Grupo WhatsApp

Para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve

Para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve

27/04/2025 Bruno Borgonovo

A frase que inspira este texto é uma adaptação de um dos diálogos mais célebres da literatura, encontrado em “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll.

Quando a jovem Alice pergunta ao gato Cheshire qual caminho deve seguir, ele responde que depende de onde ela quer chegar.

Diante da indecisão da personagem, ele conclui: “Para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve.” Essa metáfora, que ultrapassa o universo da fantasia, aplica-se com precisão à realidade de muitos empreendedores.

Sem uma direção clara, qualquer decisão parece aceitável. Mas, sem saber o destino, aumentam drasticamente as chances de se perder — ou fracassar.

No Brasil, milhares de empresas são criadas todos os anos, muitas delas movidas por sonhos legítimos, mas com pouca estrutura.

A consequência aparece rapidamente: segundo o Sebrae, cerca de 40% das empresas fecham as portas antes de completarem cinco anos.

O que está por trás dessa estatística não é, na maioria das vezes, a falta de esforço ou dedicação, e sim a ausência de planejamento.

Ainda de acordo com o Sebrae, 17% dos empreendedores não fizeram qualquer tipo de plano antes de abrir o negócio, e 59% planejaram por, no máximo, seis meses.

Nesse contexto, abrir um negócio sem planejamento é como navegar em alto-mar sem bússola, contando apenas com a intuição — e a boa vontade do vento.

Apesar do cenário desafiador, há um paradoxo a ser exposto: nunca houve tantas ferramentas acessíveis para planejar.

Existem métodos simples e eficazes, que não exigem grandes investimentos nem formação técnica avançada. O 5W2H é um dos melhores exemplos disso.

Baseado em sete perguntas — o quê, por quê, onde, quando, quem, como e quanto custa —, ele permite organizar um plano de ação de forma clara, objetiva e funcional.

Bastante difundido na academia e no mundo corporativo, o 5W2H ajuda a estruturar tarefas, distribuir responsabilidades e tomar decisões com base em fatos — não em suposições.

Para quem deseja aprofundar a análise e estruturar a operação com mais robustez, há outras ferramentas consagradas, como o ciclo PDCA, a matriz SWOT, o Business Model Canvas, os OKRs (Objectives and Key Results) e o Design Thinking.

Ainda assim, muitas empresas seguem sem planejar. Isso pode ser atribuído à falta de acesso à informação, à ausência de uma cultura empreendedora sólida ou à crença equivocada de que planejar é “coisa de empresa grande”.

Além disso, a urgência em obter retorno financeiro leva muitos empreendedores a “começar fazendo”, na esperança de ajustar o rumo no caminho. O problema é que, em muitos casos, o custo do improviso é alto demais para permitir uma segunda chance.

Planejar é, acima de tudo, um exercício de inteligência prática. É escolher conscientemente o caminho, conhecendo o destino e as condições da estrada.

Não se trata de engessar ideias ou inibir a ação, mas de dar direção e sustentação ao movimento. Negócios que planejam sabem onde querem chegar, e, por isso, conseguem dizer “não” ao que não contribui para seus objetivos.

Já aqueles que vivem no improviso correm o risco de desperdiçar recursos, tempo e energia em caminhos que não levam a lugar algum.

Em um país onde empreender ainda é, muitas vezes, um salto no escuro, o planejamento pode ser a lanterna que ilumina os próximos passos.

As ferramentas existem — simples, modernas e acessíveis. Falta, talvez, a disposição de usá-las. E essa decisão, mais do que estratégica, pode ser o que separa a persistência da teimosia, e o sonho realizado do sonho interrompido.

Porque, afinal, para quem não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve — mas nem todo caminho leva ao sucesso.

* Bruno Borgonovo é empresário, fundador e CEO da BRW Suprimentos.

Para mais informações sobre planejamento clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp

Todos os nossos textos são publicados também no Facebook e no X (antigo Twitter)

Quem somos

Fonte: Central Press



Para onde caminha a humanidade?

O pragmatismo está ampliando a confrontação econômica. Novas formas de produzir e comercializar vão surgindo com mais rigidez e agilidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Reforma Tributária: mudança histórica ou novo capítulo do caos fiscal

A Reforma Tributária entra na fase prática em 2026 com a criação do IBS e da CBS, que passam a incidir com alíquotas reduzidas.

Autor: Eduardo Berbigier


Austeridade fiscal, caminho obrigatório para ordem e progresso

Quando se aproximam as eleições, o brasileiro se pergunta se é possível ter um país melhor em condições de vida para todos os cidadãos. É o que se deseja.

Autor: Samuel Hanan


Impeachment não é monopólio

A decisão de Gilmar Mendes e o estrangulamento institucional.

Autor: Marcelo Aith


Nova lei da prisão preventiva: entre a eficiência processual e a garantia individual

A sanção da Lei 15.272, em 26 de novembro de 2025, representa um marco na evolução do processo penal brasileiro e inaugura uma fase de pragmatismo legislativo na gestão da segregação cautelar.

Autor: Eduardo Maurício


COP 30… Enquanto isso, nas ruas do mundo…

Enquanto chefes de Estado, autoridades, cientistas, organismos multilaterais e ambientalistas globais reuniam-se em Belém do Pará na COP 30, discutindo metas e compromissos climáticos, uma atividade árdua, silenciosa e invisível para muitos seguia seu curso nas ruas, becos e avenidas do Brasil e do mundo.

Autor: Paula Vasone


Reforma administrativa e os impactos na vida do servidor público

A Proposta de Emenda à Constituição da reforma administrativa, elaborada por um grupo de trabalho da Câmara dos Deputados (PEC 38/25) além de ampla, é bastante complexa.

Autor: Daniella Salomão


A língua não pode ser barreira de comunicação entre o Estado e os cidadãos

Rui Barbosa era conhecido pelo uso erudito da língua culta, no falar e no escrever (certamente, um dos maiores conhecedores da língua portuguesa no Brasil).

Autor: Leonardo Campos de Melo


Você tem um Chip?

Durante muito tempo frequentei o PIC da Pampulha, clube muito bom e onde tinha uma ótima turma de colegas, jogadores de tênis, normalmente praticado aos sábados e domingos, mas também em dois dias da semana.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


Dia da Advocacia Criminal: defesa, coragem e ética

Dia 2 de dezembro é celebrado o Dia da Advocacia Criminal, uma data emblemática que, graças à união e à força da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim), integra o calendário oficial das unidades federativas do país.

Autor: Sheyner Yàsbeck Asfóra


STF não tem interesse – nem legitimidade – em descriminalizar aborto

A temática relativa ao aborto e as possibilidades de ampliação do lapso temporal para a aplicação da exclusão de ilicitude da prática efervesceram o cenário político brasileiro no último mês.

Autor: Lia Noleto de Queiroz


O imposto do crime: reflexões liberais sobre a tributação paralela nas favelas brasileiras

Em muitas comunidades brasileiras, especialmente nas grandes cidades, traficantes e milicianos impõem o que chamam de “impostos” – cobranças sobre comerciantes, moradores e até serviços públicos, como transporte alternativo e distribuição de gás.

Autor: Isaías Fonseca