O ciúme está presente em todas as culturas. Teóricos evolucionistas consideram o ciúme como algo adaptativo: os homens seriam ciumentos para afastar outros pretendentes e conseguir repassar seus genes, enquanto as mulheres seriam ciumentas para que o parceiro ajudasse a cuidar dos filhos – tudo isso para a perpetuação da espécie.

Hoje em dia o ciúme é visto por alguns como forma de amor, tem aqueles que até afirmam que ele “apimenta” a relação. No entanto algumas pessoas não lidam bem com este sentimento, já que ele causa reações corporais desagradáveis, como por exemplo, taquicardia, vontade de chorar, e sensação de que o coração está “apertado”. Outras pessoas também afirmam que ele acaba prejudicando a relação, por uma falta de confiança entre os parceiros. Mas afinal, como lidar com o ciúme?

Para responder a essa pergunta, primeiro vamos definir este termo. Ciúme é um sentimento que apresentamos quando estamos diante da ameaça de perda de algo que gostamos. Ou seja, é a possibilidade de perder as situações agradáveis que surgem em um relacionamento com alguém, seja relacionamento de amizade, amoroso ou familiar.

Esse sentimento pode se manifestar de diferentes formas, como bater no irmãozinho mais novo, ligar sempre para o namorado, ou não conversar com uma pessoa que sempre está próxima de um amigo. Algumas vezes, esses comportamentos são interpretados como legais ou engraçados, o que pode aumentar a probabilidade de eles ocorrerem novamente.

Vamos pensar em um exemplo? Lívia é uma mulher de 22 anos e namora Fernando há seis meses. Joana é amiga de Fernando e, antes dele namorar com Lívia, já mantinha uma amizade com ele. Os dois costumavam frequentar barzinhos e trocar mensagens no celular. Lívia era insegura e demonstrava ciúmes sempre que o namorado conversava ou falava da amiga. Não gostava quando ele recebia mensagens dela, ou quando falavam ao telefone.

Ele, então, foi se afastando de Joana. De acordo com a história de vida de Fernando, quando alguém está manifestando ciúmes, é porque gosta da outra pessoa. Então, podemos dizer que o comportamento de ciúmes de Lívia foi reforçado por Fernando, quando este achava “bonitinho” a reação enciumada da namorada e retribuia suas atitudes com carinho, atenção e afastamento da amiga. Este é um exemplo, dentre vários que poderiam ser citados. Neste caso - e em vários outros - conversar com o parceiro auxilia na melhora da relação.

O ciúme de cada casal deve ser “negociado”, de forma que não traga sentimentos muito desagradáveis a um dos membros, nem restrinja a liberdade do outro. Para encontrar esta medida, específica de cada casal, conversar tentando se colocar no lugar do outro é a melhor saída.

* Psicólogas da Link Psicologia