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Guarapari, um paraíso

Guarapari, um paraíso

30/08/2018 João Baptista Herkenhoff

Reconheço que muita coisa foi feita para que Guarapari alcançasse sua posição de cidade turística.

Mas, a meu ver, ainda não se esgotou todo o potencial que a cidade tem para ocupar uma posição proeminente dentro do panorama do turismo no Brasil. Guarapari é mundialmente conhecida por sua riqueza terapêutica e, por esta razão, recebeu o título de Cidade-Saúde. Dias Gomes inspirou-se em Guarapari para, numa de suas novelas, utilizando seu imaginário genial, criar o perfil de uma cidade sem doenças. Para inaugurar o cemitério da cidade, na ficção de Dias Gomes, o Prefeito teve de pedir emprestado um cadáver em outra cidade.

A realidade não está longe da ficção. Eu não disponho de estatísticas, mas conheço muitas pessoas centenárias em Guarapari. Fruto de minha observação pessoal, creio que as pessoas centenárias em Guarapari suplantam em muito o que ocorre nas cidades em geral.

Para chegar a esta conclusão basta que o curioso percorra a cidade (Muquiçaba, Santa Mônica, Setiba, Perocão, Meaípe) dizendo que está à procura de pessoas centenárias. Será muito bem recebido nas casas porque uma das características dos moradores é a hospitalidade. O curioso ficará impressionado com a exuberância de velhinhos rigorosamente saudáveis.

O poder curativo de Guarapari radica-se principalmente nas areias monazíticas. Pessoas chegam à cidade entravadas. Para aproximar-se da orla essas pessoas precisam de cadeiras especiais e até mesmo de ajuda alheia para ter acesso à praia. Poucos dias após a chegada, as pessoas que não podiam andar, deslocam-se com as próprias pernas, sem precisar do apoio de quem quer que seja. Foram, rigorosamente, curadas. Muitas enfermidades, além das doenças reumáticas, encontram em Guarapari um ponto final. Múltiplos problemas nervosos são liquidados em Guarapari. Milhares de pessoas testemunharam curas em Guarapari. Essas curas foram registradas em livros e artigos científicos e também em crônicas e relatos literários.

Mas para que a Cidade-Saúde seja cada vez mais fonte de saúde algumas coisas devem ser feitas. A cidade não deve ser apenas uma cidade limpa, como toda cidade tem obrigação de ser. A cidade deve primar pela limpeza, a cidade deve parecer sala de visita de família mineira, sala na qual se aviste um cisco eventualmente perdido no chão. A cidade deve ser silenciosa, abolutamente silenciosa.

Quantas moléstias, neste mundo, têm no silêncio um valioso adjutório para a cura. Alto-falantes nas ruas, carros de som, barulho, tudo isto pode ser tolerado nas cidades em geral, não será tão estranhável, mas em Guarapari não pode haver nada disso. Cidade-saúde é cidade silenciosa. A dengue se espalha por toda parte, inclusive há numerosos casos de dengue em cidades capixabas.

Em Guarapari não pode haver dengue, está ouvindo, Senhor Prefeito? A cidade que o senhor administra não pode ter dengue. Convoque o povo para um mutirão contra a dengue. Se o Prefeito convocar o povo, se as entidades civis fizerem coro ao apelo do Prefeito, a dengue pode ser eliminada do Município de Guarapari. Vejam bem. Eu não falei em redução da dengue, eu falei em eliminação da dengue.

Para ser exemplarmente uma cidade-saúde também será preciso que Guarapari tenha uma excelente estrutura de serviços, especialmente serviços ligados à saúde. Exemplifico alguns desses serviços:

a) rigorosa fiscalização de estabelecimentos ligados à alimentação (não apenas fiscalização, mas conscientização dos comerciantes e fornecedores para que compreendam a importância de cuidados);

b) ambulâncias disponíveis para quem precise de remoção médica para Vitória (gratuitas para os pobres);

c) educação da comunidade em geral e também dos turistas no sentido de que todos colaborem para a limpeza e higiene da cidade;

d) grande campanha popular de modo a mobilizar o povo para que a Cidade-Saúde seja, não apenas no título que a enobrece, mas dentro de rigorosa verdade, a cidade mais saudável do Brasil;

e) desenvolvimento de um trabalho educativo junto à população local, de modo que compreenda com clareza a importância do turismo para o desenvolvimento da cidade; turismo não é bom apenas para os turistas, o turismo pode gerar riqueza, impostos, escolas para o povo;

f) alcançados indices extraordinários de saúde pública, proclamar a quatro ventos os resultados obtidos de modo que um número cada vez maior de turistas procure Guarapari;

g) finalmente acho que Guarapari poderia ser o primeiro município brasileiro a instituir a vereança gratuita, o que contribuiria enormemente para o prestígio e o reconhecimento nacional da cidade (cedo esta idéia a Guarapari, embora, no meu íntimo, eu preferisse que este galardão fosse conquistado por Cachoeiro de Itapemirim, minha cidade natal).

* João Baptista Herkenhoff é magistrado aposentado (ES), palestrante e escritor.

Fonte: João Baptista Herkenhoff



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