A maior parte do montante será aplicada na abertura de lojas. Estão previstos de 25 a 30 pontos a serem inaugurados, apenas da bandeira Renner. Mais sete da Youcom, dois da Ashua e três da Camicado. Em teleconferência com analistas de mercado, Fabio Facio, CEO da companhia, disse que a intenção é manter essa média de aberturas para a Renner nos próximos cinco anos. “Queremos atingir 520 lojas da Renner em 2025”, afirmou o executivo.

O valor do investimento estimado é cerca de 20% mais alto que os R$ 751,4 milhões aplicados em 2019. Em 2020, a empresa prevê, ainda, implantar um novo sistema de tecnologia e inaugurar o CD de São Paulo que ocupa área de 155 mil metros quadrados. O executivo disse acreditar que será possível manter o bom ritmo das vendas no ano, de modo a consolidar a posição “como principal player de moda do país”.

Desempenho não decepcionou

A receita líquida da Lojas Renner registrou R$ 9,58 bilhões em 2019, aumento de 13,8% sobre 2018. Desse total, o quarto trimestre contribuiu com R$ 3,17 bilhões, crescimento de 12,1% em relação ao mesmo trimestre de 2018. Sozinha, a rede Renner sustentou R$ 7,72 bilhões no ano (alta de 13,6%) e R$ 2,60 bilhões no quarto trimestre (aumento de 10,9%).

O lucro líquido também avançou. Assinalou ganhos de R$ 1,09 bilhão no ano, 7,7% acima do obtido em 2018. De outubro a dezembro, o lucro líquido foi de R$ 513,09 milhões, salto de 16,7% na comparação com o mesmo período de 2018.

Os resultados do último trimestre são creditados às vendas da Black Friday, da operação de Natal, ao aumento do fluxo de clientes nas lojas e à boa aceitação da coleção de alto verão. Ao abrir a teleconferência de resultados, Facio afirmou que 2019 foi um ano de transição. “Além da sucessão do José Galló e da minha chegada como CEO trabalhamos também nas primeiras entregas do ciclo digital”, comentou.

Entre os projetos que cita está a adoção de RFID para identificação de produtos. Segundo o executivo, 100% dos itens de vestuário contam com etiquetas inteligentes. Isso permite a contagem mais frequente de inventários e agiliza a reposição de itens nas áreas de vendas, reduzindo problemas com rupturas de estoque, explicou. Também é um passo importante para a integração entre os canais online e offline, assegurou o CEO da Renner. Ele mencionou, ainda, o uso de ferramentas baseadas em inteligência artificial para predição de vendas e captura de tendências de moda.

Rede de lojas

A Lojas Renner encerrou 2019 com 603 lojas, 47 a mais do que tinha em 2018. No decorrer do ano, abriu 52 pontos (34 da Renner, nove da Camicado e nove da Youcom). Mas fechou cinco. A bandeira Renner chegou a 388 lojas em 2019, incluindo as oito da Ashua, as nove operações do Uruguai e as quatro da Argentina.

A Youcom ficou com 101 filiais, tendo faturado no ano R$ 221,3 milhões. A Camicado fechou 2019 operando 114 pontos de venda, com faturamento anual de R$ 525 milhões.

Efeito coronavírus

Questionado por um analista de mercado sobre os efeitos do surto de coronavírus, que colocou o mundo em alerta e tem o epicentro na China, Facio afirmou que até o momento o impacto foi zero para a Renner. “Um prolongamento do surto nos próximos meses geraria um impacto para todo mundo, não só para nós”, avaliou. Mas, que no caso da Renner, uma eventual parada mais prolongada da produção na China poderia ser superada com encomendas direcionadas a fornecedores de outros países e mesmo nacionais. “Nossa participação total de importados é de 30%”, informou.