Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Violência não letal: um mal silencioso

Violência não letal: um mal silencioso

26/04/2024 Melissa Paula

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Entre 2018 e 2022 houve um aumento de 19% nas ocorrências de todos os tipos de violência não letal, entre elas a violência patrimonial, sexual, física, psicológica e moral.

E a estatística fica ainda pior. Se contabilizarmos a última década, chegamos ao impressionante crescimento de 92% no número de ocorrências. Seria a violência não letal um mal silencioso do Brasil?

Fato é que as violências que possuem um fim mais trágico chegam ao noticiário de forma mais incisiva, mas também precisamos falar sobre os traumas comportamentais que as mulheres que sofrem algum tipo de violência carregam consigo.

As cicatrizes, sejam elas visíveis ou não, também moldam o comportamento de uma sociedade que convive diariamente com vítimas da violência patrimonial mesmo sem saber. 

De acordo com o estudo do Instituto Igarapé, a violência patrimonial é a que mais tem crescido. A cada 100 mulheres, 6 sofreram com violações relacionadas a bens e finanças em 2022.

São milhares de mulheres que tiveram seus bens destruídos, recursos econômicos furtados, controlados e restringidos. E eu já fui vítima disso.

Curiosamente, quando se trata de violência, essa é uma das últimas formas de violação que lembramos, mas que é capaz de aniquilar perspectivas de uma reconstrução de vida segura e de seguir adiante de forma digna.

Se as pessoas soubessem que esse tipo de violação que elas sofrem também é enquadrado enquanto violência contra a mulher, os números seriam ainda mais alarmantes. E isso também é nosso papel.

Eis o meu veredicto: a violência patrimonial é uma entrada para a violência física. Pelo ‘patrimônio’ tira-se a segurança.

O mexer com o psicológico a partir do controle das conquistas e recursos que podem tornar uma mulher independente é uma das primeiras violações que os agressores cometem contra nós.

E daí a mulher se vê sem apoio, sem teto, sem o acesso a direitos básicos. Sem moradia, higiene, saúde. Sem confiança e recursos - ficam vulneráveis -, o que por si só já é alarmante.

Em seguida, novos tipos de violência passam a fazer parte da relação. Com a mente e recursos aniquilados, fugir desse tipo de situação parece como a saída de um labirinto.

O caminho para facilitar esse percurso, então, passa pela publicidade dos fatos. Pela ampla divulgação desses casos, que até então não são conhecidos pela maioria dos brasileiros.

É por fazer conhecer que a violência contra a mulher é combatida. E que exista encorajamento, combate, luta e vitória. 

Que existam comissões parlamentares efetivas, que existam pessoas dispostas a falar sobre o assunto e verbas direcionadas à reconstrução dessas mulheres em cada canto do país.

Que o público, o privado e a sociedade civil estejam alinhados em como combater esse mal sistêmico que é a violência contra a mulher no Brasil.

* Melissa Paula é empreendedora, palestrante e âncora do Programa Saber Viver.

Para mais informações sobre violência clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp

Fonte: Naves Coelho Comunicação



A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O Pronto Atendimento e o desafio do acolhimento na saúde

O trabalho dentro de um hospital é complexo devido a diversas camadas de atendimento que são necessárias para abranger as necessidades de todos os pacientes.

Autor: José Arthur Brasil


Como melhorar a segurança na movimentação de cargas na construção civil?

O setor da construção civil é um dos mais importantes para a economia do país e tem impacto direto na geração de empregos.

Autor: Fernando Fuertes


As restrições eleitorais contra uso da máquina pública

Estamos em contagem regressiva. As eleições municipais de 2024 ocorrerão no dia 6 de outubro, em todas as cidades do país.

Autor: Wilson Pedroso


Filosofia na calçada

As cidades do interior de Minas, e penso que de outros estados também, nos proporcionam oportunidades de conviver com as pessoas em muitas situações comuns que, no entanto, revelam suas características e personalidades.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


Onde começam os juros abusivos?

A imagem do brasileiro se sustenta em valores positivos, mas, infelizmente, também negativos.

Autor: Matheus Bessa