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Produzir mais ou controlar?

Produzir mais ou controlar?

18/04/2012 Davi Floriano

Essa parece uma questão simples de ser respondida e, se fizermos essa pergunta aos executivos da indústria de manufatura brasileira, certamente a maioria responderá que o correto é produzir mais com controle.

Pois é, até parece eufemismo, porém é fato que a teoria na prática funciona diferente. Viajando por esses rincões do estado de São Paulo há mais de uma década, tenho conversado com executivos da indústria de manufatura, sobretudo indústrias de pequeno e médio porte, e muitos não estão satisfeitos com o método de controle, mas se deparam com uma barreira, ou melhor, criam a própria barreira, classificando como despesa e não como investimento a Gestão da Informação.

Muitos não assumem isso, mas, no meu modesto modo de ver, isso é um equívoco. Na maioria dos casos, são engenheiros e administradores bem formados, da segunda ou terceira geração de industriais, lutando para perpetuar seu negócio. Portanto, a primeira parte da resposta é uma equação simples: Se tempo é dinheiro e a informação nos dias de hoje está disponível cada vez mais rápido, logo a informação ajudará a produzir mais dinheiro!

No entanto, quando faço a pergunta “Você tem estruturado as informações de engenharia de produtos e de processos, layout de inventário, lead time, política de planejamento e programação de produção e, sobretudo, o controle de custos operacionais?”, não me surpreendo com as respostas, mas o paradoxo felizmente está na forma de controle: alguns executivos afirmam que seus controles são eficientes, pois o melhor indicador é a taxa de crescimento anual de sua indústria, ou seja, o controle está baseado na saída de produto acabado menos a entrada de matéria-prima e despesas, tão simples assim e que não deixa de ser um método de controle, até mesmo porque eles continuam produzindo, mas a pergunta que não quer calar é: Por quanto tempo mais?

Outra questão relacionada com esse método de controle é: Quanto custa o desperdício e não enxergar os demais indicadores de eficiência, produtividade, quantidade de pedidos completos e entregues no prazo?. Se questões desse tipo nos fazem refletir sobre a gestão de uma ou mais fábricas, parabéns! Mas prepare-se, esse é um território fértil e, quando bem explorado com recursos técnicos e metodológicos adequados, a Gestão da Informação poderá ajudá-lo a acelerar o crescimento e muito mais.

Vamos tratar a seguir de algumas preocupações desse mercado: Como seria ter metas definidas e acompanhá-las durante todo o fluxo de produção e em tempo real, se as informações extraídas permitissem tomar decisões estratégicas com agilidade e segurança, de tal modo que enxergássemos quando inovar produtos, processos ou quiçá descontinuar? Outro dia fui a uma metalúrgica de médio porte próximo da capital e fiquei espantado quando vi o faturamento de uma nota fiscal no valor de quase R$ 300,00. Perguntei imediatamente: Esse cliente é estratégico? Qual o valor mínimo para faturamento? Pois é, parece básico, mas às vezes estamos tão imersos em nosso cotidiano de problemas maiores que não enxergamos esse tipo de situação.

Então como enxergar o que agrega valor ao processo de fato e/ou o que não agrega valor ao processo, mas é necessário? Convenhamos, se não conseguimos enxergar o macro fluxo de valor de nosso negócio, como vamos extirpar aquilo que não agrega nenhum valor ao processo? Isso é desperdício, é prejuízo! Embora tudo isso esteja relacionado ao método de gestão e controle, vamos falar sobre outro tópico, a Qualidade da Informação, a qual está intimamente ligada ao sucesso de gestão e controle.

Isso é importantíssimo, pois algumas empresas compram sistemas sofisticados, mas que não funcionam, por vários motivos: falha na concepção dos softwares, aderência ao tipo de negócio, com necessidade de muitas adaptações, integração, tecnologia e por aí afora, ou então que funcionam na emissão da nota dos R$ 300,00. Eu tive um grande mentor que dizia que o medo de vencer leva à derrota. Essa é uma máxima que se aplica muito bem a esses casos, pois muitos executivos tomaram decisões no passado por falta de opção ou conhecimento e investiram em softwares caros de gestão pela grife ou na promessa de solução de todos os seus problemas, mas continuam convivendo com eles.

Olhando por outro prisma, se a informação estiver adequadamente estruturada, com flexibilidade e desempenho, a manipulação e sua extração, tudo será fornecido com qualidade, segurança, agilidade, no formato de indicadores, que são importantes ferramentas, aliado e apoiando as decisões estratégicas e permitindo assim padronizar, otimizar e acelerar os processos, melhorando a utilização da capacidade de ativos e eliminando todos os seus desperdícios, inclusive os de falta de gestão e controle.

Se a sua empresa já pratica tudo isso, parabéns! Você faz parte de um seleto grupo de executivos de sucesso, está preparado para competir em outros mercados e, consequentemente, vem aumentando sua vantagem competitiva e sua visibilidade profissional. No entanto, em outro extremo, e por que não dizer na contramão do mercado, se você permanece vinculado aos métodos tradicionais de gestão, prepare-se para se transformar em um distribuidor de produtos importados e sujeitar-se às novas regras. Ou então corra e reveja seus recursos e investimentos!

*Davi Floriano é Diretor de Vendas & Marketing da Fotini, representante da Glovia Internacional, subsidiária da Fujitsu, na América Latina.



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