Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Petróleo para que te quero

Petróleo para que te quero

05/10/2023 Alysson Nunes Diógenes

No mês de julho, o governo federal anunciou o fim da paridade dos preços dos combustíveis.

Essa notícia é mais velha do que andar para a frente, uma vez que esse tipo de política já foi adotado sem sucesso durante o governo Dilma, quase levando a Petrobras à falência.

Se errar é humano e repetir o erro é uma aberração de determinados governos, algumas perguntas ficam no ar. Pela ordem:

Qual é o problema de vender abaixo do mercado internacional? O problema é que o Brasil importa quase todos os insumos da cadeia petrolífera, desde o próprio petróleo até combustíveis como óleo Diesel e gasolina.

A Petrobras não tem refinarias com capacidade suficiente para atender à demanda nacional, fazendo que seja necessário importar.

Quando a Petrobras vende seus produtos no mercado nacional com preços abaixo dos praticados no mercado internacional, a empresa tem prejuízo.

Mas o Brasil não é autossuficiente na produção de petróleo? Mais ou menos. Em 2006, o então presidente Lula anunciou que o Brasil era autossuficiente na produção de petróleo, mas nunca foi bem assim.

Há vários tipos de petróleo, classificados principalmente por sua viscosidade, no chamado grau API. Para refinar todos os produtos derivados do petróleo, desde combustíveis até plásticos e asfalto, é necessária uma mistura de petróleos com alto grau API (finos, semelhantes a óleo de cozinha) e baixo grau API (grossos, como piche).

Embora o Brasil tenha grandes reservas de petróleo, a maior parte é do tipo grosso e, para refinar, a Petrobras ainda precisa importar petróleo fino para atender às necessidades de refino.

Claro, o Brasil exporta petróleo grosso, pois outros países também precisam dele. Mas nunca foi possível deixar de importar petróleo fino.

Mas a Petrobras não é uma estatal? Qual é o problema de ela segurar os preços? Trata-se de uma empresa de economia mista, ou seja, uma combinação de capital público e privado.

A parte privada da empresa busca lucro (o que é bom). Afinal, ninguém investe com o desejo de ter prejuízo.

Mesmo a parte estatal não é afeita ao prejuízo, pois o dinheiro para cobrir esse prejuízo deve vir do governo federal, o que implicaria em aumentos de impostos. Ninguém gosta disso.

E não dá para baixar o preço do petróleo internacional? Claro que dá, desde que os grandes produtores assim o resolvam.

Hoje, esse grupo de países é composto por nações como a Arábia Saudita, Irã, Kuwait, Venezuela, entre outros. A Rússia também tem se incluído.

Esses países decidem quantos barris de petróleo serão produzidos e disponibilizados no mercado internacional, que tem uma demanda crescente.

Um dos princípios econômicos mais antigos determina o preço: oferta e procura. Para baixar o preço internacional, esses países precisam concordar em aumentar sua produção. Não parece que isso vai acontecer.

Então, teremos que conviver com preços altos para gasolina e Diesel? Sim, pelo menos a curto prazo. Na verdade, esses preços deveriam estar ainda mais elevados do que estão agora.

Recentemente, a Rússia e a Arábia Saudita acordaram em reduzir a oferta, o que elevou o preço nas últimas semanas. Não há previsão de baixa.

Vários países propõem soluções paliativas, sendo algumas delas velhas conhecidas nossas, como isenções fiscais. Mas são apenas paliativas.

Para o Brasil ter alguma liberdade nos preços, seria essencial construir novas refinarias, aumentar a produção e investir em novas tecnologias. Nada a curto prazo.

Infelizmente, caro leitor, devido aos anos de má gestão e à ausência de investimentos adequados em quantidade e qualidade suficientes, a notícia de hoje é, sim, estamos sujeitos à dependência do mercado internacional e a preços altos para os combustíveis.

* Alysson Nunes Diógenes é engenheiro eletricista, doutor em Engenharia Mecânica, é professor do Mestrado e Doutorado em Gestão Ambiental da Universidade Positivo (UP).

Para mais informações sobre petróleo clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp

Fonte: Central Press



Há algo de muito errado nas finanças do Governo Federal

O Brasil atingiu, segundo os jornais da semana passada, cifra superior a um trilhão de reais da dívida pública (R$ 1.000.000.000.000,00).

Autor: Ives Gandra da Silva Martins


O mal-estar da favelização

Ao olharmos a linha histórica das favelas no Brasil, uma série de fatores raciais, econômicos e sociais deve ser analisada.

Autor: Marcelo Barbosa


Teatro de Fantoches

E se alguém te dissesse que tudo aquilo em que você acredita não passa de uma mentira que te gravaram na cabeça? E que o método de gravação é a criação permanente de imagens e de histórias fantásticas?

Autor: Marco Antonio Spinelli


Esquerda ou direita?

O ano de 2020 passou, mas deixou fortes marcas no viver dos seres humanos.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O investimento público brasileiro e a estruturação social inclusiva

O investimento público desempenha um papel crucial no desenvolvimento de uma nação.

Autor: André Naves


Eleições 2024: o que vem pela frente

Em outubro de 2024, os brasileiros retornarão às urnas, desta vez para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores de seus municípios.

Autor: Wilson Pedroso


Seja um líder que sabe escutar

Uma questão que vejo em muitas empresas e que os líderes não se atentam é sobre a importância de saber escutar seus colaboradores.

Autor: Leonardo Chucrute


Refugiados, ontem e hoje

A palavra “refugiados” vem da palavra fugir.

Autor: Solly Andy Segenreich


A solidão do outro lado do mundo

Quem já morou no exterior sabe que a vida lá fora tem seus desafios.

Autor: João Filipe da Mata


Um lamento pelo empobrecimento da ética política

Os recentes embates, físicos e verbais, entre parlamentares nas dependências da Câmara Federal nos mostram muito sobre o que a política não deve ser.

Autor: Wilson Pedroso


Governar com economia e sem aumentar impostos

Depois de alguns tiros no pé, como as duas Medidas Provisórias que o presidente editou com o objetivo de revogar ou inviabilizar leis aprovadas pelo Congresso Nacional - que foram devolvidas sem tramitação - o governo admite promover o enxugamento de gastos.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A poderosa natureza

O dinheiro é um vírus que corrompe tudo e quando a pessoa se “infecta”, dificilmente se livra.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra