Grupo WhatsApp

Problemas econômico-sociais e suas respectivas publicizações no Brasil

Problemas econômico-sociais e suas respectivas publicizações no Brasil

27/02/2025 Samuel Hanan

A comunicação de massa tem ganho cada vez mais importância na sociedade digital e no Brasil não seria diferente.

No entanto, em nossos dias, é preciso muito mais atenção no conteúdo divulgado por todas mídias, sejam elas da imprensa tradicional ou das Redes Sociais.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados e ministro da Indústria e Comércio, Ulisses Guimarães, dizia que “a verdade não tem proprietário exclusivo e infalível”.

Foi ele quem também alertou os cidadãos brasileiros para uma máxima perversa: “na política, o que importa é a versão, não o fato”.

Há muito tempo a informação e desinformação têm se confrontado em batalhas homéricas pela história, basta lembrar o aforismo do ministro da propaganda do Hitlerismo, Joseph Goebbels, que declarou: ‘’uma mentira contada mil vezes, torna-se uma verdade’’.

Em consequência disso não acredite devotadamente em matérias que circulam sobre redução da pobreza e da extrema pobreza.

A verdade é que o Brasil, oitava economia do mundo, continua com 33% da população vivendo abaixo da linha de pobreza, ou seja, vivendo com menos de R$ 665,00/mês (pobreza - 27,7%) e R$209,00/mês na extrema pobreza (4,8% da população).

Então, devemos comemorar, o quê? A fome? Se olharmos o desastre comemorado por um grupo, temos, por região, o Nordeste com 47,2% da população, vivendo na pobreza e 9,1% na extrema pobreza; e o Norte apresenta 38,5% na pobreza e 6% na extrema pobreza. Pergunto é possível comemorar?

O pior desse quadro é que a pobreza corresponde a um terço da população brasileira sustentada não pela atividade econômica, mas pelas esmolas temporárias do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que o governo está estudando limitar reajustes e restringir o acesso.

Para complementar esse panorama desalentador, 21,2% dos jovens entre 15 anos e 29 anos nem estudam, nem trabalham. A geração ficou reconhecida jocosamente por aqui como ‘Nem Nem’.

Na educação, não há ainda razão para ter muito otimismo mesmo que a toda hora seja repetida aquela frase entre os políticos: "sem educação, não há salvação". Fica a dúvida então por que nos últimos 20 anos, a salvação ainda não veio?

Uma matéria publicada na semana passada em um grande diário revelou uma avaliação de desempenho em Matemática no 4º ano do ensino fundamental.

O Brasil aparece na desonrosa 55ª posição com suas crianças não dominando sequer a aritmética, ou seja, divisão e multiplicação.

Informações apropriadas também existem. Diversos estudos recentes indicam que a instabilidade política e os desencontros dos pronunciamentos da cúpula do governo brasileiro, em especial sobre austeridade fiscal e iniciativas constantes no aumento sobre tributação na venda, renda e capital, têm desestimulado investidores e reduzido os valores dos ativos no mercado de capital brasileiro.

Há grandes diferenças no retorno do capital investido, além do que, os gastos continuam numa situação irresponsável, porque o governo federal não entende que é preciso cortar custos/gastos.

Esses mesmos estudos expõem ainda que a verdade dos números atesta que não se pode postergar mais os cortes substanciais nas despesas públicas, que contemplam preocupantes privilégios, corrupção e impunidade.

A taxa cambial comprova também que o governo deveria acabar com discursos desencontrados, porque a variação cambial neste ano já chegou em 17,00%, diante de uma inflação de 4,75%.

Tudo sugere que as ações desencontradas do governo estão destruindo o mercado de capitais no Brasil com seu comportamento. Tem desvalorizado os ativos das nossas empresas precificadas a valores baixíssimos.

A rentabilidade no Ibovespa no ano é negativa (-6,34%), enquanto as bolsas norte-americanas vêm apresentando resultados maravilhosos (19,16% Dow Jones; 26,48% S&P; e 26,25% Nasdaq).

No acumulado dos últimos quatro anos e 11 meses, a média Ibovespa foi de 1,71% aa, para um IPCA médio de 6,03 % e uma desvalorização cambial média de 9,62 %.

Com desvalorização cambial igual a 59% acima da variação do IPCA, os insumos importados e as importações de máquinas e equipamentos vão travar a modernização das indústrias e em consequência a já combalida produtividade de nossa indústria.

Diante desses números estarrecedores existe ainda muita gente, com competência e não analfabeta, aplaudindo e dando respaldo ao atual governo. É desanimador, mas à frente a conta inevitavelmente chegará a todos nós.

