Casos recentes de violência contra mulheres em condomínios trouxeram à tona a discussão sobre a responsabilidade da gestão condominial. Síndicos, administradoras e porteiros devem estar preparados para atuar, tanto na prevenção quanto na resposta imediata, em situações de violência doméstica. Especialistas alertam que em casos de flagrante agressão, a equipe de segurança deve acionar a polícia e intervir de forma adequada para garantir a integridade da vítima.

Uma medida preventiva simples, mas fundamental, é a exclusão do cadastro do agressor no sistema do prédio. Segundo Gabriel Borba, CEO da GB Serviços, as vítimas ou seus familiares devem formalizar a solicitação por escrito. Assim, o ex-companheiro não terá mais acesso liberado ao prédio, já que sua entrada será barrada automaticamente pelos sistemas de segurança. “O condomínio tem um papel essencial na proteção dos moradores. Se uma mulher já foi vítima de violência por parte de um ex-companheiro, é fundamental que ela ou sua família notifiquem a administração para que o cadastro dessa pessoa seja bloqueado e excluído”, orienta Borba.

A cultura do silêncio também é um obstáculo. O executivo reforça que muitos casos poderiam ser evitados se os vizinhos denunciassem situações suspeitas. Além da ação individual, os condomínios podem adotar medidas como treinamento para a equipe, campanhas de conscientização e protocolos formais de comunicação, com registros escritos e assinados. Alguns estados, como São Paulo, já possuem legislações que obrigam a comunicação de casos suspeitos às autoridades.

Mais do que reagir a um problema, a gestão condominial pode atuar de forma estratégica na prevenção da violência. Criar canais de denúncia, estabelecer regras claras de restrição de acesso e treinar as equipes de segurança são passos essenciais para transformar os condomínios em ambientes seguros para todos.

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