Tenho câncer de mama, vou morrer? Todos os tratamentos provocam queda capilar?
Tenho câncer de mama, vou morrer? Todos os tratamentos provocam queda capilar?
Segundo a especialista, é errôneo pensar que a doença é exclusiva das mulheres acima dos 50 anos e que a ausência de nódulos palpáveis na mama isenta a mamografia.

O câncer de mama continua sendo uma das principais ameaças à saúde das mulheres em Minas Gerais. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) são esperados para este ano, 7670 novos casos da doença no estado, com uma taxa bruta de 69,8 casos por 100 mil mulheres.
Apesar de as ações de conscientização sobre a enfermidade, cada vez mais, ganharem corpo, principalmente neste mês, marcado pela campanha Outubro Rosa, ainda é muito comum a disseminação de mitos e fake news acerca do tema. “Muitas pessoas acreditam que o câncer de mama não tem cura e é uma sentença de morte, o que é uma grande inverdade, principalmente porque quando diagnosticado em uma fase inicial, as pacientes têm mais de 90% de chances de vencerem o tumor”, afirma a oncologista Fernanda Brasil, que pertence à equipe médica da Cetus Oncologia, clínica especializada em tratamentos oncológicos com unidades em Belo Horizonte, Betim e Contagem.
Ainda de acordo com a especialista, até mesmo nos casos de diagnóstico em fase mais avançada, as pacientes, felizmente, conseguem viver mais tempo, com maior qualidade de vida e menos sintomas, o que segundo ela, se deve a uma evolução dos tratamentos.
Brasil também destaca que outro equívoco disseminado é afirmar que todo os tratamentos são tóxicos, provocam queda capilar, além de deixarem a paciente bastante debilitada. “Hoje existem diferentes formas de tratar a doença e terapias muito bem toleradas, principalmente quando o tumor é descoberto precocemente, o que geralmente vai corroborar para tratamentos mais brandos e com boas respostas”.
Acreditar que todos os tumores são iguais, é, conforme a médica, outra mentira. Hoje, segundo a profissional, existe uma variação extensa de tipos de tumores, com vários subtipos moleculares, que englobam desde doenças mais agressivas às mais amenas. “Portanto não dá para encaixar o câncer de mama em uma única embalagem”.
Fernanda Brasil ressalta ainda que é errôneo pensar que o câncer de mama, hoje, é uma doença exclusiva das mulheres acima dos 50, 60 anos. Apesar de ser mais comum nestas faixas etárias, a neoplasia também pode acometer pacientes mais jovens. “Inclusive tem crescido a incidência de mulheres abaixo dos 40 anos de idade”. A fala da oncologista, por sinal, vai ao encontro de dados publicados pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), que apontam um aumento de quase 14 pontos percentuais no índice de mulheres abaixo de 40 anos diagnosticadas com câncer: passou de 7,9% em 2009 para 21,8% em 2020.
Outros mitos
A oncologista da Cetus faz questão de reforçar que, ao contrário do que muitas pensam, a ausência de nódulos aparentes ou alterações nas glândulas mamárias, não isenta a mamografia. “Estamos falando sobre um exame de rastreio, portanto direcionado justamente para pacientes assintomáticas. Nesse sentido, seu objetivo é identificar uma lesão na fase pré-maligna ou inicial, ainda não palpável”, explica.
Ainda sobre a mamografia, Fernanda pontua outra fake news: a radiação emitida pelo exame faz mal. “A gente sabe que ela [a radiação] é bem tolerada pelo corpo, então se a mulher faz o procedimento de forma recomendada, o risco de ter alguma complicação em virtude da radiação, é muito menor que o benefício de descobrir o câncer em uma fase inicial”.
Por fim, questionada sobre a alta probabilidade de a doença estar associada à fatores genéticos, Brasil enfatiza que apenas cerca de 5 a 10% dos casos de câncer de mama têm um componente hereditário envolvido. Isso significa que mesmo a mulher com histórico de câncer na família, não necessariamente terá um risco aumentado para desenvolver a neoplasia. “A maioria dos tumores – cerca de 90% - são considerados esporádicos, ou seja, muito mais relacionados aos nossos hábitos, comportamentos e estilo de vida.”.
Por isso, a médica faz questão de falar sobre a prevenção à doença, que pode ser minimizada de forma primária, com a prática de hábitos saudáveis, como manter o peso adequado, alimentação equilibrada, atividade física regular, não fumar e evitar o excesso de bebida alcoólica. “Também é possível fazer a prevenção secundária, por meio da já citada realização da mamografia”.
Fernanda finaliza dizendo que apesar de o principal fator de risco para desenvolver câncer de mama, é ser mulher, 1% de todos os casos aparecem em homens, então eles também devem ficar atentos a qualquer alteração que pode surgir na mama e procurar o médico diante de anormalidades na região. “Geralmente quando o caso é masculino, está mais relacionado à questão hereditária”, explica, acrescentando que além de alterações nas mamas, nódulos suspeitos na região das axilas também devem ser investigados.
Foto: Divulgação/Freepik
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Fonte: Agenda Comunicação Integrada














