Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O acordo em Copenhagen

O acordo em Copenhagen

17/12/2009 Marcos Morita

Apesar do impasse nas negociações, Copenhagen 2015 será um marco na história.

Rio e Kyoto também tiveram seu papel, porém o aquecimento global era ainda apenas uma ameaça. De lá para cá as previsões se concretizaram numa velocidade impressionante.

Caso um acordo não seja assinado, talvez possamos esperar pelo próximo encontro em 2025, o que acredito não seja a melhor saída. Como num jogo de futebol, já estamos na prorrogação. Os governos discutem metas para redução de emissões de carbono, financiamento para os países subdesenvolvidos, preservação das florestas, energias renováveis. Apesar do foco nos chefes de estado, a responsabilidade deve ser compartilhada entre empresários e cidadãos, uma vez que fazemos parte do mesmo sistema. As corporações, para se adaptar aos novos tempos, criam produtos menos agressivos ao meio ambiente: carros menos poluentes e econômicos, eletrônicos que consomem menos energia, sacolas plásticas retornáveis. Reciclar o lixo, pilhas, cartuchos de impressora, baterias de celular, óleo de cozinha, fechar a torneira, apagar a luz e consumir orgânicos são atitudes que competem aos moradores do planeta, sejam eles cidadãos comuns, empresários ou governantes.

Apesar das inúmeras vertentes possíveis para tentar solucionar o problema - borrifar vapor de água salgada sobre os oceanos, jogar toneladas de dióxido de enxofre no céu, plantar árvores no deserto - utilizarei o recorte da teoria dos jogos para tentar entender o impasse nas negociações. Exemplos desta teoria são o Dilema do Prisioneiro e o Equilíbrio de Nash. O primeiro supõe que cada jogador queira aumentar sua própria vantagem, sem se importar com o resultado do outro. Já o Equilíbrio de Nash, apresentado no filme Uma Mente Brilhante, demonstra que os jogadores obteriam um resultado melhor caso cooperassem. Os países têm desconfiança mútua. Entretanto, caso o Brasil decida reduzir as emissões e o desmatamento na Amazônia, quem garantirá que milhares de toneladas de carvão não serão queimados do outro lado do globo, suportando taxas de crescimento de dois dígitos ao ano, inundando o país com produtos Made in China? As empresas por sua vez têm investido em inovações, consumindo tempo e dinheiro em tecnologias ainda incertas sob o aspecto comercial.

Como os produtos verdes ainda não possuem escala e preço atrativo, precisam continuar oferecendo os atuais, mesmo que pouco sustentáveis, com o risco dos ataques dos concorrentes. Entre os cidadãos comuns, há uma parcela cada vez maior que se preocupa com o meio-ambiente, adotando atitudes sustentáveis. Por outro lado, as últimas enchentes demonstraram que outra parte ainda continua jogando lixo nas ruas e córregos, prejudicando a todos. Estes exemplos reais demonstram que estamos longe do Equilíbrio de Nash, baseado na cooperação. Como mencionado, os noventa minutos já se acabaram. Faltam agora dois tempos de quinze, apenas. Podemos repensar o modelo atual, levando a decisão para os pênaltis ou continuar com o Dilema do Prisioneiro, arriscando o gol de ouro e a morte súbita. Infelizmente não há como começar o jogo novamente.

*Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas e professor da Universidade Mackenzie. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.



Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O Pronto Atendimento e o desafio do acolhimento na saúde

O trabalho dentro de um hospital é complexo devido a diversas camadas de atendimento que são necessárias para abranger as necessidades de todos os pacientes.

Autor: José Arthur Brasil


Como melhorar a segurança na movimentação de cargas na construção civil?

O setor da construção civil é um dos mais importantes para a economia do país e tem impacto direto na geração de empregos.

Autor: Fernando Fuertes


As restrições eleitorais contra uso da máquina pública

Estamos em contagem regressiva. As eleições municipais de 2024 ocorrerão no dia 6 de outubro, em todas as cidades do país.

Autor: Wilson Pedroso


Filosofia na calçada

As cidades do interior de Minas, e penso que de outros estados também, nos proporcionam oportunidades de conviver com as pessoas em muitas situações comuns que, no entanto, revelam suas características e personalidades.

Autor: Antônio Marcos Ferreira