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Uma Trapalhada Perigosa

Uma Trapalhada Perigosa

22/09/2009 Fábio P. Doyle

A opinião geral é a de que o governo brasileiro participou da volta do ex-presidente Zelaya a Honduras e combinou previamente o seu refúgio na embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Os chavistas do Itamaraty e do Planalto criaram uma situação difícil para o país, com riscos explosivos. Mais uma trapalhada.

ALGUÉM ainda duvidava? O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sabia dos entendimentos mantidos por seu assessor internacional e dito ministro "de fato" das Relações Exteriores, sr. Marco Aurélio, e com eles concordou, no sentido da colaborar para o retorno do ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, a seu país, acolhendo-o na embaixada brasileira em Tegucigalpa. Era o o que se dizia, ou melhor, se murmurava, na área governamental, em Brasília. Dizia-se, na véspera do surgimento, a palavra é esta, de Zelaya, na embaixada brasileira em Tegucigalpa, que o seu transporte até a fronteira, teria sido feito em aviões venezuelanos e em veículos brasileiros. O ministro "de direito" das Relações Exteriores, diplomata Celso Amorim, sabia das conversas, mas, para preservar-se, foi para os Estados Unidos, dias antes da viagem oficial que faria com Lula. Que voou para Nova York exatamente no dia em que Zelaya chegava à embaixada em Tegucigalpa. Coincidência…

O FATO é que Luiz Inácio e seus companheiros que cuidam de assuntos internacionais meteram-se em mais uma trapalhada diplomática. Trapalhada que pode ser explosiva. Como ele, e o Brasil, sairão desta confusão imprudente, desnecessária? O Barão do Rio Branco, os ex-chanceleres Osvaldo Aranha, San Thiago Dantas, Francisco Negrão de Lima, Celso Láfer e outros da mesma estirpe, onde estiverem, devem estar desolados.

É PRECISO contar a coisa como ela é. Zelaya não foi deposto da presidência por um golpe militar. Ele foi afastado por decisão do Supremo Tribunal de Honduras, por ter descumprido decisão irrecorrível daquela corte. Ele queria realizar um plebiscito, no estilo de seu mestre e mentor Hugo Chávez, ditador da Venezuela, a fim de ganhar o direito de ser reeleito, contra dispositivo da Constituição hondurenha. Desobedeceu decisão do Judiciário e do Congresso, foi preso e, aí o erro, mandado de avião para a vizinha e democrática Costa Rica. Botou a boca no microfone de Chávez, conseguiu, obviamente, o apoio de Lula, e dos controversos presidentes da Bolívia, logicamente da ditadura cubana, e até da sra. Kirschner, da Argentina. E uma neutralidade forçada do presidente Barack Obama, que não quis enfrentar, afinal, ele não é o texano bom de briga Bush, mais uma disputa com Chávez.

AGORA, é esperar. Torcendo para que nada de mais grave aconteça na embaixada do Brasil. Pois Zelaya, com seu chapelão de animador de programa humorístico, fazendo da embaixada palanque político, o que não é permitido pelos tratados internacionais de asilo, disse que não vai sair de lá, a não ser para voltar à presidência de seu país. Aí, seria a vez de o vice-presidente em exercício Roberto Micheletti e os ministros do Tribunal Superior hondurenho pedirem asilo diplomático. Mas a quem?

JÁ estava redigido o comentário acima quando chega a notícia de outra trapalhada de Lula, Amorim e Marco Aurélio. O candidato do Brasil à direção-geral da Unesco, o egípcio Farouk Hosni, foi derrotado pela ex-chanceler e atual embaixadora da Bulgária na França, Irina Bokova. O Itamaraty havia recusado apoio ao candidato brasileiro ao cargo, Márcio Barbosa, vice-diretor geral da Unesco e candidato natural ao posto. Amorim preferiu apoiar o egípcio, alegando razões políticas, para estreitar relações com o mundo muçulmano, mas nos bastidores dizia-se que a razão seria conquistar a simpatia do Egito para uma futura candidatura de Lula, já desempregado da presidência, a um organismo internacional. Bokova teve 31 votos, entre eles os da Alemanha, da França, da Inglaterra, dos Estados Unidos, e o egípcio 27. O derrotado, dias antes, havia sugerido que livros israelenses deveriam ser queimados…

Fábio P. Doyle é Jornalista e Membro da Academia Mineira de Letras – Visite o Blog



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