Não sou um pessimista, porém identifico o mal que há no ufanismo e nas narrativas da atual gestão. O que então fazer?

Aguardar, democraticamente as próximas eleições gerais. Precisamos contrariar desta forma Goebbels e adotar a verdade para que a geração atual de líderes deixe um legado melhor paras nossas crianças e jovens.

O importante é que nos afastemos dessa imobilidade, morosidade ou letargia e avancemos verdadeiramente num ciclo virtuoso real e concreto.

Definitivamente precisamos mudar para obtermos mais eficiência, com menos discursos e mais ações concretas a fim de que as tarefas sejam concretamente executadas, com o mínimo de erros e alcançar mais produtividade e melhor rentabilização de recursos.

Portanto, entre Goebbels e Albert Einstein, fico com Einstein, quando ‘sentenciou’: ‘’Estupidez é fazer a mesma coisa sempre e esperar resultados diferentes”.

* Samuel Hanan é engenheiro industrial, empresário e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002).

Para mais informações sobre Brasil clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp

Todos os nossos textos são publicados também no Facebook e no X (antigo Twitter)

Quem somos

Fonte: Vervi Assessoria de Imprensa



Para onde caminha a humanidade?

O pragmatismo está ampliando a confrontação econômica. Novas formas de produzir e comercializar vão surgindo com mais rigidez e agilidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Reforma Tributária: mudança histórica ou novo capítulo do caos fiscal

A Reforma Tributária entra na fase prática em 2026 com a criação do IBS e da CBS, que passam a incidir com alíquotas reduzidas.

Autor: Eduardo Berbigier


Austeridade fiscal, caminho obrigatório para ordem e progresso

Quando se aproximam as eleições, o brasileiro se pergunta se é possível ter um país melhor em condições de vida para todos os cidadãos. É o que se deseja.

Autor: Samuel Hanan


Impeachment não é monopólio

A decisão de Gilmar Mendes e o estrangulamento institucional.

Autor: Marcelo Aith


Nova lei da prisão preventiva: entre a eficiência processual e a garantia individual

A sanção da Lei 15.272, em 26 de novembro de 2025, representa um marco na evolução do processo penal brasileiro e inaugura uma fase de pragmatismo legislativo na gestão da segregação cautelar.

Autor: Eduardo Maurício


COP 30… Enquanto isso, nas ruas do mundo…

Enquanto chefes de Estado, autoridades, cientistas, organismos multilaterais e ambientalistas globais reuniam-se em Belém do Pará na COP 30, discutindo metas e compromissos climáticos, uma atividade árdua, silenciosa e invisível para muitos seguia seu curso nas ruas, becos e avenidas do Brasil e do mundo.

Autor: Paula Vasone


Reforma administrativa e os impactos na vida do servidor público

A Proposta de Emenda à Constituição da reforma administrativa, elaborada por um grupo de trabalho da Câmara dos Deputados (PEC 38/25) além de ampla, é bastante complexa.

Autor: Daniella Salomão


A língua não pode ser barreira de comunicação entre o Estado e os cidadãos

Rui Barbosa era conhecido pelo uso erudito da língua culta, no falar e no escrever (certamente, um dos maiores conhecedores da língua portuguesa no Brasil).

Autor: Leonardo Campos de Melo


Você tem um Chip?

Durante muito tempo frequentei o PIC da Pampulha, clube muito bom e onde tinha uma ótima turma de colegas, jogadores de tênis, normalmente praticado aos sábados e domingos, mas também em dois dias da semana.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


Dia da Advocacia Criminal: defesa, coragem e ética

Dia 2 de dezembro é celebrado o Dia da Advocacia Criminal, uma data emblemática que, graças à união e à força da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim), integra o calendário oficial das unidades federativas do país.

Autor: Sheyner Yàsbeck Asfóra


STF não tem interesse – nem legitimidade – em descriminalizar aborto

A temática relativa ao aborto e as possibilidades de ampliação do lapso temporal para a aplicação da exclusão de ilicitude da prática efervesceram o cenário político brasileiro no último mês.

Autor: Lia Noleto de Queiroz


O imposto do crime: reflexões liberais sobre a tributação paralela nas favelas brasileiras

Em muitas comunidades brasileiras, especialmente nas grandes cidades, traficantes e milicianos impõem o que chamam de “impostos” – cobranças sobre comerciantes, moradores e até serviços públicos, como transporte alternativo e distribuição de gás.

Autor: Isaías Fonseca