Grupo WhatsApp

As controvérsias sobre a nova lei e a aceitação da ozonioterapia no Brasil

As controvérsias sobre a nova lei e a aceitação da ozonioterapia no Brasil

14/08/2023 Claudia de Lucca Mano

No último dia 7 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou uma lei que autoriza profissionais de saúde com curso superior a aplicarem a ozonioterapia como um tratamento complementar, ou seja, de forma adicional a outros tratamentos.

Essa aprovação legislativa gerou intensos debates sobre a eficácia, segurança e utilização da ozonioterapia no cenário médico brasileiro.

A terapia, que envolve a combinação de oxigênio e ozônio para tratamento de diversas condições de saúde, tem sido promovida como uma abordagem terapêutica alternativa, mas sua aceitação na comunidade médica tem sido uma questão controversa.

Durante a pandemia, a ozonioterapia teve um aumento notável em sua popularidade, à medida que as pessoas buscavam abordagens complementares para reforçar a imunidade e tratar sintomas relacionados à Covid-19.

No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adotou uma posição mais cautelosa sobre o tratamento.

Conforme expresso em uma nota técnica de 2022, a Anvisa enfatizou a necessidade de evidências científicas sólidas para embasar a utilização da ozonioterapia.

A agência alertou para possíveis riscos e ressaltou que, apesar de ser considerada uma terapia complementar, a ozonioterapia não deve ser usada como tratamento principal em substituição a abordagens médicas convencionais.

Com a aprovação da lei, a Anvisa reforçou seu posicionamento anterior e retomou os pontos-chaves da nota técnica de 2022. A agência reiterou que a ozonioterapia requer evidências sólidas para seu uso.

Além do registro dos equipamentos médicos, a Anvisa considera os gases medicinais utilizados na terapia como medicamentos.

Essa perspectiva complexa faz com que diferentes setores da Anvisa estejam envolvidos com o tema no contexto regulatório brasileiro.

A Associação Brasileira de Ozonioterapia (ABOZ) se manifesta favorável à ampla aplicação da técnica. No entanto, a prática não é isenta de controvérsias.

Em outubro de 2021, reportagem da BBC relatou propagandas ostensivas e controversas relacionadas à ozonioterapia, chamando a atenção para a necessidade de regulamentação mais rigorosa e abordagens baseadas em evidências.

Essa diversidade de perspectivas reflete a complexidade do debate em torno da ozonioterapia no Brasil.

O Conselho Federal de Farmácia, por sua vez, enviou carta ao presidente apoiando a sanção. Farmacêuticos já eram autorizados a utilizar a técnica desde 2020.

Segundo o CFF: “A atuação do farmacêutico na Ozonioterapia é regulamentada pelo CFF desde 2020. A Resolução CFF n° 685/2020, reconhece a atuação do farmacêutico na ozonioterapia clínica e estética, como terapia complementar e integrativa. Com a regulamentação, o farmacêutico passou a ter o direito de requerer sua habilitação na área, desde que atenda aos requisitos previstos na norma.”

Por outro lado, o uso da ozonioterapia na odontologia parece ser bem estabelecido na ciência, especialmente em casos como tratamento de infecções orais, periodontite e aftas.

Esse enfoque tem aval da Anvisa e tem sido adotado como uma abordagem terapêutica válida por profissionais de odontologia.

Em nota oficial publicada em junho de 2022, a ABOZ argumenta que a maioria "dos conselhos profissionais já possuem a terapia devidamente regulamentada, como é o caso da Odontologia, da Fisioterapia, da Enfermagem, da Farmácia, da Biomedicina, da Biologia e da Medicina Veterinária".

"A única exceção é a Medicina, pois o Conselho Federal de Medicina (CFM) ainda atribui à Ozonioterapia natureza experimental", diz a nota.

Portanto, a recente aprovação da lei que autoriza a ozonioterapia no Brasil trouxe à tona discussões importantes sobre sua eficácia, segurança e posicionamento na prática médica.

A popularização durante a pandemia, a posição da Anvisa e as autorizações dos conselhos profissionais moldam a percepção atual da terapia.

No entanto, as polêmicas e controvérsias ao redor da ozonioterapia demandam uma abordagem cuidadosa e baseada em evidências para determinar seu papel no cenário médico do país.

* Claudia de Lucca Mano é advogada e consultora empresarial.

Para mais informações sobre ozonioterapia clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp

Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada



Imposto de Renda: quem ganha até R$5 mil realmente ficará isento?

Nova regra entra em vigor em 2026 e promete aliviar a carga tributária da classe média, mas vem acompanhada de mudanças importantes na tributação de dividendos e de altas rendas.

Autor: Divulgação


Implicações dos prazos judiciais no novo Código Civil

O regime de prazos judiciais é, indubitavelmente, um dos pilares centrais da dinâmica processual estabelecida pelo Código de Processo Civil de 2015 (Lei nº 13.105/2015).

Autor: Ellen Ketlin Machado Rocha


Isenção do IRPF: quais os benefícios e impactos?

A aprovação unânime do Projeto de Lei (PL) 1.087/2025 representa um marco histórico na política tributária brasileira.

Autor: Divulgação


Quando a estética vira dor

Entrar numa cirurgia plástica costuma ser movido por desejo de transformação. Seja corrigir um traço, recuperar a autoestima, reinventar o espelho ou até mesmo por uma condição de necessidade.

Autor: Thayan Fernando Ferreira


Trabalho temporário: direitos, limites e vantagens

Com a chegada do final do ano, época de festas, férias escolares e aumento no consumo, cresce a procura pelas empresas e lojas por trabalhadores temporários em diversos setores, como comércio, turismo, restaurantes e indústrias.

Autor: Giovanna Tawada


Fake News x Liberdade de Expressão: até onde vai o limite?

O avanço das redes sociais trouxe um dilema que desafia democracias no mundo inteiro: como equilibrar o direito fundamental à liberdade de expressão com a necessidade de combater a desinformação?

Autor: Divulgação


Banco deve indenizar cliente por furtos em conta

Criminosos levaram telefone e transferiram valores por meio de aplicativo bancário.

Autor: Divulgação


Município deve indenizar empresa por queda de árvore em imóvel

TJMG confirmou decisão da 3ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública da Comarca de Belo Horizonte.

Autor: Divulgação


Erro de homônimo leva INSS a cancelar benefício de idoso

Casos de cancelamento indevido de benefícios previdenciários têm se multiplicado no Brasil.

Autor: Divulgação


Projeto-piloto de Secretaria unificada das Varas das Garantias em BH

A Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais (CGJ) publicou, no dia 3/09, a Portaria nº 8.547/CGJ/2025, que cria o projeto-piloto "Secretaria Unificada do Juiz das Garantias e Audiência de Custódia", na Comarca de Belo Horizonte.

Autor: Divulgação


Revisão de atividades concomitantes ainda gera erros no INSS

A revisão pode representar aumento no valor da renda mensal e até o recebimento de retroativos referentes aos últimos cinco anos.

Autor: Divulgação


STJ e a garantia tratamento contínuo de autismo nos planos de saúde

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu um passo relevante na proteção dos pacientes ao firmar o entendimento de que operadoras de planos de saúde não podem rescindir unilateralmente o contrato enquanto o beneficiário estiver em tratamento médico essencial.

Autor: José Santana dos Santos Junior