Alta de ICMS em São Paulo pode criar desemprego e aumentar idade média da frota
Alta de ICMS em São Paulo pode criar desemprego e aumentar idade média da frota
Depois de uma alta queda nas vendas de caminhões, havia uma projeção de alta de 21,7% nas vendas este ano.
Quem compra um caminhão pode não saber, mas entre impostos diretos e indiretos, ele paga 37% de impostos. Assim, um modelo de R$ 500 mil, cerca de R$ 187 mil vão para os cofres públicos. Com o aumento de ICMS, o imposto mais complexo do planeta, a conta ficará bem maior. Qualquer ponto percentual de aumento de um imposto que já é alto tem um impacto grande nos veículos, custo que é repassado para o frete e, consequentemente, para as mercadorias entregues em supermercados, farmácias, hospitais, restaurantes, bares, indústrias etc.
Isso pode levar a muitos empresários desistirem de investir na troca de um modelo mais velho por um mais novo, aumentando a idade média da frota, com consequências para toda a economia e meio ambiente.
Depois de uma alta queda nas vendas de caminhões, havia uma projeção de alta de 21,7% nas vendas este ano. Mas os números devem ser revistos por causa do novo ICMS previsto para entrar em vigor a partir do dia 15 de janeiro. A informação é da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Segundo Assumpção, presidente da Fenabrave, São Paulo tem grande representatividade nas vendas de caminhões. Em outras palavras, um aumento do ICMS prejudicará os negócios. Atualmente, há 130 concessionárias de caminhões no Estado. Alta do ICM para usados será de 207%. “A Fenabrave faz as projeções trimestralmente”, diz Assumpção. “Mas tudo indica que vamos ter números menores do que imaginamos nos primeiros dias do ano.”
A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) se aliou a outras entidades do setor de veículos para pedir ao governo do Estado de São Paulo que desista de elevar a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a partir do dia da próxima sexta-feira (15), o que alegam que levará ao aumento de preços, informalidade, fechamento de lojas e demissões, depois de impactos negativos já sofridos com a pandemia de coronavírus.
* Marcos Villela - Editor da revista e site Transporte Mundial desde fevereiro de 2002.
Fonte: Transporte Mundial