Ser mãe é um desafio diário. Apesar de ser alimentado por um amor incondicional, movido pelo próprio instinto materno, é evidente que esse papel também envolve experiências que são intrínsecas à mulher: o cansaço e as transformações da gestação, a amamentação, o tempo dedicado ao bebê, a conciliação com o trabalho, dentre tantas outras tarefas. A rotina, que já era desgastante, é impulsionada por uma pessoinha sempre exigente: ela quer não apenas o peito, mas também o tempo, a atenção e a paciência da mãe.

Como conciliar tudo isso e ainda manter a saúde mental em dia? Difícil, mas não impossível. Há formas simples de tornar a experiência da maternidade, se não mais leve, pelo menos mais saudável. As mamães merecem e, mais do que isso, necessitam encontrar meios de suavizar esses desafios, que, como todas nós sabemos, são ininterruptos por um determinado período. Pode parecer absurdo, mas é recomendável esquecer por alguns minutinhos o bebê, o trabalho e os problemas.

Afinal, não há “super-mamãe” que consiga ficar de pé sem, antes de qualquer coisa, priorizar uma alimentação saudável. Até pensando no feto – ou no bebê em fase de aleitamento. A recomendação para todas as mães é de fazer uso de uma dieta variada, rica em legumes e vegetais, frutas, grãos e proteínas. Além disso, é muito importante manter em dia o consumo adequado de água e evitar alimentos que ofereçam excesso de açúcar, sal e gordura, por exemplo.

Por maior que seja o seu amor, não há mãe que consiga entregá-lo plenamente se não adotar o descanso correto. Especialmente nos primeiros meses após o parto, quando ter um sono de qualidade é um desafio ainda maior. Não dormiu nada à noite? Fazer repousos ao longo do dia, ainda que espaçados, são essenciais para aguentar a rotina. Se puder, explore o máximo possível a ajuda do companheiro, de familiares ou de amigos mais próximos.

A dedicação aos filhos é importante, mas ela precisa ser acompanhada de hábitos que auxiliem uma mãe a permanecer emocionalmente saudável. Isto significa abrir-se com as pessoas mais próximas, de revelar suas angústias, seus medos e frustrações. Além disso, buscar meios de relaxar deve ser uma prioridade. Assistir a um bom filme, ler um livro ou realizar outra atividade prazerosa, seja na rua ou mesmo em casa, são atividades que terão efeito positivo no desafio de curtir o momento da maternidade.

E quando falamos em hábitos, atividades e saúde, naturalmente remetemos também às atividades físicas. Maternidade não deve ser sinônimo de sedentarismo nem de doença. Isso torna importante que as “super-mães” invistam em exercícios físicos regularmente, contribuindo para alcançar corpo e mente saudáveis. É evidente que isso deve ser conversado antes com o médico, mas uma caminhada mais leve ou uma natação são algumas das opções que podem ser consideradas.

Todas essas indicações podem parecer uma lista de novas tarefas ou restrições a se colocar entre aquelas já inscritas no dom de ser mãe. Mas, ao contrário, o desafio é exatamente o oposto. Uma das características do amor materno costuma ser o de abdicar de si mesma para cuidar da prole. Será o ideal? Aquele velho arquétipo da mãe desesperada, descabelada, abarrotada de afazeres e de baixa autoestima pode dar lugar a uma pessoa que cuida da criança e da própria saúde como ninguém. Afinal, de que adiantaria ser mãe se esse dom não for também um símbolo genuíno da felicidade e da realização pessoal?

*  Celso di Lascio é médico da You Saúde.

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