Para empresas no Lucro Real, o contrato vira despesa dedutível e gera economia em PIS e Cofins.

A transferência da gestão de atividades secundárias para empresas especializadas deixou de ser apenas uma decisão operacional para se tornar um diferencial tributário e financeiro significativo. Empresas de médio e grande porte, principalmente aquelas atentas à eficiência fiscal, encontram na terceirização uma forma de otimizar a gestão de custos e reduzir a carga tributária.

Ao contratar um prestador de serviços, o contratante transforma custos fixos com folha de pagamento em despesas dedutíveis. "Pouca gente sabe, mas o contrato de terceirização é contabilizado como despesa. E para empresas no Lucro Real, esse aumento de despesas permite deduzir parte dos impostos federais, como PIS e Cofins, diretamente do cálculo final”, explica Gabriel Borba, diretor do Grupo GB Serviços.

O impacto contábil é relevante, segundo o especialista. "Você está contratando um serviço que melhora a operação e, ao mesmo tempo, reduz sua carga tributária. É um benefício duplo”, completa.

A economia tributária se concretiza porque empresas enquadradas no Lucro Real podem deduzir das receitas tributáveis as despesas operacionais necessárias à atividade. Os valores pagos à terceirizada se encaixam nessa categoria, diminuindo a base de cálculo de impostos como o IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

Além disso, a elevação das despesas dedutíveis impacta diretamente PIS e Cofins, diminuindo o montante sujeito à tributação. Na prática, quanto maior a estrutura de serviços terceirizados, maior tende a ser o potencial de dedução e economia.

"É importante destacar que não se trata de uma brecha, mas de um mecanismo legal e previsto pela Receita Federal. A terceirização, quando feita com uma empresa regularizada, é plenamente dedutível e pode representar uma economia significativa", enfatiza Borba.

A vantagem financeira é complementada por uma redução expressiva nos encargos sociais e trabalhistas. Ao manter funcionários próprios, a empresa arca com INSS patronal (20%), FGTS (8%), 13º salário e passivos trabalhistas. Com a terceirização, esses custos e a responsabilidade de gestão são transferidos à prestadora, e o contratante paga apenas a fatura mensal com os encargos já inclusos no preço final do serviço.

No entanto, a segurança jurídica e a efetividade da economia dependem da conformidade da parceira. “Escolher o parceiro certo é essencial. A empresa terceirizada precisa comprovar regularidade fiscal, trabalhista e previdenciária. Só assim o contratante tem tranquilidade para aproveitar os benefícios sem riscos”, orienta o diretor.

A terceirização é considerada o caminho mais vantajoso para negócios de médio e grande porte com demanda contínua por serviços essenciais, como limpeza, segurança e portaria. "É uma forma inteligente de profissionalizar a estrutura e fortalecer o resultado da empresa”, conclui Borba.

Comparativo: funcionário próprio x terceirizado

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