Grupo WhatsApp

Reclamações virtuais refletem o mundo real

Reclamações virtuais refletem o mundo real

16/05/2011 Elizangela Grigoletti

Na era da internet 2.0, manter bom relacionamento com o cliente é fundamental para a preservação da imagem de uma empresa. Isso porque a nova geração de consumidores encontra na rede o espaço ideal para dar suas opiniões referentes a produtos e serviços.

Quando essas reclamações alcançam outros clientes insatisfeitos, os comentários repercutem de forma impressionante, com alcance ilimitado e imediato, gerando um buzz negativo e prejudicial para as marcas.

A MITI Inteligência realizou um estudo no período de 30 de dezembro de 2010 e 3 de janeiro de 2011, sobre reclamações de consumidores na internet. Foram monitoradas mais de 17 mil interações em cinco dias, tanto nas redes sociais quanto nos sites de reclamação, e as principais críticas dos consumidores foram a respeito de atraso nas entregas de produtos de sites de compras online, acompanhados da falta de qualidade no atendimento aos usuários. 

Nos sites de reclamação monitorados – Reclamão, ReclameAqui, NuncaMais e Denuncio - as empresas do grupo B2W - Submarino, Americanas.com e Shoptime  - apresentaram grande número de críticas e figuraram nos rankings das empresas com maior número de denúncias, sempre acompanhadas pelas empresas de telefonia. Também no final de 2010, a MITI Inteligência analisou a imagem na web de algumas empresas destacadas na revista Exame como as melhores daquele ano. Como resultado, a companhia aérea TAM teve alto índice de críticas e reclamações no período avaliado - 15 a 21 de dezembro.

Essa repercussão virtual é um reflexo do que os consumidores pensam no mundo real.  Para aqueles que ainda têm dúvidas sobre essa relação bilateral entre o ambiente on e off e se as opiniões expressas nas redes são tão confiáveis quanto aquelas obtidas em campo, segue a confirmação. Uma recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Relacionamento com o Cliente, encomendada pela Revista Exame e divulgada na primeira semana deste mês de maio, apresentou justamente que o Submarino, Americanas.com e TAM estão no ranking das empresas que mais desapontaram seus clientes em 2010. A reportagem traz ainda um levantamento da Fundação Procon de São Paulo que afirma que, entre novembro de 2010 e janeiro de 2011, a B2W foi a empresa que mais recebeu reclamações por problemas relacionados a entrega de produtos e serviços.

No estudo online realizado entre dezembro e janeiro foram mensurados claramente os resultados também obtidos em campo e divulgados agora em maio, confirmando que a linha que divide o mundo real e o universo virtual é cada vez mais tênue, com forte tendência ao desaparecimento. Aquele usuário que posta uma informação ou opinião na rede é o mesmo que defende esse ponto de vista em uma roda de amigos ou quando questionado em uma pesquisa de opinião.  A diferença é que o alcance das mídias sociais abrange um grande número de consumidores que, se compartilham das mesmas expectativas, dão um poder inimaginável a essa percepção.

O risco de não monitorar e acompanhar as opiniões dos consumidores é grande, principalmente porque hoje elas estão disponíveis para qualquer um e não mais restritas aos órgãos competentes ou serviços de atendimento ao cliente das empresas reclamadas. Quando a reclamação existe e a empresa se omite, a informação se dissemina entre os usuários. Com o monitoramento constante e um plano de ação adequado, é possível gerenciar crises antes que elas tomem proporções maiores, como diversos casos conhecidos que se iniciaram nas redes e influenciaram diretamente a imagem da marca e até seus resultados na repercussão offline. 

O mundo digital hoje não é um “universo à parte”, é a “terra dos consumidores” e requer uma atenção redobrada em relação às opiniões expressas no antigo formulário de satisfação disponível nas bancadas das lojas. Cada vez mais exigentes, os consumidores buscam empresas transparentes e que percebam essa mudança de paradigma. Independente do canal utilizado, eles querem ser ouvidos. As empresas precisam estar atentas a essa evolução ou serão ultrapassadas e sujeitas a sérios problemas de identificação com o consumidor da era digital. 

* Elizangela Grigoletti, jornalista, é gerente de inteligência e marketing da MITI Inteligência, empresa de soluções em inteligência de mercado.

 Fonte: Literato Comunicação e Conteúdo



Para onde caminha a humanidade?

O pragmatismo está ampliando a confrontação econômica. Novas formas de produzir e comercializar vão surgindo com mais rigidez e agilidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Reforma Tributária: mudança histórica ou novo capítulo do caos fiscal

A Reforma Tributária entra na fase prática em 2026 com a criação do IBS e da CBS, que passam a incidir com alíquotas reduzidas.

Autor: Eduardo Berbigier


Austeridade fiscal, caminho obrigatório para ordem e progresso

Quando se aproximam as eleições, o brasileiro se pergunta se é possível ter um país melhor em condições de vida para todos os cidadãos. É o que se deseja.

Autor: Samuel Hanan


Impeachment não é monopólio

A decisão de Gilmar Mendes e o estrangulamento institucional.

Autor: Marcelo Aith


Nova lei da prisão preventiva: entre a eficiência processual e a garantia individual

A sanção da Lei 15.272, em 26 de novembro de 2025, representa um marco na evolução do processo penal brasileiro e inaugura uma fase de pragmatismo legislativo na gestão da segregação cautelar.

Autor: Eduardo Maurício


COP 30… Enquanto isso, nas ruas do mundo…

Enquanto chefes de Estado, autoridades, cientistas, organismos multilaterais e ambientalistas globais reuniam-se em Belém do Pará na COP 30, discutindo metas e compromissos climáticos, uma atividade árdua, silenciosa e invisível para muitos seguia seu curso nas ruas, becos e avenidas do Brasil e do mundo.

Autor: Paula Vasone


Reforma administrativa e os impactos na vida do servidor público

A Proposta de Emenda à Constituição da reforma administrativa, elaborada por um grupo de trabalho da Câmara dos Deputados (PEC 38/25) além de ampla, é bastante complexa.

Autor: Daniella Salomão


A língua não pode ser barreira de comunicação entre o Estado e os cidadãos

Rui Barbosa era conhecido pelo uso erudito da língua culta, no falar e no escrever (certamente, um dos maiores conhecedores da língua portuguesa no Brasil).

Autor: Leonardo Campos de Melo


Você tem um Chip?

Durante muito tempo frequentei o PIC da Pampulha, clube muito bom e onde tinha uma ótima turma de colegas, jogadores de tênis, normalmente praticado aos sábados e domingos, mas também em dois dias da semana.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


Dia da Advocacia Criminal: defesa, coragem e ética

Dia 2 de dezembro é celebrado o Dia da Advocacia Criminal, uma data emblemática que, graças à união e à força da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim), integra o calendário oficial das unidades federativas do país.

Autor: Sheyner Yàsbeck Asfóra


STF não tem interesse – nem legitimidade – em descriminalizar aborto

A temática relativa ao aborto e as possibilidades de ampliação do lapso temporal para a aplicação da exclusão de ilicitude da prática efervesceram o cenário político brasileiro no último mês.

Autor: Lia Noleto de Queiroz


O imposto do crime: reflexões liberais sobre a tributação paralela nas favelas brasileiras

Em muitas comunidades brasileiras, especialmente nas grandes cidades, traficantes e milicianos impõem o que chamam de “impostos” – cobranças sobre comerciantes, moradores e até serviços públicos, como transporte alternativo e distribuição de gás.

Autor: Isaías Fonseca