Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O despertar (ainda que tardio) do Congresso Nacional

O despertar (ainda que tardio) do Congresso Nacional

26/11/2022 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

Um grupo de senadores, liderado por Eduardo Girão (Podemos/CE), protocolou no Senado o pedido de impeachment do ministro Luiz Roberto Barroso, do STF e ex-presidente do TSE para apurar e, se for o caso, punir o ativismo político no caso do projeto de criação das urnas com voto impresso e outras atitudes tidas como indevidas.

O deputado Marcelo Van Hatten (Novo/RS) apresentou à Câmara o requerimento de instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar as atitudes do ministro Alexandre de Moraes, do STF e atual presidente do TSE – que tem usado mão-de-ferro contra os que contestam o resultado das eleições e, entre outras medidas, multou pesadamente empresários e manifestantes, além de silenciar suas redes sociais e as de parlamentares. O pedido já contava, na sua apresentação, com as assinaturas de 185 deputados.

Independentemente do que tratam, as duas medidas são obrigações dos parlamentares, enquanto representantes eleitos pelo povo e titulares de um dos poderes da República.

Espera-se agora que os presidentes Rodrigo Pacheco (do Senado) e Arthur Lyra (da Câmara) tomem as medidas relativas à tramitação.

Lembremos que os dois presidentes e seus antecessores no posto descumpriram seguidamente a determinação da “Lei do Impeachment” (lei nº 1079/50), que estabelece a leitura do pedido na primeira sessão após sua entrada no protocolo.

Em vez disso, engavetaram todas as petições, impedindo que seus pares apreciassem as denúncias. São pelo menos uma centena de pedidos que ainda teriam a motivação presente, apresentados à Câmara em relação ao presidente da Repúbli ca e ao Senado contra os ministros das cortes superiores e o Procurador Geral da República.

Na prática, a CPI não terá tempo hábil para funcionar no atual mandato – que termina a 31 de dezembro) e o mesmo deverá ocorrer com o processo de impeachment.

Os presidentes poderão, pelo menos, tramitar os pedidos, para apagar pelo menos um pouco a má impressão sobre seus períodos de administração das casas legislativas.

Há o senso geral de que a República só vive a atual crise porque todas as denúncias apresentadas contra os presidentes e os ministros foram para baixo do tapete.

Tivessem tramitado, os pedidos teriam sido finalizados e os problemas resolvidos ou os denunciados sido afastados.

E o pedido de afastamento não teria sido usado como instrumento de desgaste dos adversários, como ocorreu todos esses anos.

A imagem que resta à sociedade é de um Congresso Nacional acovardado porque muitos dos seus membros são processados – alguns até condenados – no STF e, por isso, não tiveram coragem para cumprir a tarefa de avaliar a atuação dos ministros denunciados.

Seja lá qual for a razão, a omissão é injustificada e prejudicial ao País. Quando um poder se curva a outro, rompe-se o equilíbrio descrito no artigo 2º da Constituição, que define Legislativo, Executivo e Judiciário como poderes “independentes e harmônicos entre si”.

Espera-se que, desta vez, os presidentes sejam proativos e, em vez de engavetar, coloquem as matérias para o conjunto dos parlamentares decidir.

Que tenham, no cumprimento do dever, a mesma ousadia, celeridade e determinação de Alexandre de Moraes que pode ser acusado de muitas coisas, menos de omissão.

É bem verdade que, com 35 dias que restam do atual mandato, pouca coisa poderá ser feita. A esperança de reequilíbrio dos poderes está no próximo Congresso, onde os eleitos são de perfil mais conservador que os membros atuais e deve haver menor número deles com problemas no STF.

Os processados, no entanto, que tenham a grandeza de enfrentar o desafio ou, no mínimo, se licenciar para permitir quer seus suplentes façam o que tiver de ser feito.

Não é uma questão de perseguir ou confrontar ministros e outras autoridades, mas a necessidade de esta bilidade da República, hoje comprometida pelos maus hábitos cultivados ao longo dos muitos mandatos.

Toda denúncia tem de ser apurada. Para resolver o problema ou, para atestar a honorabilidade do denunciado que não cometeu falta.

É dessa forma que a classe política precisa agir para voltar a desfrutar do respeito – talvez até da admiração – do povo...

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

Para mais informações sobre eleições clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!



O mal-estar da favelização

Ao olharmos a linha histórica das favelas no Brasil, uma série de fatores raciais, econômicos e sociais deve ser analisada.

Autor: Marcelo Barbosa


Teatro de Fantoches

E se alguém te dissesse que tudo aquilo em que você acredita não passa de uma mentira que te gravaram na cabeça? E que o método de gravação é a criação permanente de imagens e de histórias fantásticas?

Autor: Marco Antonio Spinelli


Esquerda ou direita?

O ano de 2020 passou, mas deixou fortes marcas no viver dos seres humanos.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O investimento público brasileiro e a estruturação social inclusiva

O investimento público desempenha um papel crucial no desenvolvimento de uma nação.

Autor: André Naves


Eleições 2024: o que vem pela frente

Em outubro de 2024, os brasileiros retornarão às urnas, desta vez para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores de seus municípios.

Autor: Wilson Pedroso


Seja um líder que sabe escutar

Uma questão que vejo em muitas empresas e que os líderes não se atentam é sobre a importância de saber escutar seus colaboradores.

Autor: Leonardo Chucrute


Refugiados, ontem e hoje

A palavra “refugiados” vem da palavra fugir.

Autor: Solly Andy Segenreich


A solidão do outro lado do mundo

Quem já morou no exterior sabe que a vida lá fora tem seus desafios.

Autor: João Filipe da Mata


Um lamento pelo empobrecimento da ética política

Os recentes embates, físicos e verbais, entre parlamentares nas dependências da Câmara Federal nos mostram muito sobre o que a política não deve ser.

Autor: Wilson Pedroso


Governar com economia e sem aumentar impostos

Depois de alguns tiros no pé, como as duas Medidas Provisórias que o presidente editou com o objetivo de revogar ou inviabilizar leis aprovadas pelo Congresso Nacional - que foram devolvidas sem tramitação - o governo admite promover o enxugamento de gastos.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A poderosa natureza

O dinheiro é um vírus que corrompe tudo e quando a pessoa se “infecta”, dificilmente se livra.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


A maior eleição do mundo e o nacionalismo hindu

O ano de 2024 está sendo considerado o superano das eleições pelo mundo. Ao todo, mais de 50 países terão pleitos variados, dentre os quais o Brasil e os Estados Unidos.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray