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O Brasil e as tarifas de Trump

O Brasil e as tarifas de Trump

18/02/2025 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

O conselho do ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos – diplomata Rubens Barbosa – para que o governo brasileiro evite confronto com o yankee sobre a tributação de 25% ao aço e ao alumínio que fornecemos à indústria norte-americana, é uma importante salvaguarda dos nossos interesses frente ao recém-empossado presidente Donald Trump.

Isso porque a recíproca retaliadora, comentada dias atrás pelo presidente Lula, não resolveria o problema e, conforme sua evolução, ainda poderia comprometer as relações entre os dois países, parceiros durante dois séculos, desde a nossa Independência e a montagem da nação do hemisfério norte.

Trump assume o segundo mandato presidencial com a disposição de reformar as relações do seu país com o resto do mundo.

Cria novo imposto para o comércio internacional – onde um dos objetivos é fazer frente à escalada da China, que realiza uma política agressiva e tendente a confrontar os interesses norte-americanos.

E, junto com a China, estabeleceu novas tarifas tributárias para as relações com México, Canadá e o Brasil. Tudo, no entanto, está anunciado e encaminhado, mas suspenso para negociação.

Aí a utilidade da opinião de Barbosa. Fora os dois governos, o setor de aço e alumínio tem experiência e força para negociar seus interesses.

Tanto que em 2018 – quando Trump assumiu nos EUA o primeiro mandato e tentou criar os tributos, o setor conseguiu a sua suspensão e o estabelecimento de cotas de fornecimento das mercadorias à indústria estadunidense.

Hoje, entre as muitas questões a resolver, encontra-se a ideológica. Trump é um político de direita e Lula de esquerda.

Precisam se acautelar para interesses que nem são de suas nações, mas tendências internacionais possam criar dificuldades de relacionamento.

Não há razão para que os governos tenham confronto de ordem político-filosófica e deixem de tratar com lucidez de seus interesses imediatos.

A partir do momento em que puder continuar colocando seus metais no mercado norte-americano, o Brasil não terá do que reclamar e, se sofrer novas taxações, terá o direito de também estabelecê-la na sua ponta dos negócios, providência que deverá constituir a solução em todos os confrontos econômico-comerciais.

O Brasil e seu governo não tem relação alguma com questões que hoje movem Donald Trump, como a proposta anexação do Canadá e da Groenlândia ao território estadunidense, a soberania dos EUA sobre o canal do Panamá e a saída dos EUA do Acordo do Clima (Paris), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e até da Organização das Nações Unidas (ONU).

São interesses que envolvem os países-membros e só a eles a solução interessa. Assim como os EUA têm todo o direito de redefinir seus rumos políticos e ideológicos nas relações com o mundo, o Brasil precisa cultivar sua capacidade para seguir seu caminho.

Não podem – nem devem – permitir que a ideologia seja capaz de dificultar o relacionamento com os países parceiros.

Direita, esquerda ou centro – conceitos inventados séculos atrás – não devem dar o tom ao relacionamento entre as nações. O que conta no mundo globalizado de hoje é o interesse dos parceiros.

No momento em que estes não forem levados em consideração, as dificuldades se farão presentes e o mundo moderno estará prejudicado. Que a inteligência – jamais a ideologia – sejam a grande alavanca para a promoção do bem-estar dos povos.

Necessitamos que o governo brasileiro ofereça ao empresariado todo o suporte para que as corporações consigam negociar bem os produtos que vendem ao exterior e, com isso, recebam o numerário suficiente e adequado para alavancar a economia brasileira.

Política e economia são dois quesitos importantes da vida de todos os países. Mas para prestar bons serviços têm de operar harmônica e pacificamente. Com esse equilíbrio, tudo irá bem.

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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