Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Não podemos ser avulsos

Não podemos ser avulsos

13/02/2020 Francis Augusto Goes Ricken

O modelo eleitoral brasileiro não permite candidaturas avulsas, obrigando que os candidatos tenham filiação partidária para concorrer a todos os cargos públicos.

Em cargos majoritários - presidente, governador, prefeito e senador - é preciso ser filiado a um partido político, mas o candidato poderá alterar a legenda durante o mandato sem perder o cargo.

Em cargos proporcionais - deputados federais, deputados estaduais e vereadores - os candidatos precisam de filiação partidária, mas não podem se afastar da legenda durante o mandato, sob pena de perder o cargo para legenda, exceto em casos de expulsão, perseguição partidária ou criação de novos partidos.

Assim como o modelo brasileiro exige, outros modelos possibilitam as chamadas candidaturas avulsas. Adianto minha defesa enfática às filiações e fidelidade partidária.

Acredito que o modelo partidário e sua obediência, de alguma forma, organiza melhor as estruturas políticas, e possibilita que o eleitor tenha uma forma de identificar e responsabilizar suas escolhas.

Dificilmente veremos uma disputa presidencial entre um grande partido norte-americano e um candidato avulso, isso porque as candidaturas avulsas são muito custosas econômica e politicamente.

Dificilmente um candidato avulso consegue organizar as forças políticas e uma gama de candidatos para viabilizar sua candidatura.

Dentro do modelo brasileiro, de presidencialismo de coalizão, dificilmente temos condições de manter uma coalizão sólida, sem uma base partidária razoável.

Os partidos políticos têm uma função primordial: possibilitam, de forma mais racional, a aglutinação de forças políticas em torno de um candidato ou uma agenda política a ser implementada.

Se observarmos as votações ou encaminhamentos de uma sessão da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, verificaremos o impacto das estruturas partidárias nas votações.

São os partidos que mantém de forma mais estável o modelo de coalização dentro do Poder Legislativo. Seria muito ingênuo acreditarmos que um político sozinho pudesse agradar a todos e possibilitar a construção de um governo tão grande como o nosso, somente com seu prestígio ou capacidade política.

Acredito que a possibilidade de candidaturas avulsas geraria instabilidades políticas e dificuldades na construção de uma ideia das “elites políticas”.

Os maiores defensores das candidaturas avulsas são os políticos que não se adequam aos modelos partidários, ou que têm dificuldade de aceitar a organização dos partidos e sua dinâmica de coalizão dentro do Congresso.

Esses mesmos candidatos, não adaptados, necessitarão dos partidos e do Poder Legislativo se tiverem que exercer um mandato.

Formação de base no Congresso e aglutinação de forças políticas em prol de uma coalizão são primordiais para governos estáveis.

As candidaturas avulsas devem ser discutidas, mas é um ponto muito superficial diante de outros problemas que já temos.

Precisamos avançar dentro de discussões como a democracia interna dos partidos políticos; convenções partidárias mais efetivas e sérias e abertura das estruturas partidárias para modelos mais democráticos.

É por meio dessas discussões que os ambientes partidários se tornarão mais abertos para entrada de grupos políticos capazes de estruturar melhor nosso modelo democrático.

* Francis Augusto Goes Ricken é mestre em Ciência Política e advogado, é professor do curso de Direito da Universidade Positivo.

Fonte: Central Press



Hiperjudicialização da saúde no Brasil: gargalos e soluções

A hiperjudicialização da saúde no Brasil é um fenômeno crescente que tem gerado preocupações significativas no sistema Judiciário.

Autor: Natália Soriani


Obra analisa direitos familiares sob o viés da afetividade

Com o intuito de aprofundar os aspectos constitutivos da afetividade familiar, o doutor em Direito Caio Morau assina livro em que analisa modelos de uniões cujo reconhecimento é reivindicado por setores da sociedade, como as poligâmicas, concubinárias e incestuosas.

Autor: Divulgação


Terrenos de marinha são diferentes de praia

A Proposta de Emenda à Constituição dos terrenos de marinha (PEC 3/2022), a chamada PEC das Praias, tem fomentado debates.

Autor: Fabricio Posocco


O que você precisa saber sobre pensão alimentícia

A pensão alimentícia é um direito fundamental garantido pela legislação brasileira, assegurando que dependentes, especialmente filhos menores, recebam o suporte financeiro necessário para seu sustento, educação e bem-estar.

Autor: Divulgação


A inadequação da mediação obrigatória pré-judicial

Nos últimos anos, a sobrecarga do sistema judiciário brasileiro tem provocado o debate acerca da obrigatoriedade da tentativa de solução extrajudicial de conflitos antes do ajuizamento de ações judiciais, como uma forma de comprovar o interesse de agir.

Autor: Suzana Cremasco


Novas regras de combate ao telemarketing abusivo entram em vigor

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) implementou uma série de novas medidas para combater o telemarketing abusivo, reforçando a proteção dos consumidores brasileiros.

Autor: Divulgação


Licença-maternidade sem carência para as autônomas

Foi uma decisão histórica, e com 25 anos de atraso!

Autor: Nayara Felix


Recorde de queixas contra planos de saúde e a necessidade de mudanças

Nos últimos dez anos, o Brasil testemunha um aumento alarmante nas queixas de consumidores contra planos de saúde.

Autor: Natália Soriani


Conflitos condominiais

Tipos de ações judiciais e maneiras eficientes de resolvê-los.

Autor: Divulgação


Se a doença é rara, o tratamento não pode ser

13 milhões de brasileiros convivem hoje com doenças raras, de acordo com o Ministério da Saúde.

Autor: Thayan Fernando Ferreira


O perigo da pejotização para as startups

Os recentes conflitos envolvendo a Uber e a justiça trabalhista em ações que reivindicam o vínculo de emprego de motoristas junto à empresa ganhou a atenção da sociedade e até do Palácio do Planalto.

Autor: Ricardo Grossi


Uma boa dose de bom senso em favor do trabalhador gaúcho!

O bom senso precisa falar mais alto, de tal maneira que ninguém saia ainda mais prejudicado nesta tragédia.

Autor: Sofia Martins Martorelli