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Por favor, não enrosque o meu endereço

Por favor, não enrosque o meu endereço

15/11/2024 Antônio Marcos Ferreira

Endereço sempre foi uma grande referência na nossa vida. Quando criança, era o lugar onde moravam nossos pais e irmãos. Uma rua era sempre uma parte importante do nosso universo.

Quando mudávamos de cidade e logicamente, de endereço, nossas rotinas se alteravam, nossos vizinhos eram outros e a vida tomava outro rumo, muitas vezes bem diferente do anterior.

As distâncias tinham relação direta com o o nosso endereço. Um endereço pode revelar, também, uma condição financeira ou um estilo de vida.

Mas chegou o tempo em que um mundo novo se apresentou para mudar para sempre algumas referências: o mundo digital.

Nele as distâncias perdem o sentido, os endereços não têm casa, bairro ou CEP e na mesma casa podemos ter quantos endereços quisermos. Nele, a entrega de correspondência não precisa de carteiro e o tempo é o de um piscar de olhos.

Um aperto de botão e a correspondência viaja milhares de quilômetros. E chega ao novo endereço. O eletrônico. Agora a rua, número, CEP, cidade, estado e país dão lugar à internet, provedor, domínio, sites, e-mails, senhas, etc.

Quando entrei para este novo mundo vivi uma situação tão diferente quanto hilária. Como era de praxe entre todos aqueles que começam a entrar no mundo digital, precisava criar também um endereço eletrônico para mim.

Sentado em frente ao computador, fui definir o meu e-mail. Procurei então o caminho natural e geralmente mais fácil, buscando no meu nome uma opção para o endereço eletrônico do gmail.

Digitei antonio@gmail.com e o sistema me informou que o endereço já existia. Antoniomarcos@gmail.com e o sistema informa: endereço existente.

Antonioferreira@gmail.com e o sistema novamente me informa que alguém, antes de mim, já registrara aquele endereço. Antôniomarcos@gmail.com e a mesma resposta.

Depois de tentar várias combinações com o meu nome e ser negada, cheguei a duas conclusões: que o meu nome era muito comum e que haviam muitos Antônios mais espertos e mais digitais que eu.

Já que com Antônio não dava, parti para outra opção. Lembrei então de usar o meu apelido da época de juventude. Naquele tempo eu jogava pelada num campinho de terra em Montalvânia durante as férias.

Uma pelada concorrida, disputada entre os estudantes locais e os de fora, que era o meu caso. Numa dessas peladas, furei o pé num prego de uma pequena tábua jogada ao lado do campo.

Foi o suficiente para passar a ser chamado de "prego", apelido pelo qual sou conhecido até hoje por lá e que depois foi levado para Manga, minha terra natal.

Vou usar então o prego no meu endereço eletrônico, pensei. Mas não podia ser apenas um prego qualquer. Para sofisticar um pouco e não correr o risco de ver o computador me avisar que o endereço já existe, resolvi colocar pregodurofino@gmail.com.

Para minha alegria o sistema aceitou o meu novo endereço eletrônico. Ufa! Algum tempo depois fui fazer a renovação do seguro do carro e para tanto usaria a nova tecnologia.

Trabalhava na Cemig, onde tinha também um endereço eletrônico vinculado ao setor onde eu trabalhava. Ao solicitar a proposta para a seguradora, pedi que a resposta fosse enviada para o endereço da Cemig e também para o meu novo endereço eletrônico.

Mas a proposta não chegava no meu novo endereço. Ao verificar a proposta que chegara no endereço da Cemig, verifiquei, para meu espanto, que a cópia da proposta tinha sido encaminhada para parafusodurofino@gmail.com. Não me contive e dei uma risada.

Pensei comigo: puxa vida, o cara, além de errar, ainda me fez uma rosca! De lá para cá, o meu endereço eletrônico é sempre motivo de boas risadas ou algumas piadas para quem o conhece pela primeira vez. Mas nunca mais me fizeram uma rosca nele!

* Antônio Marcos Ferreira é engenheiro eletricista, aposentado da Cemig e vice-presidente da Fundação Sara.

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