia individual

A sanção da Lei 15.272, em 26 de novembro de 2025, representa um marco na evolução do processo penal brasileiro e inaugura uma fase de pragmatismo legislativo na gestão da segregação cautelar.

Autor: Eduardo Maurício


COP 30… Enquanto isso, nas ruas do mundo…

Enquanto chefes de Estado, autoridades, cientistas, organismos multilaterais e ambientalistas globais reuniam-se em Belém do Pará na COP 30, discutindo metas e compromissos climáticos, uma atividade árdua, silenciosa e invisível para muitos seguia seu curso nas ruas, becos e avenidas do Brasil e do mundo.

Autor: Paula Vasone


Reforma administrativa e os impactos na vida do servidor público

A Proposta de Emenda à Constituição da reforma administrativa, elaborada por um grupo de trabalho da Câmara dos Deputados (PEC 38/25) além de ampla, é bastante complexa.

Autor: Daniella Salomão


A língua não pode ser barreira de comunicação entre o Estado e os cidadãos

Rui Barbosa era conhecido pelo uso erudito da língua culta, no falar e no escrever (certamente, um dos maiores conhecedores da língua portuguesa no Brasil).

Autor: Leonardo Campos de Melo


Você tem um Chip?

Durante muito tempo frequentei o PIC da Pampulha, clube muito bom e onde tinha uma ótima turma de colegas, jogadores de tênis, normalmente praticado aos sábados e domingos, mas também em dois dias da semana.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


Dia da Advocacia Criminal: defesa, coragem e ética

Dia 2 de dezembro é celebrado o Dia da Advocacia Criminal, uma data emblemática que, graças à união e à força da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim), integra o calendário oficial das unidades federativas do país.

Autor: Sheyner Yàsbeck Asfóra


STF não tem interesse – nem legitimidade – em descriminalizar aborto

A temática relativa ao aborto e as possibilidades de ampliação do lapso temporal para a aplicação da exclusão de ilicitude da prática efervesceram o cenário político brasileiro no último mês.

Autor: Lia Noleto de Queiroz


O imposto do crime: reflexões liberais sobre a tributação paralela nas favelas brasileiras

Em muitas comunidades brasileiras, especialmente nas grandes cidades, traficantes e milicianos impõem o que chamam de “impostos” – cobranças sobre comerciantes, moradores e até serviços públicos, como transporte alternativo e distribuição de gás.

Autor: Isaías Fonseca