Brasil fica na oitava posição entre os maiores produtores de veículos
Brasil fica na oitava posição entre os maiores produtores de veículos
Enquanto Europa e Estados Unidos enfrentam retração, Brasil avança moderadamente nas vendas e ganha relevância industrial na América do Sul.

Linha de produção da Volvo em Curitiba (PR)
A indústria automobilística mundial encerrou o primeiro semestre de 2025 com sinais mistos. De um lado, a Ásia, liderada pela China, puxou a expansão global com crescimento de dois dígitos na produção e nas vendas. De outro, a Europa registrou queda no consumo e na fabricação de veículos, pressionada por custos elevados e novas exigências ambientais. Nesse cenário desigual, o Brasil mostrou resiliência e consolidou sua posição como oitavo maior produtor de veículos do mundo, segundo relatório da ACEA (Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis).
Vendas em alta, mas abaixo da média regionalEntre janeiro e junho de 2025, 876 mil automóveis foram emplacados no Brasil, um aumento de 3,3% sobre o mesmo período do ano anterior. Embora positivo, o resultado ficou abaixo da média da América do Sul, que avançou 12,7%. Países vizinhos como Argentina (+86,4%) e Chile (+16,1%) mostraram recuperação acelerada após anos de retração, impulsionados por incentivos fiscais e realinhamento econômico.
Ainda assim, o Brasil respondeu por 58% de todas as vendas da região, reforçando sua centralidade no mercado sul-americano, em um ambiente marcado pela combinação de baixo desemprego, crédito mais acessível e importações ainda robustas, apesar da desvalorização cambial.
Produção em ritmo mais forteSe nas vendas o Brasil cresceu de forma moderada, na produção o desempenho foi mais expressivo. O país fabricou 902,8 mil automóveis no primeiro semestre, alta de 5,7% em relação a 2024. Com isso, superou Canadá e Indonésia, mantendo-se entre os 10 globais.
A expansão foi favorecida pela renovação de frotas corporativas, novos incentivos para veículos mais eficientes e, sobretudo, pela entrada de montadoras chinesas no mercado brasileiro, que iniciaram produção local. Esse movimento não apenas reduz a dependência de importações, como também projeta o Brasil como polo estratégico para a América Latina.
Veículos comerciais puxam crescimentoO segmento de veículos comerciais também contribuiu para o desempenho positivo. A produção de vans cresceu 18,3%, uma das maiores taxas do mundo, enquanto ônibus avançaram 3,6%. Nos caminhões, houve leve retração de 1,6%, mas o país segue como o maior fabricante da região.
Brasil em comparação com o mundoNa fotografia global, o Brasil apresenta uma posição intermediária. Seu crescimento nas vendas ficou abaixo da média mundial (+5%), mas seu avanço na produção foi superior ao de mercados maduros como a União Europeia (-2,8%) e os Estados Unidos (-6,1%). Ainda que represente apenas 2,4% da produção global, o país demonstra força industrial em um continente que se tornou o mais dinâmico em 2025.
Desafios no horizonteApesar dos avanços, a indústria brasileira enfrenta desafios estruturais. Entre eles, a necessidade de acelerar a transição para veículos eletrificados, acompanhar o movimento global de eletrificação liderado pela Ásia e manter a competitividade diante da pressão de importações asiáticas, em especial da China.
Mesmo assim, o relatório confirma que o Brasil segue como mercado estável, atrativo a novos investimentos e peça-chave na integração da indústria automobilística sul-americana ao cenário global.
* Marcos Villela Hochreiter é jornalista especializado em logística e transportes e diretor do site Frota News.
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